Conhecida como a patricinha revoltada que a mídia insiste em perseguir, Bella Lancaster não tem escolha a não ser comparecer em mais um aniversário de casamento dos pais.
Filha de uma socialite e de um dos magnatas mais prestigiados do Reino Unido...
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BELLA
Um dia, no internato onde estudei metade da vida, acabei cochilando durante uma aula de literatura.
Não me leve a mal, tinha apenas 7 anos e adoro “João e o Pé de Feijão” desde... desde que aprendi a ler!
Mas após a 250° releitura ficou meio entediante para uma garotinha que não sabia ficar quieta por mais de 2min.
Então, fechei os olhos rumo aos braços de Morfel.
O resultado? Fui punida por dormir em aula. – O próximo conto seria lido em voz alta, na frente de toda a sala, por mim.
“Rumpelstiltskin”, você já deve ter ouvido falar caso não conheça profundamente o duende que oferece acordo para as pessoas em troca de preços que mais tarde revelam-se caros demais. – Como entregar a ele seu filho primogênito, por exemplo.
Enfim, foi a primeira vez que o famoso anão saltador e eu tivemos contato. Acho que a sra. Henderson jamais testemunhou uma criança tão realizada em seu castigo... Eu simplesmente adorei o conto!
E pensando mais sobre isso, recordo do quanto a Bella de décadas atrás mostrava total indignação a respeito da inocência dos personagens. Você sabe, sobre assinarem contrato com um carinha verde e obviamente charlatão.
Mas não está na cara que não passa de golpe? Quão bobo alguém pode ser de cair numa dessa?
Mas, enfim, o que caralhos isso tem a ver com todo o resto?
A resposta é bem simples: Depois do que passou, compreendo hoje que não é metafórico declamar que “situações desesperadoras pedem medidas desesperadas.”
Ou seja, se naquele instante – em que as portas de vidro da Lancaster House refletiram uma mulher cujo coração foi arrancado do peito a sangue frio – o próprio Rumpel tivesse aparecido e me proposto um acordo, eu teria aceitado, qualquer que fosse.
Analisando a situação (estando agora de fora), percebo quantas ilusões um coração em desespero é capaz de criar.
“– O julgamento final não me trouxe aflição. E sim me absteve dela.” – Foi uma afirmação que eu mesma fiz.
Quero dizer que a perturbação foi tamanha que adormeceu o senso comum, o que fez-me acreditar que assumir o karma do meu pai para impedir sua crueldade fosse um acordo justo.
Um acordo péssimo, isso sim, e olha que o duende nem estava lá!
Acordo esse que o anseio por redenção não me deixou ler as letrinhas miúdas no contrato: