Conhecida como a patricinha revoltada que a mídia insiste em perseguir, Bella Lancaster não tem escolha a não ser comparecer em mais um aniversário de casamento dos pais.
Filha de uma socialite e de um dos magnatas mais prestigiados do Reino Unido...
❝ Luta pelos que vieram antes para salvar os que ainda virão. ❞
- Victoria Aveyard
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BELLA
— “É uma sociedade secreta. Com o tempo, nós adotamos o termo ‘irmandade’”.
Imagine que Londres é um grande tabuleiro de ludo... ou de xadrez. Damas. Banco imobiliário. Tanto faz.
Agora imagine que a torre do Big Ben está centralizada nele. E que, a cada movimento do ponteiro, o jogo precisa ser reiniciado.
Imaginou? Bom, porque, basicamente, era isso o que acontecia. Todas as rotas de investigação tiveram que ser recalculadas; os trajetos a tomar, repensados após a vigésima bomba do dia: Uma exclusiva dada por ninguém menos do que o membro mais antigo da Legião.
Os traços orientais do Morgan tomaram cada tela – PC ou TV – presente nos confins da Polícia Especializada.
O prédio passou a ter uma movimentação redobrada de agentes utilizando até a última gota de profissionalismo para lidar com o elemento surpresa.
— “É preciso um ritual de iniciação, onde Julian exige um juramento de sangue.”
Houve um zoom sincronizado com essa fala.
Morgan ficou de perfil para a câmera que transmitia para a central. Seus dedos afastaram o cabelo da lateral do pescoço, deixando a mostra uma imagem que teria me feito sentar caso já não estivesse sentada.
Eu me encontrava num corredor abafado, acomodada numa das cadeiras estofadas, distribuídas em fileiras de 3.
Por que me sentia como uma adolescente na detenção? Não sei. A vidraça da porta em frente não revela que aquela é a sala de interrogatório. A menos que você leia as letrinhas.
E falando em letra...
A câmera exibiu, abaixo da orelha do ilustre entrevistado, o que se parece com duas letras T maiúsculas grudadas:
ᚂ
Talvez os demais telespectadores estivessem tendo a visão de um símbolo qualquer... uma tatuagem, somente; uma cicatriz de formato estranho, forçando um tiquinho a barra.
Para mim, foi o fim do mundo.
— Merda! — praguejei, cobrindo a boca automaticamente ao atrair o olhar severo de um guarda.
“Luis” é a escrita por extenso desse símbolo, que pertence ao alfabeto celta. Possui como significado o nome de uma árvore ou arbusto, mas é irrelevante aqui.
Como posso afirmar? Porque reconheço a gravura: Luis, na tradução, equivale a letra L.
