Sol & Lua - Cobra Kai - Livro 1

14 - Sem compaixão.

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Akemi se sentou na mesma mesa que Aisha, as duas ficaram próximas depois do ocorrido na biblioteca.

Miguel também estava perto delas, tendo uma conversa animada com Aisha por ela ter começado a fazer caratê com ele no Cobra Kai. Aisha queria que Akemi também fizesse, mas Miguel fez questão de explicar toda a situação dela depois que a garota disse que estava com preguiça.

Demetri e Eli acabaram de se sentar junto deles, colocando suas bandejas com comida na mesa.

Demetri passou o dia reclamando sobre Akemi contar aos LaRusso o que aconteceu na festa e a agora ela tampava os ouvidos todas as vezes em que ele abria a boca, como estava fazendo agora.

— Escute aqui, isso é muito infantil.

— Acho que ela não está te ouvindo. –avisou Miguel, rindo.

— Eli, dá um jeito na sua amiga

— Ela também é sua amiga.

— É, mas ela não está me ouvindo.

Eli suspirou, cutucando ombro de Akemi e apontando para Demetri. Ela balançou a cabeça negativamente e virou-se para Aisha.

— Pode pegar os meus fones do ouvido no meu bolso? Minhas mãos estão ocupadas com a missão de não ouvir a voz de Demetri.

Aisha riu e pegou os fones junto do celular, tirando o pause e entregando a Akemi. A garota foi tão rápida em pôr os fones em seus ouvidos que Demetri mal teve tempo de gesticular uma palavra. Ele suspirou, pegando sua caixinha de suco e bebendo.

— Isso não é legal.

— O que disse? Não estou te ouvindo.

Ele fez uma careta, mostrando a língua para Akemi, que retribuiu.

Akemi pegou a maçã de Miguel, que levantou os braços confuso e recebeu um sorriso em resposta da garota. Uma bandeja foi colocada no espaço vazio da mesa, atraindo olhares de todos que se sentavam nela. Akemi sorriu ao ver que era Samantha, tirando os fones de ouvindo e vendo Aisha brigar com a garota.

— Nem pense nisso. – disse ela.

— Qual é, eu preciso de um lugar pra sentar.

— Ah é? Por que não senta com o Kyler? Já que ele não sai da sua boca.

Demetri riu baixo e Akemi franziu as sobrancelhas, sem entender do que Aisha falava. Samantha lançou um olhar irritado para Akemi antes de sair de perto da mesa deles.

— O que foi isso, Aisha?

— Só disse a verdade.

Os olhos de Akemi foram a procura de Samantha, que acabara de iniciar uma discussão com Kyler.

— Acha engraçado espalhar mentiras?

— Que papo é esse? Nós vimos um filme, só isso. Se bem que eu acho que vi um pouco mais do que você.

— Do que ele tá falando? – Akemi sussurrou para Miguel, que deu de ombros, também não entendendo o que acontecia.

— A gente ficou sabendo que você se engasgou. – comentou Brucks, fazendo os garotos rirem.

Samantha derrubou a bandeja de Kyler que estava sobre a mesa, atraindo olhares e o silencio de todos no refeitório.

— Aí galera. – chamou Kyler. – Vocês estão ligados naquele outdoor com um pau na boca? Acho que a Samantha aprendeu com o pai.

Os alunos riram e Akemi se levantou para ajudar Samantha, que fazia posição de luta. Miguel foi mais rápido que ela.

— Aí, Kyler. Por que não cala essa boca e para de ser otário?

— Quer levar outra surra, Réia?

Kyler empurrou Miguel e Aisha puxou Akemi para longe antes que ela se metesse.

— Me deixa ajudar ele, Aisha.

— Ele consegue sozinho. Se der errado, nós ajudamos.

— Eu to pronto pra esse caratê idiota. – Kyler o empurrou de novo, dessa vez o corpo de Miguel bateu na mesa.

— Não é caratê idiota. – Miguel segurou o braço de Kyler antes que ele conseguisse atingir um soco. – É o Cobra Kai.

Ele deu um soco no nariz de Kyler, que cambaleou pra trás. Passou a mão no rosto, vendo o sangue escorrer do seu nariz e correu para cima de Miguel, abraçando o corpo dele e o jogando sobre uma das mesas. Depois o puxou pelo capuz do casaco, arrumando um mata-leão no pescoço do garoto.

— Seu merda!

Kyler gritou, levando uma cotovelada na costela e tendo o braço puxado para trás quando Miguel conseguiu se soltar. Ele deu um soco no rosto do garoto, chutando suas costas e o fazendo bater na mesa, caindo no chão.

— Sem compaixão! – Aisha gritou atrás de Akemi.

Brucks foi para cima de Miguel, que desviou do soco e lhe deu uma rasteira. Um outro garoto segurou suas costas, mas Miguel conseguiu sair em poucos segundos, dando um chute frontal no terceiro amigo de Kyler que se aproximava e um chute lateral no que acabara de o soltar.

Miguel correu, pulando por cima de uma das mesas e pegando uma bandeja. Chutou a cadeira em direção a um dos garotos, o fazendo cair no chão. Depois bateu abbandeja no rosto de outro, desviando de Brucks que caiu no chão.

Kyler se levantou e foi pra cima dele, que pulou nas costas de Brucks, pegando impulso para subir em uma das mesas.

Miguel jogou a perna esquerda para trás, atingindo o queixo de Kyler e batendo com a bandeja na cabeça dele em seguida. O garoto caiu, e os adolescentes que assistiam a luta no refeitório bateram palmas. Miguel ficou de pé na mesa, confuso com o que acontecia enquanto os celulares o gravavam. Ele olhou para Akemi, desviando para Samantha em seguida e dando um sorriso.

— Ei! – a coordenadora entrou no refeitório. – Desce daí agora!

Ela puxou Miguel para fora.

Akemi empurrou os adolescentes em sua frente e pisou nas costas de Brucks, que se levantava devagar para chegar em Samantha.

— Você ta bem? – ela assentiu. – Vamos embora.

— Embora? Como assim embora?

— Vamos pra casa, Sam. Quer mesmo ficar aqui depois disso?

— E o seu amigo?

— Vai ser dispensado. É o que acontece depois de uma briga. Ele deve ir correndo para o dojô de caratê contar pro sensei o que acabou de fazer.

— Temos que ir até lá.

— O que?

— Quero agradecer pelo que ele fez.

As duas começaram a andar pelos corredores cheios de alunos animados depois da briga, todos voltando para suas salas.

— Sem chance. Se seu pai descobrir ele me mata.

— Por que? O que tem de errado irmos lá?

As duas corriam pelo quintal da frente da escola, evitando serem pegas por algum guarda. Viraram a esquina, parando de correr.

— Estou com fome. Vamos naquela cafeteria que tem aqui perto.

— Akemi! O que tem de errado em irmos lá? Me responda.

— É o Cobra Kai, Sam. Miyagi-do é inimigo do Cobra Kai. O seu pai e o sensei do Miguel se odeiam.

— Então é só não deixarmos meu pai ficar sabendo.

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