innocence - Jenlisa

cap.35

Os momentos seguintes passaram como um borrão na minha mente. O quarto escuro de Jimin estava envolvido em uma nuvem de fumaça de cigarros, o cheiro era quase insuportável causava-me enjoo e eu mal conseguia me mexer sem que a culpa dominasse os meus movimentos. A imagem de Lisa não saía da minha cabeça em nenhum segundo sequer, tal como sua voz e todos os seus atos contra a minha pessoa. Ela foi capaz de arruinar a minha vida em poucas semanas enquanto me iludia e encobria os seus atos com palavras e toques que me hipnotizavam, e foi necessário que eu lesse seu diário às escondidas para perceber em o que estava realmente envolvida.

Mesmo assim, não pude deixar de me sentir culpada toda vez que sentia o toque de Jimin no meu corpo, e por mais que tentasse não pensar na chefe de olhos castanhos, era a imagem dela que ocupava-me sempre que os lábios do loiro tocavam o meu pescoço, e queria deixar de admitir que não há toque algum que se iguale ou supere o de Lalisa. Quando estou em suas mãos sou como seu pequeno e frágil fantoche com quem ela sabe exatamente como lidar, os lugares certos onde deve tocar e as palavras certas a dizer.

Tudo é muito diferente com Jimin, que é cuidadoso com exagero e não causa à mim o mesmo impacto que Lisa, a vontade e o desejo de que tudo se repita inúmeras vezes não existe com o Jimin, diferentemente com a de cabelos lisos, que me faz desejá-la em todos os momentos. E por mais que tenha feito tanto mal para mim, Manobal é a única que realmente pode dar o que eu preciso.

O corpo rígido de Jimin desmoronou sobre o meu depois de ter estado satisfeito, ele ainda matinha as mãos na minha pessoa e acariciava-me com cuidado, como se estivesse com medo de me machucar. Ele cobriu nossos corpos despidos com o fino lençol que cobria a cama, e só de voltar a sentir o cheiro de nicotina do quarto junto ao sentimento horrível que o lugar me proporcionava fazia-me querer sair correndo dali.

Eu me sentia culpada e ao mesmo tempo orgulhosa de mim mesma por ter me arriscado tanto. A raiva e o ódio que sentia anteriormente sobre Lisa sumiram no momento em que Jimin me tocou, como se eu só precisasse me sentir culpada para lembrar dos meus sentimentos à parte quando se trata de Lalisa Manobal. Mesmo que eu tente esconder certas coisas de mim mesma, está se tornando impossível negar que eu realmente tenho um afeto pela chefe, sempre que sei que ela está por perto me sinto mais segura e mais reconfortada, porque sei que posso correr para os seus braços quando quiser.

Não entendo como posso sentir esse tipo de coisa por alguém que foi e ainda é capaz de causar tanto mal às pessoas ao seu redor. Porém, é como se todas as coisas ruins fossem eliminadas com suas palavras e seus olhos fixos nos meus, o castanho que possuem é capaz de iluminar o que antes haviam deixado escuro, e essa luz é tudo o que eu preciso para que todo o ódio desapareça por completo.

- Sabe, Jennie. - A voz de Jimin ao meu lado me despertou de meus pensamentos , fazendo com que eu deitasse o meu corpo de lado para encara-lo. - Eu sempre te desejei, desde o momento em que te vi no galpão, você estava com muito medo e sua inocência atraiu todos os chefes. - Comentou ele, rindo um pouco, claramente alegre. Ele virou seu corpo para o lado oposto e esticou seu braço até o criado mudo, pegando o maço de cigarros quase vazio e o isqueiro, colocando um cigarro entre seus dentes e acendendo o mesmo. - Quer um cigarro? - Ofereceu-me.

- Eu até gostaria, mas acho que já fiz muitas coisas que a Lisa não aprovaria. - Neguei, olhando para a pequena chama que se formou na ponta do cigarro e vendo Jimim tragar calmamente, deixando que a fumaça se misturasse com a névoa de nicotina já espalhada pelo quarto.

- Acha mesmo que se a Lisa descobrir que nós transamos ela vai ligar para o fato de você ter fumado um cigarro? - Questionou, colocando um cigarro na minha frente, como se quisesse me provocar.

A história continua abaixo

- Prefiro não arriscar. - Insisti, empurrando o cigarro para longe de mim.