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// não sei pq raios eu achei que dps de terminar a uni teria mais tempo pra escrever quando, na prática, tô passando é mais perrengue pra postar atts... sorry!!! //





No momento em que a mãe atende a ligação, Harry tem a privacidade da sala vazia só para si.

Anne, pega de surpresa pelo telefonema,  logo pensa que aconteceu algum imprevisto, algum problema.

- Não foi você mesmo que disse que só entraria em contato quando saísse, no ano que vem? - explica. 

- Bom, eu só repeti o que o Padre J falou. Também achei que seria assim. Só que o Diretor me deixou conversar com vocês um pouquinho - a mãe murmura concordância.

- Algum motivo especial pra isso?

- Acredito que não.

- Hum. Que bom então, é bom ouvir você, estava sentindo sua falta.

- Eu também.

- E como é aí? Tá gostando?

- Ahã. Basicamente a gente estuda a parte do tempo, nas segundas temos o ensaio do coral e ao nos domingos cada um de nós lê a segunda liturgia da missa. 

- E você leu o quê?

- Ainda não chegou a minha vez.

- Ah, entendi - e então diz com um sorriso na voz: - Imagino que você não esteja conseguindo se segurar de tão ansioso que está.

Se a leitura fosse na igreja que sempre frequentou e se seu Orientador fosse o pároco que conhece e confia desde pequeno, sim, ele estaria. Mas não é o caso.

- Pois é. Hum, mãe - Harry assume o tom cauteloso -, vou ter que estudar Teologia na faculdade…

- É, o Padre contou sobre isso. Ele podia ter avisado antes de você ir praí, né? - pontua. O seu típico mau humor está de volta.

- Eu vou poder ir?

Com o pai trabalhando na portaria de um restaurante e a mãe atendendo na papelaria do bairro, o futuro acadêmico sempre foi uma grande incerteza para sua irmã e ele.

A Universidade mais próxima de casa ficava a quarenta e quatro minutos de distância, em Chester e, depois de crescidos, nem Gemma e nem Harry demonstraram interesse em ir para lá. Ambos sabiam que não eram somente aqueles tantos quilômetros que os distanciavam de tal possibilidade.

Só teriam uma chance real se a finanças da família fossem mais abastada. Mas como não era, dificilmente os pais teriam dinheiro para bancar a formação de um dos filhos e dificilmente os irmãos conseguiriam um emprego de meio turno que cobrisse os custos de habitação e vida universitária em Chester. 

Seria uma constante dor de cabeça para todos.

Normalmente, na zona rural, o sonho de se tornar podre de rico que mora em Londres morre assim que se supera o último estágio da infância. Afinal, raríssimos foram os que tiraram a sorte grande e de fato conseguiram mudar de vida. Ou ferrados eram os que abriaram mão da simplicidade do interior para levar uma vida miserável na cidade grande, acorrentado num subemprego de merda.

Normalmente essa constatação leva a cólera, causa tristeza, alimenta a desesperança e até fulmina revolta e rebeldia, mas na maioria das pessoas essa fase é passageira e lá pelos quinze, dezesseis anos a mente conforma-se com o futuro que o aguarda.

Mesmo Niall, quando estava prestes a ir para a faculdade de medicina veterinária, não esperava ir tão longe na vida. Seu plano era continuar em Cheshire, onde decerto não faltaria trabalhos que lhe rendessem uma vida regada à conforto.

immaculate sin of the lovers • L.S.जहाँ कहानियाँ रहती हैं। अभी खोजें