46 • Somos o Que Somos

52 6 0
                                    

❝ Algum dia, quando eu não for nada além de poeira e vento, que lendas contarão sobre mim? ❞

- Marie Lu

Westminster, Londres [11:55h]

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Westminster, Londres [11:55h]

BARONE

A moça que prestou serviço a meu rival atendia por um nome simples:

Cherry, cereja.

Também é simples a associação: fruta de cor vermelha, pois há especulações sobre o vermelho ser considerado uma cor sexualmente estimulante.

Foi assim que Yuan referiu-se a ela, mas são insignificantes as chances de ser uma designação autêntica.

Navya, a estelionatária da recepção, costumava ser Siren – sereia, a criatura marinha que seduz homens com seu canto. Bem intuitivo.

Palavras remetentes à prazer, assim como os legionários interligam-se ao passamento.

Eu, Barone = o barão da morte.
Yuan, Yari = a lança.

E assim por diante.

São alcunhas, digamos, de guerra.

Porque essa é uma das artimanhas de Julian para roubar nossas identidades verdadeiras: oferecer o desaparecimento da antiga.

Seus erros, pecados e crimes; sua dor, culpa e ódio; seus desejos mais impossíveis realizados em troca de servidão vitalícia oculta nas entrelinhas de um contrato.

Esse cassino de turismo sexual que visitei também lhe pertencia. A marca da besta que está onde a necessidade de outro estiver; o portal que permite seu feitiço de agir.

Ele te olha, te faz acreditar que, entre bilhões, és um ser especial. Absorve o que você precisa, mostra ser a solução resplandecente onde não há saída.

Seu salvador, o soberano que te escolheu em meio a tantos! Te atrai com promessas de um legado, crava as unhas em teus sonhos mais impossíveis e os toma como barganha enquanto você desaparece.

E ele, se apodera de ti.

— Eu cometi um erro — murmurei, trancando a porta.

Começou quando a simpática Cherry, a cerejinha, nos permitiu estarmos a sós.

Não dei as costas enquanto passava a chave na tranca.

Caso o fizesse, haveria uma shuriken de 4 pontas fincada em cada vértebra de minha coluna cervical.

Lidar com sujeitos sem um único fiapo de escrúpulos requer atenção dobrada.

— Quando te deixei correr da última vez, naquela manhã em frente à cafeteria, subestimei sua tolice. Eu acreditei que você só fosse imbecil... Mas devo reiterar, Yuan: você é um imbecil com bastante empenho.

BARONE - O JuramentoOnde histórias criam vida. Descubra agora