19 • Bem-vinda ao Submundo

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❝ Sentir pena dos culpados é trair os inocentes! ❞

- Ayn Rand

- Ayn Rand

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BELLA

Não reparei que a esquina em que viramos dava em um beco sem saída.

Nesse beco, a fachada de uma casa noturna se destacava em cores quentes.

A plaquinha de néon piscava sem parar, mesmo que ainda não estivesse escuro.

“Os Pecadores”, certo.

Ofereci meu braço à Leya para subir os três degraus que levavam à entrada.

Ela se apoiou em mim, mas continuamos de braços dados ao cruzar as portas de vidro.

Foi como ser transportada para um mundo novo.

O lugar era bem iluminado, mas conservava uma atmosfera da noite. Cheirava a CO², utilizado para fumaça artificial.

Paredes pintadas de vermelho, assoalho envernizado, vasos gigantes decorativos, mesas modernas de sinuca e estantes embutidas lotadas de garrafas.

Interessante, no mínimo.

Despertou a vontade de escolher um dos banquinhos estofados do bar e ficar ali, tomando um dry martini, observando a vida passar ao som de Lana Del Rey.

Mais ao fundo havia um palco onde um grupo de mulheres seguia os comandos de uma única bailarina, que fazia a demonstração de um número impressionante de pole dance. Um ensaio.

Fora a presença delas e a nossa, rapazes uniformizados cuidavam da arrumação de mesas e reposição de bebidas.

Imaginei o quanto as coisas deviam se agitar a noite.

Não sou ingênua a ponto de acreditar que isso era um night club comum. E não consegui evitar imaginar como funcionava o esquema de lavagem de dinheiro.

“Será que os mariposas se sentam às mesas, bebem vodka e assistem a um strip-tease enquanto riem da nossa cara?”

“Será que o meu pai frequenta esse clube?”

Quanto a Barone, minha suposição era que ele estivesse na parte administrativa dali – talvez naquele mesmo escritório nos fundos, onde nos encontramos pela primeira vez.

Me preparei para dar aqueles passos conhecidos, sentindo a onda arrepiante do déjà vu.

Tal foi minha surpresa quando um sujeito de cabeça raspada surgiu correndo de outra direção.

— Dona Cataleya! — Ofegou.

Ele tinha uma prótese ocular substituindo o olho esquerdo.

— Eu achei a senhora...

— Eeeita! ¿Qué te passa, Pancho? Vai tirar o pai da forca?

Pancho fez que não.

Engoliu saliva com dificuldade.

BARONE - O JuramentoWhere stories live. Discover now