Uma mudança repentina de país fez com que Akemi tivesse que se adaptar a um novo local. Vizinha dos LaRusso, sendo considerada membro da família por Daniel no mesmo instante em que ele recebeu a notícia de que a neta do seu antigo sensei estaria ind...
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Akemi estava sentada no meio fio da calçada, os cotovelos apoiados no joelho e a mão no queixo, os olhos cansados se fechavam involuntariamente, mas ela se esforçava para continuar acordada. Falcão estava atrasado, mas ela sabia que ele não iria aparecer para irem à escola juntos. O cabelo era uma parte importante para a personalidade do garoto e talvez demorasse algum tempo até que ele se sentisse bem de novo, até lá, ela não podia fazer muito mais do que o apoiar, mas ela ainda não tinha muita ideia de como fazer isso.
— Kemi! – Samantha a chamou do outro lado da rua, acenando para ela. Akemi se levantou, atravessando e caminhando até ela. – O que ta fazendo aqui? Você sempre vai mais cedo.
— Não vou hoje. Pode me deixar na casa do Falcão?
— Ah, entendi. Será que ele tá bem?
—Vou passar a manhã com ele, até o Demetri chegar. Acho que ele vai precisar de companhia.
— Os pais dele ficaram bravos?
Akemi balançou a cabeça, negando.
— Eles estão viajando, Eli não deve ter contado nada. Eai, pode me dar uma carona?
— Posso. Entra aí.
A casa dos Moskowitz não ficava longe da dos LaRusso, então Akemi não demorou muito mais que cinco minutos para chegar com a carona de Samantha. Se despediu da amiga com um aceno e tocou a campainha da casa de Eli, não se importando se ele estaria dormindo aquela hora, o que era provável, já que ninguém atendeu a porta.
Ela suspirou, dando a volta pela casa e seguindo as informações de Demetr. O amigo sabia exatamente onde os Moskowitz deixavam a chave reserva. Ela entrou na casa, o primeiro andar estar completamente vazio, como se ele tivesse sido abandonado a dias, o que a fez se lembrar de que Falcão mal passava os dias em casa. Ela subiu as escadas, indo em direção ao quarto do garoto que ainda se lembrava onde ficava graças a aula de química mais traumática da sua vida. Bateu na porta uma... duas... nada.
Falcão não estava em casa?
Ela abriu a porta, uma das mãos tampando os olhos, com medo de que seu melhor amigo fosse o tipo de pessoa que gostava de dormir sem roupas.
— Falcão? Tá aí? Vestido? Falcão!
Ela deixou um espaço entre os dedos, torcendo mentalmente para que ele tivesse um sono pesado, mas que ainda usasse roupas. A cama de Falcão estava vazia, mas os lençóis estavam arrumados. Akemi franziu as sobrancelhas, confusa. Pegou seu celular, procurando no registo de ligações pelo número de Demetri, que não demorou muito mais que dois toques pra atende-la.
“Encontrou ele?”
— A casa ta vazia.
“Vazia?”
— É, vazia. Ele até arrumou a cama.
“Você já olhou o porão? Ele passa muito tempo lá.”
