Conhecida como a patricinha revoltada que a mídia insiste em perseguir, Bella Lancaster não tem escolha a não ser comparecer em mais um aniversário de casamento dos pais.
Filha de uma socialite e de um dos magnatas mais prestigiados do Reino Unido...
❝ Há coisas que não se pode fazer junto sem acabar gostando um do outro. ❞
- J. K. Rowling
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BELLA
Uma gotinha congelante pingou no meu nariz.
Um detalhe singelo para se recordar... mas foi o interruptor responsável por acender a vida de volta em mim.
Mal posso acreditar que sobrevivemos!
Sorri para o céu noturno, absolutamente grata.
Grata pela chuva que me saudou de peito aberto, junto a algumas estrelas tímidas, escondidas em meio a luz ofuscante dos postes.
Graças a Deus a “Missão Russo” terminou com nosso triunfo. – Ninguém precisou morrer ou mesmo partir para as vias de fato.
Contudo, uma adrenalina inquietante persistiu em agitar meu sangue.
Tudo bem: mereço um desconto por ser a 2° vez que alguém tentou me exterminar em uns 50 dias.
Poxa, é de alucinar qualquer um!
Por isso permiti que Salazar assumisse o volante do meu precioso carro.
Todos passamos por uma revista rápida para detectar qualquer grampo plantado nas vestes.
Felizmente não havia nenhum. Nem na picape.
No final, Jerry e eu ocupamos os bancos traseiros enquanto Salazar dirigia.
Barone olhava pela janela do carona, silencioso, mais calado que o habitual.
Perto da meia-noite, a chuva começou a engrossar, ricocheteando gotas pesadas pelas ruas semi desérticas; desfazendo a geada que cobria Londres como glacê de bolo.
Reparei que Salazar “enfeitou” o caminho até Westminster, dando voltas desnecessárias que duplicaram nosso tempo de chegada.
Estava se certificando de que ninguém nos seguia. Por isso Salvatore parecia tão interessado na paisagem lá fora.
Fiquei tão nervosa devido o impasse com Demi Russo que jamais me ocorreria a ideia de algo assim.
Os dois são soldados legítimos.
— RUM! — Jerry tentou forçar um pigarro para introduzir assunto, o que não saiu como planejado e o fez engasgar com a própria saliva. — Merda...
— Saúde. — Ri.
— Ha, ha! Hum, é, então... Quer dizer que a gente zerou a partida?
— “A gente” quem, exatamente? — Salazar caçoou
— Vocês, pobres camponeses, e o mago do universo cibernético, mais conhecido como ‘moi!
