Fellipe e Beca

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Fellipe...

Acordo cedo e resolvo ir visitar Dom, sei que Mel vai estar no trabalho mas mesmo assim eu vou, estou morrendo de saudade do meu filho, eu sei que não sou pai de sangue, mas sou de coração e isso é o que importa.

Chego em frente a casa da Mel e após estacionar meu carro, toco a campainha. Fico paralisado com quem eu vejo, ela também fica paralisada e por alguns segundos não sabemos o que falar um para o outro.

— Posso ajudar? Ela pergunta com a voz meio trêmula. Ela me reconheceu, com certeza.

— Oi, eu sou Fellipe... Não sei se a Mel falou de mim pra você? Digo meio sem graça, não sei se digo que sou o ex da Mel ou se sou um amigo, sinceramente não sei o que dizer. — Você lembra de mim neh? Eu tive que perguntar. Que merda ela faz na casa da Mel? Meu subconsciente pergunta.

— Ah sim! Ela falou sobre o Dom ter dois pais e um deles se chamar Fellipe. — E sim, eu lembro de você... Afinal, aquele dia foi um dos maiores tocos que já levei na vida! Ela diz me dando passagem para entrar.

Entro e me sento no chão ao lado de Dom e começo a brincar com ele, minha cabeça está a mil sem entender o que ela faz aqui.

Ela é a mulher que fiquei no bar quando eu e Mel nos separamos, confesso que agora sem o efeito do álcool ela me parece mais nova do que eu achei no dia.

— Vou aproveitar que o senhor está aqui e vou organizar o quarto dele, tudo bem? Ela pede quebrando o silêncio estranho que ficou o ambiente.

— Claro, pode deixar que fico com ele. Digo á encarando. — Esquece esse lance de senhor, afinal nós quase... Antes que eu conclua a frase ela me interrompe.

— Ok! Obrigado e esquece o que aconteceu aquele dia, eu não sou assim. Ela diz.

Passo a manhã toda brincando com Dom e não vejo ela até a hora de eu ir embora, quando já é por volta das 11hs resolvo ir pra casa, me despeço dela e de Dom.
**

Hoje é sábado e como estou de folga hoje e amanhã resolvo ir em um barzinho com Murilo, nada muito agitado. Resolvemos sentar em uma das mesas que fica do lado de fora do bar e entre uma cerveja e outra a gente ia falando sobre o rumo que nossa vida levou, Murilo fala sobre a relação problemática dele com a Milena e eu com a Mel.

Tem um grupo de mulheres sentadas em uma mesa um pouco afastada da gente, mas como elas riem alto eu e Murilo olhamos em direção a elas.

— Quatro mulheres em um bar sozinhas? Comenta Murilo rindo. — Oh sorte! Vamos lá?

Sem responder nada a ele já vou me levantando, lógico que eu ia querer arrumar alguém para passar essa noite comigo, desde que me separei da Mel não fiquei com mais ninguém, a não ser a morena da boate que descobri ser a tal da beca.

Me aproximo da mesa delas e antes de eu falar qualquer coisa já reconheço uma das meninas.

— Beca? Digo sorrindo encarando ela. Eta mundo pequeno.

As amigas olham pra ela com um olhar desconfiado e posso perceber que ela fica extremamente envergonhada, por que suas bochechas estão vermelhas.

— Oi... Ela diz baixo e na mesma hora me apresenta para as amiga. — Esse é seu Fellipe, pai do Dom, o menino que eu tomo conta.

— Oooi Fellipe! As amigas dizem juntas me olhando dos pés a cabeça e rindo. Acho que a bebida já está fazendo efeito nelas.

— Podemos nos sentar com vocês? Pergunto encarando beca que continua vermelha.

— Claro que pode! Uma das amigas de beca diz, eu apresento Murilo pra elas já que ele está pisando no meu pé quase que me obrigando a fazer isso.

Elas se apresentam, Roberta, Renata e Raquel... Na hora a ficha caí, elas não são amigas, são irmãs.

— Vocês são irmãs? Resolvo perguntar logo, estava curioso.

— Percebeu pelo tanto de R neh? Raquel pergunta com um sorriso no rosto.

Ficamos batendo um papo legal, mas beca falava o essencial e ora ou outra seu olhar cruzava com o meu.

Eram por volta das 2 da manhã quando as meninas resolveram ir embora, ofereci carona e como duas dela estavam voltando pro campus da faculdade que era ali perto eu só precisei dar carona pra beca já que Roberta foi com Murilo para algum lugar desconhecido, esse não perde tempo!

Já dentro do carro tento quebrar o gelo entre eu e beca, por que o silêncio estava ensurdecedor.

— No dia da boate você me parecia mais velha! Ok que o álcool já tinha me tomado por completo mais tenho certeza que se eu tivesse sobreo eu não teria feito aquilo com você!

— Aquilo o que? Ter quase me comido no meio de uma boate ou ter me largado lá que nem um saco de lixo? Sinto que sua pergunta foi em um tom um tanto rude.

Fico sem jeito com tom que ela falou, droga! Tenho certeza que ela ficou brava comigo não só por conta daquela noite mais também por ter dito isso agora.

— Eu não soube me expressar... Eu quis dizer que... Ela nem deixa eu falar.

— Deixa isso quieto Fellipe. Ela encerra o assunto.

Estaciono em frente a casa dela que é três casas depois da casa da Mel, sem me olhar ela se prepara para descer do carro.

— Obrigado pela carona! Ela diz, mas assim que sua mão toca a maçaneta da porta eu digo:

— Beca... Eu não quis dizer aquilo, me deixa explicar? Tento mais uma vez e ainda sem olhar pra mim ela responde:

— Pra você, Rebeca! E não tem o que explicar, tá tudo bem! E saí do carro. — Ah... E eu concordo com você, se não fosse o álcool eu com certeza teria percebido o quanto você é um babaca! Ela diz e vai embora.

Grávida de um Militar. ( Concluído)Where stories live. Discover now