Capítulo 43

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Mariana

Duas horas depois

Deitada na cama deixo um sorriso escapar de felicidade e incredulidade de meus lábios.

“ Nós realmente fizemos amor.”

Tudo bem que para todos os efeitos isso foi errado, ele é meu primo, tinha acabado de terminar um relacionamento e existiam amantes dele por aí que fariam mil vezes melhor o que eu fiz, contudo foi especial, foi lindo e gostoso, muito gostoso. Sonhando acordada respiro fundo e ajeito-me melhor na cama, fecho os olhos e logo fleches do nosso momento juntos voltam com força em minha mente, quem diria que de uma situação ruim poderia surgir algo realmente bom.

“ Ah vovó, queria que senhora estivesse aqui para compartilharmos esse momento de felicidade, sei que a senhora não nos julgaria.”

Cansada deixo-me ser tomada pela sensação gostosa dos lençóis acariciando minha pele, e sem muita demora sinto minha mente aos poucos se desligando da realidade.

Horas depois.

— Você realmente parece uma palhaça Mariana, uma gorda palhaça.

Sinto meus olhos se encherem de água, e minha visão começar a ficar embasada.

— O que eu te fiz Karoline?
— Nasceu Mariana e depois apareceu nas nossas vidas, agora olhe para você, acha mesmo que eu lhe ajudaria a ficar bonita para meu irmão, se enxergue garota.
— Eu não lhe pedi nada.
— Não mesmo, mas acreditou que eu fosse realmente ser legal com você pelo menos uma vez.
— Você é tão ridícula quanto sua mãe.
— Falou a garota com maquiagem de palhaço, sabe meu trabalho ficou mais engraçado que os filtros do Instagram.

Rindo da minha situação Karoline empurra-me pelo ombro e segue rindo até a porta do quarto por onde sai. Sentindo as lágrimas quentes descerem por minha face olho-me no espelho e vejo a base branca cobrindo boa parte do meu rosto, o batom vermelho que fora usado para pintar uma bola em meu nariz e que também fora usado para pintar de um modo desajeitado meus lábios, um delineador azul também foi usado para pintar parte da minha testa e das minhas sobrancelhas em um formato triangular igual ao filtro de palhaço que existe no Instagram, humilhada passo as mãos sobre a face tentando tirar a maquiagem que misturada as minhas lágrimas tornam-se uma bagunça.

Assustada sento-me na cama enquanto respiro rapidamente e sinto uma fina camada de suor cobrir minha testa, devagar vou situando-me e assim que estou mais calma sinto a bile subir em minha garganta e uma vontade incondicional de vomitar surge, imediatamente levanto-me da cama e mesmo com as cobertas se enroscado em minhas pernas sigo para o banheiro, assim que chego abro a porta com rapidez e vou logo em direção ao vaso, abro a tampa e abaixo-me e coloco tudo para fora, vômito enquanto sinto meus olhos arderem e minha garganta queimar, passo alguns longos minutos abaixada e quando finalmente termino, abaixo a tampa, dou a descarga e sento-me em cima da tampa da privada, abaixo a cabeça e passo minhas mãos pela face.

— O que está acontecendo comigo?

Sentindo as dores fortes novamente no estômago, levanto-me vou até a pia, lavo a boca e o rosto, depois volto para o quarto e paro ao lado da mesinha de cabeceira, ligo o celular novo e vejo que já passa das duas da manhã. Sentindo-me muito enjoada e com dor resolvo finalmente tentar ir ao hospital. Devagar calço meus chinelos, sigo até a porta á abro e saio corredor a fora, ando em direção a porta do quarto da minha mãe e logo paro em sua frente e bato duas e logo depois entro.

— Mãe.— Falo tentando acorda-la sem á assustar. — Mãe.
— Hum?
— Não estou bem.— Logo ela abre os olhos e senta-se na cama.
— O que está sentindo?— Pergunta um pouco sonolenta.
— As dores fortes no estômago, enjoos e vômito, não melhorei absolutamente nada.
— Tomou o remédio?
— Sim, não resolveu.
— Então vamos para o hospital, vou chamar seu primo.
— Não... quero dizer, ele está cansado mãe, precisa descansar.
— Aposto que ele não se recusaria a te levar ao hospital.
— Eu sei, mas ele já vem passando por muita coisa, não quero o deixar mais preocupado.
— Está bem.— Diz convencida enquanto tenta ajeitar os cabelos.— Vou chamar seu tio.
— Certo.— Falo enquanto encosto na parede e levo as mãos até a barriga.

Lírio De PrataWhere stories live. Discover now