❝ Sentir pena dos culpados é trair os inocentes! ❞
- Ayn Rand
BELLA
Não reparei que a esquina em que viramos dava em um beco sem saída.
Nesse beco, a fachada de uma casa noturna se destacava em cores quentes.
A plaquinha de néon piscava sem parar, mesmo que ainda não estivesse escuro.
“Os Pecadores”, certo.
Ofereci meu braço à Leya para subir os três degraus que levavam à entrada.
Ela se apoiou em mim, mas continuamos de braços dados ao cruzar as portas de vidro.
Foi como ser transportada para um mundo novo.
O lugar era bem iluminado, mas conservava uma atmosfera da noite. Cheirava a CO², utilizado para fumaça artificial.
Paredes pintadas de vermelho, assoalho envernizado, vasos gigantes decorativos, mesas modernas de sinuca e estantes embutidas lotadas de garrafas.
Interessante, no mínimo.
Despertou a vontade de escolher um dos banquinhos estofados do bar e ficar ali, tomando um dry martini, observando a vida passar ao som de Lana Del Rey.
Mais ao fundo havia um palco onde um grupo de mulheres seguia os comandos de uma única bailarina, que fazia a demonstração de um número impressionante de pole dance. Um ensaio.
Fora a presença delas e a nossa, rapazes uniformizados cuidavam da arrumação de mesas e reposição de bebidas.
Imaginei o quanto as coisas deviam se agitar a noite.
Não sou ingênua a ponto de acreditar que isso era um night club comum. E não consegui evitar imaginar como funcionava o esquema de lavagem de dinheiro.
“Será que os mariposas se sentam às mesas, bebem vodka e assistem a um strip-tease enquanto riem da nossa cara?”
“Será que o meu pai frequenta esse clube?”
Quanto a Barone, minha suposição era que ele estivesse na parte administrativa dali – talvez naquele mesmo escritório nos fundos, onde nos encontramos pela primeira vez.
Me preparei para dar aqueles passos conhecidos, sentindo a onda arrepiante do déjà vu.
Tal foi minha surpresa quando um sujeito de cabeça raspada surgiu correndo de outra direção.
— Dona Cataleya! — Ofegou.
Ele tinha uma prótese ocular substituindo o olho esquerdo.
— Eu achei a senhora...
— Eeeita! ¿Qué te passa, Pancho? Vai tirar o pai da forca?
Pancho fez que não.
Engoliu saliva com dificuldade.
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BARONE - O Juramento
RomanceConhecida como a patricinha revoltada que a mídia insiste em perseguir, Bella Lancaster não tem escolha a não ser comparecer em mais um aniversário de casamento dos pais. Filha de uma socialite e de um dos magnatas mais prestigiados do Reino Unido...