Um click de ferrolho destravando evidenciava o sucesso do arrombamento da porta lateral da casa de Inez García. Aliza arfou e olhou, sobressaltada, para Jade, que sorria maliciosamente enquanto arqueva a sobressancelha, precocemente vitoriosa.
— Não acredito que você arrombou a porta dela com um clipe de cabelo! Achei que essas coisas só aconteciam na ficção — Aliza falou, enquanto ambas na pontinha dos pés.
— Toda ficção tem um pé e meio na realidade, minha cara — Jade disse, já inspecionando a cozinha com o olhar.
— Se ela nos pega aqui estamos fritas.
— A gente inventa alguma coisa caso isso aconteça.
— E você acha que ela vai acreditar? — Aliza disse, sobressaltada.
— Claro que não, mas vai fingir que sim para manter a pose de sonsa sociopata que ela tem.
Aliza deu de ombros, ajeitando a bolsa no ombro. Ambas começam a andar pelo lugar, procurando por algo que nenhuma das duas sabiam exatamente o quê.
— Por onde a gente começa? Dúvido muito que encontraremos algo de suspeito na cozinha. A única certeza que teremos é que a magreza esplêndida dela se dá por ela só comer legumes e desnatados.
Jade respira fundo, mesmo Aliza tendo razão.
— A gente começa pelo covil dela: o quarto.
Jade recupera seu sorriso e as duas parte para a missão que se propuseram a realizar. O silêncio da casa era supremo e o único som que se fazia ali era o de seus sapatos, e depois de um outro segundo silêncio, o som da porta da cozinha abrindo e fechando.
De repente, um terceiro som de sapato batucava no chão da casa de Inez.
LEON OBSERVAVA DE LONGE seus pais preferirem Nathaniel como filho. Mesmo tendo dado defeito por um ano e feito coisas até piores do que ele, seus pais continuavam o paparicando como um produto original de fábrica que deu certo e precisava apenas de algumas atualizações no funcionamento geral. O problema era ele. Leon. O problema sempre foi ele.
Sentado do outro lado da sala, Kawe observava com empatia a tristeza quase disfarçada de Leon. Depois olhou para Nathaniel e reprovou sua posição de atacante no jogo sórdido familiar que tinha se tornado o póstumo jantar. Levantou-se de onde estava, sendo acompanhando pelo olhar de Nathaniel, fingindo prestar atenção no que Sara lhe dizia, e sentou-se ao lado de Leon, repousando a mão sobre sua perna e sorrindo de lado.
— Eu já contei para vocês o quanto o Kawe é inteligente. Ele é bolsista no San Roman, e vocês sabem o quanto é difícil e elitista aquela colégio — Leon anuncia, Kawe pigarreia.
— Verdade? Estou impressionada, Kawe. De onde você é mesmo? — Sara pergunta.
— Alagoas — ele responde.
YOU ARE READING
Me Encontra (NOVELA GAY)
Teen FictionKawe não imaginou que sua vida mudaria tanto quando saiu de Alagoas e foi morar numa das grandes metrópoles mundiais para estudar numa escola de gente rica. Logo quando chega ele acaba se envolvendo numa bela confusão envolvendo os arquinimigos Nat...