cap.23

1.2K 102 9
                                    

Dor. É a definição perfeita do que eu estou a sentir neste momento, não só por conta do primeiro tapa que recebi de Lisa, acertado em cheio na bochecha, mas também pela sensação de ser a responsável por todas as coisas ruins que estão a acontecer com todos a minha volta. Não tenho culpa por estar aqui, minha ingenuidade acabou por deixar-me enganar e ser obrigada a estar onde estou, sem qualquer direito de reclamar ou me arrepender.

Não poderia ter evitado muitas situações, como ter sido levada para as mãos frias de Lisa no meu primeiro dia aqui, entregando a ela dentre tantas outras coisas, mais preciosa que eu poderia ter. Por outro lado, poderia ter evitado muitas outras. Não deveria ter bebido na primeira festa e deixado o meu inocente corpo ainda mais vulnerável, poderia ter tentado esconder as lágrimas e encarado aquele primeiro cliente, entre muitas outras coisas.

O maior arrependimento que tenho é em relação à Lisa. Percebi que me enganei completamente ao achar que seu tratamento comigo seria diferente do que aqueles que as outras garotas recebem, foi só quando senti meu rosto ser atingido pelo tapa que pude perceber o quão agressiva e possessiva Manobal consegue ser. Depois que ela me pegou a conversar com Jimin, fui arrastada de imediato para fora do quarto, tendo apenas o olhar desesperado de Park em minha direção, como se estivesse a gritar.

Assim que chegamos ao estacionamento, Lisa me colocou dentro do carro e dirigiu feito uma louca para fora daquele hospital, e só foi capaz de parar de acelerar assim que chegamos na rua da mansão. O carro foi estacionado de qualquer jeito na rua e logo eu me encontrava para fora do mesmo, e antes que eu pudesse dizer ou fazer qualquer coisa, senti minha face sendo atingida pela mão pesada de Lisa, o impacto foi tão grande que meu corpo acabou colidindo contra o chão, e o meu rosto, arranhado.

- Pequena, você tem que aprender a obedecer as minhas ordens e colocar na sua cabeça que você é minha. E tudo o que é meu não pode ser divido com outro alguém, principalmente uma coisa tão preciosa como você. - Ela disse e se agachou ao lado do meu corpo, passando as mãos pela minha perna com desejo, até chegar na minha bunda, apalpando a mesma. - O seu corpo é maravilhoso e a sua inocência deixa tudo melhor, sabe quantos rapazes desejam te ter? Muitos, pequena, mas você é uma exclusividade minha e não vou permitir que se aproxime de outra pessoa.

Lisa se levantou sem pressa e observou o meu corpo caído por alguns segundos, os mesmos que pareceram como minutos para a minha pessoa, até que por fim começou a abrir a boca inúmeras vezes, tentando dizer algo que parecia não conseguir sair da boca dela. Tentei levantar inúmeras vezes, porém tudo ao meu redor estava a girar, e mesmo que eu tentasse, era quase impossível ficar apoiada sobre os cotovelos sem sentir vontade de desmaiar.

- Eu poderia muito bem te espancar até ter seu sangue nas minhas mãos, mas não te quero ferida e muito menos que você ache que eu sou o monstro que todos dizem. Não sou tão horrível assim, só sei defender o que é meu. - Impressionantemente, a de olhos castanhos acabou por estender a mão na minha direção, deixando que eu pegasse a mesma e me ajudando a ficar de pé. - Isso foi só um aviso e uma amostra do que eu sou capaz de fazer. - Continuou ela a observar meu rosto arranhado, fazendo uma cara feia enquanto passava os dedos pela parte que raspou no chão de concreto.

Sem dizer mais nada, Lisa apenas me levou de volta para o carro e foi capaz de dirigir sem pressa, mesmo que a mansão estivesse no final da rua. A mansão era a única casa da região, haviam apenas alguns pequenos comércios em volta, todos de portas fechadas e com algumas pessoas a observar o carro preto e grande passar. Os portões de segurança foram abertos enquanto Manobal mexia em seu celular, colocando o aparelho no viva-voz.

- Namjoon, chame um médico que esteja no galpão e o mande para mansão, agora. - Lisa falou assim que a pessoa atendeu, impedindo que o Kim dissesse uma palavras sequer. - Peça para ir até o meu quarto, estarei esperando por lá.

innocence - JenlisaWhere stories live. Discover now