Uma mudança repentina de país fez com que Akemi tivesse que se adaptar a um novo local. Vizinha dos LaRusso, sendo considerada membro da família por Daniel no mesmo instante em que ele recebeu a notícia de que a neta do seu antigo sensei estaria ind...
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Daniel levou Akemi para casa depois da despedida de Robby. No início ele tentou puxar assunto, mas a garota não estava disponível para fornecer respostas, nem mesmo por algo que ele tivesse dito que deveria ser engraçado. LaRusso estava ficando cada vez mais preocupado com a garota. Ele dera tanta atenção para Samantha nos últimos dias que não percebeu como Akemi estava se afastando da sua família.
Logo vai completar um mês desde sua alta do hospital, mas já fazem três meses em que ele não a via sorrir. Não como ela sorriu para Robby a algumas horas.
As coisas mudaram muito mais do que ele havia percebido após a briga generalizada na escola. Akemi, mesmo que não estivesse envolvida, sofreu a maior perda da sua vida naquele acidente de carro. Desde então, Daniel não era o único que não a via sorrir. Demetri havia percebido a mesma coisa a pouco tempo e, ao comentar com Samantha, a garota também não se lembrou de nenhum momento em que Akemi parecesse feliz desde que retornou.
Akemi sorriu uma única vez nesses três meses, antes do dia de hoje. Aconteceu a poucas semanas, no show que Johnny levara ela e Miguel. Quando seu amigo sentiu as pernas de novo.
Ao chegar em casa ela preferiu passar o resto da tarde trancada em seu quarto, algo que tinha virado uma rotina comum dos seus dias, após as aulas. Era o momento mais calmo que tinha, deitada em sua cama, escondida de baixo dos edredons, encarando o teto enquanto deixava sua playlist favorita tocando na caixa de som na cabeceira ao lado da cama.
Antes, ela costumava a passar esse tempo lendo, mas hoje não era um bom dia para leitura, porque agora, ler lembrava Robby.
Antes dos finais de semana, Akemi sempre terminava um novo livro, cheio de anotações, pronto para ser entregue no reformatório e deixado com o garoto. Sua estante nova, que já deveria estar cheia de livros, não havia nada além de enfeites.
Robby guardou seus livros?
Ela levou a mão ao peito, um pouco acima deles, apertando o pingente de árvore quebrado do seu cordão. O acidente destruiu sua recordação física mais profunda que tinha com Robby. O pingente de árvore, agora, não tinha mais parte dos galhos e raízes.
Fechou os olhos, pronta para descansar tudo que não conseguiu naquela noite. Estava tão cansada que não sentia vontade de chorar. Tudo que queria era fechar os olhos e ouvir suas músicas prediletas tocarem em um volume ambiente. Mas todo seu planejamento foi por água abaixo ao ouvir a campainha.
— Não estou em casa. – ela sussurrou, escondendo-se mais embaixo do edredom.
A campainha tocou mais uma vez, então seu telefone tocou. O nome de Miguel estava na tela. Akemi suspirou, pegando o celular e atendendo.
“Eu e Demetri estamos na sua porta. Você está em casa?”
— Não. Estou... na rua... comprando... algumas coisas.
