Kawe não imaginou que sua vida mudaria tanto quando saiu de Alagoas e foi morar numa das grandes metrópoles mundiais para estudar numa escola de gente rica.
Logo quando chega ele acaba se envolvendo numa bela confusão envolvendo os arquinimigos Nat...
Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
O sol entra pela janela de Kawe, batendo em seu rosto e iluminando todo o pequeno quarto.
— Acorda, dorminhoco!
Lucinda grita, escancarando a porta e batendo com uma colher de pau numa frigideira cor de rosa. Kawe resmunga, esfregando os olhos e com muito esforço se sentando na cama.
— É dia de primeiro dia de aula na escola dos playba, rapaz! Vamos melhorar essa auto estima aí! Pra cima, pra cima! Hey, hey hey!
— Ah... Ótimo.
Em torno de uma hora, Kawe já tinha tomado banho, se vestido, tomado seu café da manhã, escovado os dentes e lavado a louça, apenas esperando Lucinda se aprontar para levá-lo ao Colégio.
— Tia Lucinda, a gente vai se atrasar!
— Já acabei!
Lucinda surge com uma roupa colorida, em tons de rosa e verde, com o cabelo amarrado num rabo de cavalo, brincos de argola, combinando com a roupa e tênis esportivo (assim como toda a roupa). Sobre a maquiagem, a modesta foi dispensada com todo aquele arco íris e batom neon.
— Tô pronta! - ela diz.
— Sério? - Kawe responde.
— Vamos!
Lucinda sai na frente.
— Botou gasolina no fusca? - Kawe grita.
— Claro que sim. Você acha que eu sou alguma retardada? - Lucinda grita.
— Esqueceu a chave!
Kawe grita, agarra a chave e sai correndo atrás dela.
O caminho todo, Kawe ouviu em volume alto uma banda de tecnobrega que sua tia amava. Quando o fusca parou em frente à escola, que por sinal era maravilhosa, não passou despercebido pelos alunos que entravam e os outros grandes carros parados na entrada.
— Caramba, isso aqui parece um shopping de luxo para adolescentes - Lucinda diz.
— Uau! - Kawe fala, encantado. - Só tinha visto coisa parecida na televisão.
— Boa sorte.
— Obrigado, tia.
Kawe engole em seco, abre a porta do fusca e sai. O frio na barriga era intenso e ele teve vontade de entrar naquele fusca e ir embora de volta para Alagoas.
Ele ajeita sua mochila nas costas, respira fundo e vai em direção ao portal principal. Incrivelmente, ele teve uma sensação muito esquisita assim que pôs o primeiro pé dentro da escola. Como se sua vida nunca fosse ser a mesma depois disso. Ele caminha, observando toda a extensão do prédio. Os corredores eram imensos e quem passava por eles tinha uma visão perfeita do grande pátio, com gramas verdes e cheirosas.
