28 • El Ángel de La Muerte

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❝ Creio naquilo que posso tocar. Portanto, a sorte e o azar para mim não existem. ❞

- F. M. L. Pepper

 Pepper

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BARONE

Suas mãos estavam atadas.

Somente unidas, não amordaçadas. Ela não estava presa, e sim entregue: entregue a mim. Nua, sem medo, sem barreiras – sejam elas metafóricas ou literais.

Gravatas de seda vermelha mantinham seus pulsos entrelaçados, pousados no travesseiro. Os cachos dourados, espalhados ao redor de um rosto corado de desejo.

Meu nariz passeou por seu pescoço exposto, pelo cheiro úmido de pêssego e calor.

O arrepio brutal fez cócegas em meus lábios quando mordi sua pele.

Então, era diferente agora:

Ela deslizava suavemente sobre mim. As mãos espalmadas em meu peito, mornas feito o sol da manhã. Os cachos louros livres, soltos, macios, escorrendo em cascatas pelas costas às quais minhas mão tinham total domínio.

Os feixes do amanhecer atravessaram as persianas até ela, cruzando seu abdômen nu, os seios enrijecidos, o pingente balançando entre eles.

Escorreguei os dedos por ali, agarrando sua cintura para guiar o movimento.

Olhos muito azuis chocaram com os meus.

Mais escuros, como ocorre quando ela se irrita, quando levanta as sobrancelhas e destila veneno por esses lábios fartos.

Diferente, outra vez:

Eu estava sobre ela, sobre seu corpo de curvas suaves, delgado, de costas para mim – as costas onde apoiei minha testa, onde desabei, louco, inebriado de um prazer que me deixou zonzo.

Em todos esses sonhos, Bella pronunciou meu nome.

Mais de uma vez.

Sílaba por sílaba.

Estiquei as pernas numa largura para pouco além de meus quadris.

O mesmo procedimento com os braços, e logo o detector de metais escaneou sem problemas.

Um dos brucutus ficou desconfiado ao devolver “meu” celular.

Vamos lá... Digamos que a capa de unicórnio com crina colorida e chifre coberto de glitter não favoreceu.

Eu poderia ter simplesmente explicado que o objeto apenas não me pertencia.

Mas somente tomei-o de volta.

— Preconceituoso.

Afinal, justificar qualquer coisa não é meu forte.

O lacaio não disse nada, só me apontou qual direção seguir.

BARONE - O JuramentoOnde histórias criam vida. Descubra agora