Capítulo 33

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Mel...

Chegou a hora da verdade, sinceramente? Não sei o que fazer nem como agir, não sei o que falar e nem sei se estou disposta a ouvir qualquer coisa que venha dele.

Não vou facilitar a vida dele não, vamos para o tudo ou nada!! Se ele pensa que vai me ameaçar com esse negócio de justiça ele está muito enganado!

Saímos de casa e estávamos a caminho da casa dos meus pais, assim que Fellipe estaciona o carro ele me olha bem nos olhos e diz.

— Fica calma, ouve o que ele quer falar e antes de tomar qualquer decisão pense no que é melhor para o Dom. Você sabe que por escolha minha queria ele longe de nós, mas nosso pequeno não pode viver em um ambiente de guerras judiciais, então entrem num acordo! Eu te amo e estarei ao seu lado sempre que você me permitir.

— Você não vai entrar comigo? Digo com os olhos cheios de lágrimas.

— vou dar uma volta com o Dom, ele não pode ficar no meio dessas brigas. Qualquer coisa é só me ligar.

— Eu não quero entrar Fê! Minhas mãos soam e tremem.

— Mel, você é forte, corajosa! Você é uma mãe leoa e sei que você vai enfrentar o que for pelo melhor do nosso Dom. Agora vai e não esquece que eu te amo.

Ele me dá um beijo e eu saio do carro, respiro fundo ainda parada e depois caminho até a porta da casa. Assim que abro a porta dou de cara com ele sentado no sofá dos meus pais, papai está sentado de frente para ele com cara de poucos amigos, sei que ele está fazendo uma força enorme para não dá uns bons socos em Jhon, já mamãe está ao lado do meu pai controlando ele, nada abala mamãe ela é daquelas que tira sempre algo bom das piores coisas, queria ser como ela, centrada!

Eles se levantam assim que me vêem, papai vem me beijar e mamãe me dá um abraço e diz no meu ouvido para eu ser forte, eles se retiram dizendo que se eu precisar de alguma coisa que é só chama.

Assim que eles sobem para o quarto eu olho para o Jhon e digo de uma vez.

— O que você quer? Por que apareceu? Meu semblante é sério.

— O que eu quero? Ele também é meu filho mel, esqueceu? Tento me segurar para não voar em cima dele.

— Quem eu acho que esqueceu isso foi você Jhon, afinal quem foi embora foi você!!! Cuspo as palavras na cara dele.

— Eu sei Mel, e me arrependo amargamente por ter tomado essa decisão, mas estou aqui para repara esse erro. Eu quero e vou ter contato com o meu filho! Ele diz em um tom firme

— Não é justo Jhon! Não é justo. Já digo chorando. — Você foi embora, eu fiquei e enfrentei tudo sozinha. Tive que contar para os meus pais, tive que esconder deles quem era o pai do meu filho, eu nunca havia mentido para eles. Eu enfrentei uma depressão, quase tirei a minha vida e a do meu filho, como isso ainda me dói!!! Cada pré natal que fui sozinha era um pedaço de mim que se partia e se não fosse Fellipe ao meu lado acho que não teria sobrevivido. Você acha justo, depois de tudo que passei você aparecer reivindicando seu posto de pai?

— Eu sinto muito, sinto mesmo! De verdade, mas não vou abrir mão do meu filho. Quero que ele tenha o meu nome, quero vê os primeiros passos dele, quero ouvir ele me chamar de pai, quero levar ele para a escola no seu primeiro dia de aula... Quero ter participação em tudo na vida dele, e eu vou! Você concorde ou não!!

— Eu te odeio Jhon! Te odeio do fundo da minha alma. Falo gritando.

— E eu te amo Mel, te amo do fundo da minha alma e só Deus sabe que eu daria tudo para voltar atrás.

— Você não ama ninguém, você só ama a si mesmo. Eu não vou deixar meu filho ter contato com aquela sua mulher fútil. Meu filho não sai do meu lado nem que para isso eu tenha que enfrentar a polícia.

— Mel por favor, vamos entrar num acordo. Não quero ter que ir para a justiça e passar anos nessa briga!

— Como vamos entrar num acordo Jhon, você nem mora na cidade? Meu filho não sai daqui já falei!

Jhon está impaciente, anda de um lado para o outro passando a mão na cabeça e coçando.

— Ok, Mel! Eu volto a morar aqui!! Mas o que você quer que eu faça para a gente ter uma acordo?

— Meu filho não fica na sua casa com aquela sua mulher!

— Ok! Eu dou meu jeito de estar com ele sozinho. Mais alguma coisa?

— Sim! Ele revira os olhos e espera eu continuar. — E se você entra na vida do meu filho e depois sumir novamente fazendo meu pequeno sofrer, eu juro Jhon que eu sumo desse país e você não nos encontra nunca mais! Você entendeu?

— Entendi Mel, isso não ocorrerá pode ficar tranquila! Agora quero saber sobre meu filho ter o meu nome. Que dia vamos acrescentar isso no registro dele?

— Preciso de um tempo! Digo ríspida. — Preciso conversar com o Fê, Dom tem o nome dele.

— Então esse é o nome do meu filho? Dom! Lindo o nome.

Nesse momento Fellipe chega com o Dom em seus braços, ele para e nos encara como se estivesse surpreso por Jhon ainda está vivo. Ele me entrega Dom e fica de longe observando quando eu entrego ele para o Jhon que fica olhando para o filho com os olhos escorrendo lágrimas.

— Me perdoa meu filho, me perdoa. Ele chora igual criança.

Fellipe vira as costa e sai da casa indo em direção ao carro, sei que está sendo muito difícil para ele passar por isso, ele tem Dom como se fosse dele eu acho que ele pensa que vai perder o filho.

Fico algum tempo ali na sala observando os dois e percebo que realmente Jhon ama o filho e sei que ele está disposto a enfrentar o mundo pelo filho.

Eu estava disposta a ir até às última consequências para não deixar o Jhon ter contato com o filho mas o que o Fê disse faz sentido, seria muito cruel da minha parte fazer meu filho passar por isso, não importa o quão magoada ou ferida eu esteja o importante é meu filho estar bem.

Chegou a hora de ir embora, vou até Jhon e pego o Dom do colo dele.

— Precisamos ir! Digo já com o Dom em meu colo.

— Como vai ficar as visitas e a troca do sobrenome dele?

— Sobre as visitas eu lhe envio mensagem dizendo os dias e horários, você pode me passar o seu número, sobre o seu sobrenome já disse que tenho que conversar primeiro com o Fê!!

— Eu continuo com o mesmo número mel!

— Eu não tenho mais Jhon, tudo que me ligava a você eu me desfiz, até as roupas. Soltei ó encarando. — A única coisa que eu quis seu foi o meu filho!

— Nossa! Anota aí então 97... O semblante dele muda.

Depois de anotar seu número eu me viro indo para o quarto dos meus pais para me despedir mas assim que começo a subir as escadas Jhon me chama.

— Mel!? Eu olho para trás e ele continua. — Eu não vou desistir de você! Nesse momento meu coração acelerar, não sei o que dizer nem o que pensar... A mágoa é enorme mas não posso mentir, meu coração bate acelerado quando vejo ele ou ouço sua voz, não sei se é por que nossa relação foi algo que ficou inacabado ou se é por que ainda sinto algo por ele.

Não! Impossível eu ainda sentir algo por ele, eu amo o Fellipe!!! Ele me ajudou, me apoiou quando eu mais precisei e eu sou grata a ele pelo resto da vida, para de pensar essas coisas Mel. Digo a mim mesma, subo as escadas sem responder a ele.

Depois de me despedir dos meus pais vou para o carro onde Fellipe está me esperando, o trajeto até em casa é em silêncio Fê está pensativo e resolvo não falar nada também, quando chegarmos em casa eu converso com ele.

Grávida de um Militar. ( Concluído)Where stories live. Discover now