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• L E N N O N •

📍Ipanema, Rio de Janeiro
🗓 quinta feira, 27 de outubro

E hoje já é o finalzinho da semana. E pra falar a verdade essa semana passou voando de novo. Foi uma semana bem confusa pra mim. Não aconteceu nada diferente do normal, porém essa loucura de gravidez, tá ocupando muito a minha mente.

Tentei passar bastante tempo com a Juliana, pra ela entender que eu não quero que a nossa relação mude daqui pra frente. E parece que ela já entendeu isso. Do mesmo jeito que ela já entendeu toda essa história.

Ainda tá um clima meio estranho por causa de domingo, mas eu estou me esforçando para tirar esse clima e parece que ela também. Na noite de ontem ela me deixou chegar perto, diferente das últimas noites. E hoje de manhã ela me deu bom dia com três selinhos antes de ir pra faculdade, diferente dos últimos dias que ela nem fazia barulho para sair.

E isso é um sinal. Eu sei que é.

Eu pensei que ela não levaria tão bem essa história. E pelo contrário, ela tá bem de boa com isso, ou é o que parece. Ontem ela disse que não tem nada haver do que eu vivi com a Giulia no passado, e o que importa realmente é o nosso presente e o nosso futuro. E essa palavras não saíram da minha cabeça. Porque ela tinha razão.

No domingo eu pensei que ela surtaria da forma que nunca mais iria querer saber de mim. Mas não. Claro que ela estava no total direito de brigar, até porque se fosse ao contrário eu não acharia legal isso. Então se ela falasse várias coisas, me xingasse e tudo, eu apenas iria ficar quieto, porque estava no erro.

— ouuuu, Lennon? — eu vejo a Juliana aparecer no quarto — você ouviu alguma coisa do que eu disse? — ela perguntou

— o que cê disse? Eu tava viajando. — eu disse e ela revirou os olhos

— esquece. — Ela entra de novo no banheiro e eu levanto da cama para ir até lá

— fala, amor. — eu disse entrando no banheiro vendo a mesma terminar a maquiagem

— não quero mais. Tô falando com você tem uns 5 minutos, e você não tava prestando atenção, cara. — Ela fez o típico drama e eu a abracei por trás

— fala de novo, preta. Agora eu vou prestar atenção, prometo. — eu coloquei o rosto na curva do pescoço dela

— era pra você prestar atenção naquela hora. Agora eu não quero mais falar. — ela continuou com a marra e eu chupei seu pescoço sentindo a mesma arrepiar — saiiii fora, Frasetti. — Ela me empurrou e eu ri

Encostei na parede olhando ela e não pude deixar de reparar naquela mulher da minha frente. E com toda a certeza Deus caprichou nessa aqui. Tava muito inspirado.

Me aproximei de novo e ela parou o que estava fazendo para me olhar. Segurei com as duas mãos sua cintura nua e virei seu corpo para mim. Ela cruzou os braços fechando a cara e eu ri.

Marrenta.

— vai ficar com essa marra? — pergunto e ela concorda com a cabeça e eu levei o rosto para mais perto do seu. Aproximei meus lábios do ouvido dela e senti a mesma descruzar os braços — gostosa. — eu disse baixo em um tom rouco de propósito

Afastei um pouco meu rosto para poder olhar ela que tinha um sorrisinho no canto dos lábios.

Pelo menos a marra acabou. Eu acho.

— fala de novo, eu não ouvi. — ela mentiu colocando uma das mãos na minha nuca e eu sorri aproximando nossos rostos deixando nossos lábios a centímetros de distância

— gostosa. — eu repeti apertando sua cintura sentindo a mesma enfiar as unhas sobre a minha pele

[...]

— vem aqui, insuportável. — ela puxou o meu braço para um canto qualquer daquela festa que estava um tédio só

A gente chegou aqui tem algumas horas e pra falar a verdade eu não vejo a hora de ir embora.

— que foi, fã? - pergunto e ela abre um sorriso enorme falso

— tira uma foto minha? — ela perguntou e eu neguei com a cabeça — por favor, preto. — Ela fez bico

— eu já tirei umas vinte fotos suas desde que a gente chegou, Juliana. — eu disse

Ela tá me achando com cara de faz tudo, só pode.

— e adivinha? Eu não gostei de nenhuma delas. Mas, agora tá com um ângulo bom aqui. — ela se referiu do lugar — eu vou gostar. — ela me entregou o celular e eu continuei com os braços cruzados - vaiiiiii amor. — Ela choraminga me abraçando pela cintura — por favor. — Ela jogou a cabeça pra trás fazendo bico de novo e eu reviro os olhos

— cê é chata em mané. — eu pego o celular que ela me entregava

— seja humilde, Frasetti. — ela fala sentando no banquinho e eu sorri

E ela não para de falar essa frase. Alguém avisa ela? Eu não aguento mais.

[...]

A gente finalmente tá indo embora dessa festa insuportável de um amigo meu, que eu só fiz questão de ir por consideração e porque ele insistiu muito. Mas que estava chata eu não posso negar.

— sabe o que eu queria agora? — ela perguntou do nada queveanfi o silêncio que estava no carro E eu a olhei — açaí. — Ela me olhou quando parou no farol vermelho

— do nada, marrenta? — eu ri e ela concordou com a cabeça — só que pensando bem, deu mó vontade de açaí memo'

— você que sabe dos lugar aqui, vamo' comprar onde? — ela desviou o olhar para a rua

— eu não faço a mínima ideia onde tem lugar vendendo açaí. — eu avisei e ela me olhou com desdém

— você não sabe de nada também né. — Ela revira os olhos — quando você compra açaí, você compra na onde? Vem do céu? — ela arqueou a sobrancelha

— eu não compro açaí as onze horas da noite, né Liana. — eu apertei de leve a coxa dela que eu estava com a mão

— vamo' ver se tem algum delivery que entrega essa hora. Se não, amanhã você vai pagar meu açaí. — Ela fala e eu dou risada sentindo o carro se movimentar

— tu tá muito folgada hoje. Vou começar a cobrar cada favor teu, Liana. — eu disse e ela colocou uma das mãos no peito fingindo estar ofendida

— credo, Frasetti. Cadê sua humildade? Seja humilde. — Ela fala e eu reviro os olhos — e a minha presença na sua vida, já paga os favores que eu te peço. — Ela fala e eu gargalho

Convencida até a morte.

— agora eu que te falo, seja humilde, Liana. — eu disse e ela riu

— para de me chamar assim. — o humor dela mudou tão rápido que agora ela estava com o drama — odeio esse apelido. — ela disse passando um olhar em mim antes de voltar para a rua

E eu sabia que ela odiava esse apelido? Claro que sabia, por isso eu insistia em chamar ela assim.

— e eu sempre quis saber o por quê. — eu disse e ela me olhou

— não me traz boas lembranças. — Ela disse e eu fiquei a olhando esperando ela falar história — não tem nada demais. Porém, tinha um menino na escola que me chamava assim, porque ele não sabia meu nome direito. E eu odiava porque ele era um filha da puta, comigo. — Ela explica

— Papo reto? — pergunto e ela concorda com a cabeça

— era um menino lá da rua, você não lembra?

— prefiro não lembrar dessa época. — eu disse lembrando de várias coisas e ela riu

— sei bem por quê.

Tudo Pelo Marketing - L7nnon Where stories live. Discover now