Conhecida como a patricinha revoltada que a mídia insiste em perseguir, Bella Lancaster não tem escolha a não ser comparecer em mais um aniversário de casamento dos pais.
Filha de uma socialite e de um dos magnatas mais prestigiados do Reino Unido...
❝ Cuidado, meu querido. Um rei sem suporte não é rei de verdade. ❞
- Victoria Aveyard
Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
BELLA
Vez alguma cogitei que uma guerra pudesse ser silenciosa.
Contudo, silêncio foi tudo que testemunhei.
Certo: Ouvi um rangido aqui e outro ali, como se alguém estivesse arrastando os móveis para simplesmente trocá-los de lugar.
Irrelevante, todavia. A casa dos meus pais, observando de longe, estava de uma quietude assustadora.
Barone me fez um único pedido. E eu lhe devia isso, um simples gesto de obediência.
Mas não consegui. É maior do que eu, mais do que minha personalidade: está em meu sangue.
Afinal, querendo ou não, foi a vacina que impediu a toxina do Julian de agir sobre mim.
Eu não sou boa com ordens, todos sabemos, então não é de se espantar que olhei para trás, mesmo com medo do que viria a enxergar.
Breu.
Talvez tenha sido essa a sensação do Faraó Ramsés II com a chegada da Nona Praga.
“O Senhor disse a Moisés: ‘Levanta as mãos para os céus e uma grande escuridão descerá sobre o Egito; serão trevas densas de não se ver um palmo adiante’ [...].”
A gigantesca mansão Lancaster agora não passava de um simples contorno na penumbra. Uma casa comum, com ar sobrenatural de abandono.
Um raio estridente cortou o céu, uma rachadura prateada atraída pelas copas altas do jardim.
O Firmamento desabou sobre nossas cabeças, fúria e violência, apedrejando com granizo e gotas ensandecidas o que um dia foi um lar.
As rajadas de vento balançaram os quiosques, onde os convidados haviam encontrado abrigo.
Parecia o fim do mundo.
— Crianças! — De longe, Abby acenou desesperadamente para nós.
Seguimos pela estradinha escorregadia de ladrilhos.
Mamãe iluminou nosso caminho com o feixe amarelado de um lampião.
Pensei que, com a suposta ameaça de incêndio, a casa seria evacuada. E de fato foi – pelo menos por dentro.
A repentina pancada d'água impediu a saída da maioria, que agora estava dividida em pelo menos quinzenas abaixo dos cinco telhadinhos de madeira.
Erin, Morena, Celeste e Lyra estavam unidas em um deles junto à Cataleya, Morgan, mamãe e mais alguns funcionários da casa.
Notei que Abby abriu os braços, esperando a reciprocidade com um brilho no olhar.
Mas foi a Leya quem nos acolheu primeiro. Um abraço apertado. Os dois ao mesmo tempo. Um montante de beijos no rosto e preces de agradecimento em espanhol.