Uma mudança repentina de país fez com que Akemi tivesse que se adaptar a um novo local. Vizinha dos LaRusso, sendo considerada membro da família por Daniel no mesmo instante em que ele recebeu a notícia de que a neta do seu antigo sensei estaria ind...
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Na loja de ferramentas, Akemi e Robby procuravam pelo parafuso que Daniel havia pedido, enquanto ele pegava algumas tábuas para as novas prateleiras.
- Aqui, achei. - avisou Robby.
- Esse é um parafuso de convés. Daria certo para prender a prateleira, mas o parafuso teria que sustentar o peso e uma hora iria ceder. O que precisamos é de um parafuso de alternação. - ele mexeu em uma das áreas onde os parafusos eram separados. - Aqui, dois desses.
- Não é tão grande.
- Não, não é. Mas tem um segredinho. Ta vendo essa mola aqui? Quando entra na madeira ela abre e usa a parede pra apoiar a prateleira.
- Pera aí, deixa eu aprender a lição. Ta dizendo que na vida, eu não posso fazer tudo sozinho e tenho que confiar em outras pessoas?
- Não. To só falando de prateleiras mesmo. Mas se viu uma metáfora, então é melhor aluno do que eu.
Akemi riu, abaixando a cabeça.
- Vocês são viciados em caratê.
- Aí, cara do metálica! - gritou um dos atendentes, passando pelo corredor.
- Johnny... - sussurrou Daniel, levando os olhares dos dois adolescentes para o mesmo lugar que ele.
Robby segurou a mão de Akemi, se aproximando da garota como se quisesse protege-la de algo, mas Akemi teve a sensação de que era ele quem precisava dela. Apertou seus dedos contra os dele, se certificando de que estavam bem entrelaçados. Os olhos de Akemi transmitiam uma certa segurança ao encontrar os do garoto, o acalmando no mesmo instante.
- Nossa, LaRusso Alto!? - disse o atendente. - Cortando os preços! - ele balançou os braços como se estivesse dando golpes no ar, fazendo um barulho. - Adoro esse comercial. Também adoro caratê eu... nunca consegui fazer, minha mãe nunca deixou, então... - ele fez uma pausa, triste. - Aí, vocês são bem parecidos, é seu filho?
O atendente apontou para Robby e Daniel, mas não obteve resposta.
- Tudo bem? Meu nome é Raymond.
- Ei, cara. - Johnny o chamou, se aproximando. - Coloca o espelho no carrinho e me dá um tempo.
- Ah... tá.
O homem foi embora e Johnny não esperou mais tempo para perguntar:
- Ta fazendo o que aqui?
- A gente ta trabalhando em um projetinho. Só isso. E você?
- Eu também. - eles ficaram em um silêncio desconfortável.
- Me da isso aqui e eu... to indo lá pagar. - avisou Daniel. - A gente se vê no carro. Vamos, Akemi.
A garota olhou para Robby, que não quis soltar sua mão. Ele queria que ela continuasse por perto, e Daniel entendeu no mesmo instante, se afastando dos dois. Johnny se aproximou devagar, os olhos fixos no filho.
