novem

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⚠️ ALERTA DE GATILHO: se você é sensível ào tema abuso sexual sugiro que não prossiga a leitura ⚠️






Será que é tão difícil para Louir agir exatamente como Harry? 

Tipo, o que o impede de esconder, ou pelo menos disfarçar melhor, o zelo que sente pelo colega? 

Ter se disposto a ajudar Harry com o estudo de línguas, tudo bem, o seminarista de fato precisava disso, mas tê-lo convidado para ir ver Dahlia já era inesperado, isso sem mencionar as vezes em que o de topete inventava de seguir em seu encalço pelos corredores da Congregação, como se tivesse atrás de algo interessantíssimo. 

Ora pois, aparte as histórias com Niall e o segredo escabroso que guardava a sete chaves na memória, o que ele pode oferecer a Louis?

Se não é o mais inteligente, não é o mais extrovertido, sua expressão quase sempre está tensa, não usa as melhores palavras nem as melhores analogias nem os melhores conselho, que vantagens Louis terá sendo seu amigo?

E, que raios, com todos esses defeitos, por que diabos Harry não desiste logo de ser padre? Por que não o dispensam de uma vez por todas?

Esses defeitos devem saltar aos olhos de todos. De Louis, principalmente. Então por que ele não se mantém a uma distância segura? Ou melhor, por que não o aconselha a largar? Poderia muito bem usar as mesmas acusações que disparou naquele fatídico sonho.

A atenção excessiva não vem lhe fazendo bem. 

São tantos olhares, tantas buscas por conversas, tantas indagações que sinalizam preocupações que Harry quase confunde a presença do radiante colega com a da mãe. 

Nada bom. 

Isto tem prejudicado seu encanto e a admiração por ele. 

Afinal, o seminarista pode até aceitar tal atitude vindo dos pais, do Padre Julian, de seus professores, dos Orientadores da Congregação, do Espírito Santo, mas deixar-se envolver-se pela proteção de um companheiro de formação, alguém que teoricamente está em par de igualdade com ele, já é demais.

Inadmissível. Harry se recusa.

O ego, que quase nunca infla, pulsa de cólera. 

Ele se pergunta o que há de errado consigo. 

Será que sua aparência é mais frágil do que ele pensa que é? E será por isso que as pessoas que gostam de si aproveitam para bancar o salvador e alimentar o próprio ego?

Bem, faz mais sentido que Niall tenha projetado em Harry o irmão mais novo que por muitos anos desejou. Por mais que tivessem praticamente a mesma idade, o amigo costuma agir como o mais maduro e mais experiente. Exatamente como Gemma age. Niall e Gemma dão conselhos sobre a vida como se fossem trinta anos mais velhos.

Nesses momentos, ele se sente como uma criança estúpida impossível de ser levada a sério. É irritante. Harry detesta isso.

E a avó, que sempre levanta em sua defesa dentro de casa. Que é amável e ensolarada como uma santa, que o ouve contar sobre o dia, sobre o que aprende e as coisas que gosta com a mesma atenção que o Reverendo prestava em dias de confissão, mas que o faz se sentir bobo, imponente e sem voz frente à discussão com os pais.

Na escola isto também acontecia, felizmente numa frequência menor. Professores contra bulinadores. Mas a verdade é que quase nunca pegavam no seu pé. Não porque o conheciam desde pequeno, não, mas porque Harry se negava a revidar, nem mesmo erguia o olhar ou fazia contato visual E também porque nenhum deles queriam ferrar suas chances de beijar Gemma.

immaculate sin of the lovers • L.S.Where stories live. Discover now