innocence - Jenlisa

cap.21

Uma semana pode passar tão rápido quanto se imagina, ou desesperadamente devagar quando se trata de algo que esperamos, e a última semana, para mim, não poderia ter passado mais devagar. Uma semana inteira trancada com pessoas que não gostam de mim, sem nenhum sinal dos chefes, apenas de breves visitas de Namjoon para checar a ordem por aqui e dar recados curtos, que servem só para nos deixar informadas sobre o que está a acontecer na boate.

A boate esteve fechada durante a semana, Namjoon não quis dizer o real motivo para o tal intervalo que nós tivemos, apenas disse que não sabe ao certo quando poderemos voltar às nossas funções. A maioria pareceu satisfeita com o tempo de folga, porém algumas pareciam um pouco incomodadas com a situação. Não tive notícias de Lisa ou de Jimin durante todo esse tempo, e a cada dia que se passava eu me sentia mais curiosa para saber por onde eles estavam a andar.

Sete dias parece ser o tempo suficiente para receber leves influências das que vivem a minha volta. As minhas roupas ficaram impregnadas com o forte odor dos cigarros que muito são fumados por aqui, com o tempo me acostumei com isso e acabei até mesmo por gostar do cheiro dos diferentes cigarros que se misturam durante o dia.

Os dias tem sido carregados da mesma rotina que todas parecem seguir de costume, as noites ficaram sem ter o que fazer, algumas meninas tentam criar algo que pudesse divertir a todas, mas quase ninguém teve coragem de participar ou ao menos se animar para fazer isso.

Eu apenas conversava com algumas garotas aqui dentro, além da minha irmã e de ter que responder os comentários ofensivos de Sana ao meu respeito, ainda consegui confiar em algumas mais que não me olham com desgosto ou que apenas não demonstram isso.

Caminhava até o canto da frente do galpão para encontrar as tais meninas e tentar conversar normalmente, depois de comer e de ajudar com a arrumação do galpão, eu não tinha o que fazer. Todas lançaram sorrisos discretos ao me ver, fumando alguns cigarros não muito comuns e com cheiros fortes, me receberam enquanto conversavam sobre qualquer assunto aleatório.

- Mas então, Jennie. - Uma das meninas, Nayeon, me chamou a atenção, por um único momento meu de distração. - Se acostumou com a vida por aqui no galpão? O começo é uma merda, mas depois de alguns cigarros de graça e legalizados aqui dentro, você acaba se acostumando. - Ela riu e levou o cigarro a boca mais uma vez, dando um longa tragada e deixando que a fumaça saísse pelo seu nariz.

- Uh, eu acho que está melhor do que antes, ainda acho que todas me odeiam, mas tirando isso, não está tudo tão ruim. - Acabei por mentir quando falei, afinal as coisas não poderiam estar piores.

- Tudo fica melhor depois de alguns cigarros. Tome, pegue um. - Havia uma pequena bandeja no meio das garotas, a mesma foi colocada na minha frente, com alguns cigarros bem incomuns para mim, junto à um maço comum.

- Não parecem cigarros normais. - Peguei um e analisei o mesmo, ele era maior do que o comum e pareciam ser mais escuros, com um tom esverdeado escuro e um cheiro desagradável para mim, que não estou acostumada.

- Não são simples cigarros. Uma das únicas vantagens de estar nesse inferno são as drogas que nos dão. Não é muito fácil quanto parece conseguir tanta maconha assim, por certo lado temos sorte. - A amiga de Nayeon, Momo, explicou, tirando a bandeja das minhas mãos e pegando um dos cigarros maiores.

- Não vou aceitar, não parecem ser bons. - Enruguei o nariz ao sentir o cheiro forte da fumaça que passou pela minha pessoa, recusando qualquer coisa que estivesse ali.

- Então pegue um desses. - Nayeon me entregou um cigarro comum retirado do maço, eu peguei o mesmo e o coloquei entre os meus dedos, sem ter certeza que faria o que tinha em mente. - Acredite, por aqui um cigarro é mais do que necessário. - Ela pegou um isqueiro dentro da rodinha formada e pediu que eu colocasse o cigarro na boca.