cap.33

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Os dias seguintes se sucederam de uma forma que nem eu mesma fui capaz de perceber, já que os passei trancada na mansão de Lisa. Depois daquela noite no quarto de Jimin, eu não tive coragem de sair do quarto de Lisa, com medo de encarar qualquer outro chefe ou correr qualquer outro risco dentro desta casa enorme. A chefe de olhos castanhos tem estado completamente fria com a minha pessoa, trocando poucas e grossas palavras comigo todos os dias e tornando-se uma pessoa completamente diferente quando já é noite, e eu preciso de alguém ao meu lado que evite os mais cruéis dos pesadelos, ou apenas me console quando acordar gritando.

Lisa tem passado todas as noites ao meu lado, deixando que eu me acolha em seus braços sempre que meu corpo começa a tremer, sussurrando palavras calmas e consolantes em meu ouvido com sua voz sonolenta até que eu volte a dormir, mostrando-me o seu melhor lado durante a madrugada para que volte a ser ruim toda vez que o sol nasce.

Ela parece desconfiada do meu medo inacabável apesar de não perguntar à respeito, lançando-me olhares feios toda vez que me encontra encolhida dentro de seu quarto, como se já soubesse o motivo dos meus atos, ou apenas usando seu silêncio como punição para o que eu fiz ou deixei de fazer.

Não tive notícias de Jimin, da minha irmã ou de qualquer outra pessoa do galpão, e tento prestar atenção em cada palavra dita nos corredores vagos da mansão todas as poucas vezes que me aventuro a sair do quarto, voltando pouco tempo depois com medo de encontrar com o Min ou com qualquer outro chefe que não seja a Lalisa.

Depois de uma noite inteira de gritos e pesadelos, eu finalmente fui capaz de acordar, rolando para o outro lado da cama e percebendo que a mesma estava vazia, indicando que Lisa já havia acordado há um tempo. Abri meus olhos enquanto bocejava preguiçosamente, espreguiçando-me ainda deitada e percebendo a presença de alguém no banheiro do quarto, devido ao barulho vindo do cômodo, sem ter ideia de quem poderia ser .

- Lisa? - Minha voz sonolenta soou como um eco pelo quarto inteiramente branco, poucos segundos depois recebendo a resposta da pessoa que ainda estava no banheiro.

- Jennie? Que bom que acordou, querida, já passa das onze da manhã. - A voz, que não era de Lisa, soou do banheiro, e eu demorei alguns segundos para assemelhar de quem era àquela altura.

- Amma? O que está fazendo aqui? - Perguntei para a mulher, vendo-a sair do banheiro com o mesmo sorriso casual em seu rosto, um sorriso certamente forçado, já que é impossível sorrir espontaneamente estando em um lugar como essa. Amma tem me ajudado muito nos últimos dias, ela é como uma verdadeira mãe para todos que vivem por aqui, incluindo eu. Ela me trata de uma forma acolhedora e maternal, como se soubesse realmente pelo o que estou passando e o que preciso no momento.

- Lisa pediu que eu arrumasse o quarto, mas esperava que você estivesse acordada. Quando vi que você ainda dormia decidi começar pelo banheiro e depois te acordar. Lisa me deixou um recado para te dizer. - Informou a mulher mais velha, sua pele mulata tinha um tom maravilhoso e combinava com seus olhos claros e seu cabelos curto.

- Eu não dormi muito bem essa noite, acabei ficando cansada e dormi mais do que deveria. - Dei os ombros. - Qual recado é esse que a Lisa pediu que me dissesse? - Perguntei hesitante, sentando-me na cama e puxando as cobertas para mim e me acolhendo novamente dentro delas.

- Ela exigiu que você fique o dia inteiro no quarto ou no porão, isso fica à sua escolha. Pediu que eu mandasse você tomar café da manhã na cozinha e depois fosse diretamente para um dos lugares que escolher, e só pode sair quando ela permitir. - Avisou, mantendo suas palavras firmes e diretas.

- Por que ela exigiu isso? - Perguntei, sem querer sair da cama devido ao cansaço que dominava o meu corpo e a minha mente.

- Não sei exatamente, ela não teve tempo de conversar, estava atrasada para um compromisso. - Explicou e eu apenas assenti com a cabeça. - Bem, acho melhor você ir logo, Lisa me deu as ordens às oito da manhã, e são quase onze e meia agora.

innocence - JenlisaWhere stories live. Discover now