innocence - Jenlisa

cap.36

Os dias seguintes passaram de forma lenta e dolorosa para a minha pessoa. A culpa pelo o que fiz estava pesando nas minhas costas e parecia ficar cada vez mais pesada toda a vez que Lisa me abraçava nas noites em que eu não conseguia dormir, e por mais que eu tentasse manter-la afastada de mim, era quase impossível impedir que Lisa me abraçasse, já que era aquilo a única coisa capaz de me fazer dormir durante as últimas noites. Lalisa Manobal é como o meu remédio pessoal para insônia, e os efeitos colaterais são totalmente inevitáveis.

Mesmo sem conseguir afastá-la, fazer isso por conta própria e me afastar parece tão difícil quanto. Não consigo evitar em cair nos braços da chefe todas as vezes em que seus lábios encontram os meus, hesitar ao toque dela é totalmente impossível, e é como se toda a culpa e toda a raiva que ambos estamos sentindo desaparecesse sempre que estávamos juntas, como se tudo à nossa volta não importasse. Porém, sempre que nos separávamos, era como se tudo o que sentíamos e nos culpávamos voltasse à toma, e tudo ao redor somente deixava os sentimentos mais intensos e provocava nossas escolhas.

A presença das outras pessoas somente piora a situação, ser obrigada a encarar todos os outros chefes dia após dia é como uma tortura pessoal para mim, principalmente quando se trata de Jimin. O loiro não evita em me encarar ou chegar perto demais da minha pessoa toda vez que Lisa vira as costas, e todas as minhas tentativas de afastá-lo foram tão em vão quanto as minhas tentativas de me afastar de Lisa. Park tem me pressionado à respeito de Lisa e mesmo que eu continue insistindo na ideia de não ficar longe da mesma, Jimin tenta colocar ideias sem sentindo em minha mente.

No momento é como se eu não soubesse como agir ou o que dizer, apenas sigo os outros e faço o que é pedido, evitando reclamações ou atitudes que piorem a minha situação dentro da mansão. Eu não sei o que esperar dos próximos dias, e as palavras de Jimin sobre a chefe de olhos castanhos ainda me assustam, e mesmo que eu tente extrair qualquer informações sobre o assunto, não consegui nada que pudesse me ajudar.

Esses pensamentos ocuparam a minha mente durante a última noite, e nos meus sonhos os problemas me afetavam ainda mais, como se não pudessem me deixar mesmo nas horas em que tentava me livrar deles. Nem mesmo os braços de Lisa e suas palavras para tentar me acalmar foram suficientes para inquietar-me, e por esses motivos eu acabei acordando mais cedo do que devida, sem conseguir voltar a dormir nas horas seguintes.

Virei e revirei na cama várias vezes, sentindo o peso do corpo de Lisa sobre o meu. Ela dormia tranquilamente ao meu lado, sua respiração estava calma tal como suas expressões, como se tudo desaparecesse em míseras horas de sono, para que fosse voltar junto ao nascer do dia. Seus cabelos lisos estavam perfeitamente desarrumados e caiam sobre o seu rosto, e eu poderia ficar a observando por horas, admirando seus traços delicados e seus lábios rosados que ficam semiabertos, para que a respiração possa continuar calma como está.

Eu virei o meu corpo de lado e puxei o edredom grosso e branco para mim, cobrindo o meu corpo encolhido e lutando contra mim mesma para tentar voltar a dormir, mas a luz do sol de manhã que já entrava no quarto pela pequena fresta aberta na janela impedia que eu conseguisse realizar tal ato, deixando-me ainda mais animada. Lisa ainda continuava em um sono profundo e estava longe de voltar a acordar, por isso decidi levantar e tomar café da manhã, pensando que provavelmente não haveria mais ninguém acordado a essa hora.

Sai debaixo das cobertas e pisei no chão frio, sentindo o meu corpo ficar arrepiado e andando devagar até o banheiro, em seguida escovando os meus dentes e prendendo os meus cabelos. Vesti o hobby azul claro de Lisa para cobrir o meu pijama curto, calcei os meus chinelos e tentei sair do quarto fazendo o mínimo de barulho possí­vel. Olhei para Lisa pela última vez antes de sair do quarto, acalmando-me ao ver a paz em que ela se encontrava, antes de fechar a porta do quarto com cuidado para evitar qualquer barulho alto.