innocence - Jenlisa

cap.1

"Venha, é aqui que você vai ficar." Um homem me puxava por um terreno enorme que terminava em um grande galpão. Ele é espantosamente alto e musculoso, um soco dele contra o meu corpo magro poderia tirar-me do chão. "Mais rápido, branquinha! Não tenho o dia inteiro." Ele rosnou, visto que eu estava distraída e comecei a andar mais devagar.

Acelerei os meus passos e logo chegamos na enorme porta do galpão, o homem a abriu, revelando várias garotas ali dentro. Não tenho ideia do número exato de garotas, mas tem no mínimo 30. Todos os olhares estão na minha direção quando o homem me puxa para dentro e me lança no meio delas.

O local tem colchões espalhados nas laterais, permitindo que o meio fique vago, as paredes são totalmente cinzas e não há nenhum tipo de decoração além de alguns espelhos. Cada colchão tem uma mala na ponta, as roupas estão espalhadas por cima e pelo chão de piso escuro.

"Os chefes de vocês já estão vindo falar com a novata. As ordens são as de sempre, não encostem nela até os senhores chegarem para avaliá-la. Tratem-na bem, lembrem-se como foi para vocês quando estavam no lugar dela." Dito isto ele fecha a porta e os cochichos se iniciam de imediato. Os olhares ainda se voltam para mim, mas ninguém fala comigo, até que uma das garotas surge pedindo espaço entre as outras até me alcançar.

Ela me avalia mentalmente da cabeça aos pés, apenas me observando. Sinto um frio na espinha quando a garota me toca e me arrasta para o meio de uma pequena rodinha.

"Você deve ser a novata. Jennie, certo?" Engoli seco e concordei com a cabeça. "Não fique assustada, é claro que no começo é comum, mas você vai ver que ninguém aqui vai te fazer mal, ao menos que faça alguma coisa. Eu sou a Sana, sou uma espécie de líder daqui." Sana tem os cabelos morenos e os olhos castanhos, seu corpo é bem modelado, assim como o das outras garotas por aqui.

"Como você sabe o meu nome?" Minha voz saiu baixa e rouca, mas felizmente Sana entendeu.

"Já sabíamos que iríamos ter uma garota nova, a Irene falou de você." Ela apontou para o fundo do galpão, onde uma garota de cabelo castanho escuro se levantou. A garota veio até nós sem pressa alguma, sempre com o olhar alto e fixo. Mesmo estando acabada e bem mais magra, foi impossível não reconhecê-la, é a minha irmã.

"Irene!" Exclamei ao vê-la, porém ela hesitou quando fui lhe dar um abraço. Ela balanço a cabeça devagar, negando o meu gesto, seus lábios formaram um 'não posso', eu não estava entendendo nada. "Aconteceu alguma coisa?" Pergunto olhando diretamente para a minha irmã.

"Acho que a Irene só está se culpando por você estar aqui." Sana diz. Irene foi quem me fez vim parar aqui? "Como conseguiram te atrair para cá?" Sana perguntou, me tirando dos meus pensamentos.

"Me falaram que eu iria trabalhar na Tailandia com a minha irmã, tinham uma vaga disponível depois que uma das funcionarias se demitiu e a Irene tinha me indicado." Respondo cabisbaixa, porém com um to de voz alto suficiente para muitas garotas me ouvirem.

"Bem, como todas aqui, você foi enganada. Está realmente na Tailandia, Bangkok para ser mais exata. Sua irmã te indicou, mas não por que uma 'funcionária' se demitiu." Ela diz, fazendo aspas com os dedos. "É verdade que perdemos uma garota, mas ela se foi não por escolha. Não se comportou como deveria e teve a punição devida."

Não estou entendendo nada. Onde eu estou, por que estou aqui? O que a irene tem haver com isso?

"Vou explicar melhor." Sana diz como se estivesse lendo os meus pensamentos. "Você está em um galpão cheio de prostitutas, somos uma parte do tráfico da Lalisa Manobal, Ela é a responsável por tudo, a chefona, mas irá conhece-la daqui a pouco. Tem também os encarregados de cada área do tráfico, o Kim Namjoon é responsável pelo tráfico de prostitutas. Ele decide os clientes e acerta os valores, é essencial que tenhamos respeito - e medo - por ele, assim não teremos um fim igual o da Jessi" Sana começa a explicar