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// Gente, que fase... É definitivo que minha família toda vá pra uma cidade distante enquanto eu fico, ou seja, tô prestes a morar sozinha
Mds. Eu > que não cuido nem de mim < vou ter que administrar uma casa, limpar, fazer compras, pagar conta de água, energia e internet, espantar insetos, trancar as portas antes de dormir!?!?!?!??!?!?!??! tipo COMO VIM PARAR AQUI EU SÓ TENHO 6 ANOS //



Mitch está no pátio fumando quando Harry, atiçado pelo torcer de nariz reprovatório de Isaac, resolve implicar com este terrível hábito. Usa um tom de brincadeira, no entanto, lembra-se tarde demais que o limite para provocar a rispidez de Mitch é muito tênue. Imediatamente se arrepende e teme um ataque.

- Por favor, não me leve a mal. É só que... - atrapalha-se.

Isaac o socorre, intercedendo por si, e ambos acabam justificando a intromissão mais do que o necessário.

- Já viram uma caixa de cigarros? - retruca Mitch entediado, cortando o papo deles e exibindo a foto de dentes apodrecendo estampada na parte de trás do objeto - Vocês não estão dizendo nada do que eu já não sei.

Disso se segue um gastar de salivas. um boquejo de bate e rebate que fica entre o passivo-agressivo e o amigável que não se atém apenas aos três, pois em determinado momento Tate e Louis - que iriam à cozinha - juntam-se a discussão, e nem tampouco se atém ao problema da nicotina e vícios, mas se expande a todos os problemas da juventude

Quando discutem violência, Harry se apropria do único episódio vivenciado por si para se demorar em um monólogo acalorado.

- No momento que vi meu melhor amigo cair, soube que não podia mais ficar parado que nem um bobo. Aqueles garotos, todos tinham vento na cabeça e só Deus sabe até onde seriam capazes de ir. Sabe, deveria ter um consenso pra algumas situações, tipo, se alguém cair numa briga, tem que esperar se levantar e não cair em cima, ainda mais quando se está em vantagem como eles estavam. Não deveria ser um vale tudo. Eles poderiam ter machucado Niall de um jeito muito grave se eu não tivesse me metido.

Assim ele dá principalmente a Louis uma das mais interessantes histórias com Niall. E como não foi um momento que durou horas, mas minutos, para prolongar o relato Harry usa do artifício narrativo favorito dos autores bíblicos e romancistas medievais: a enrolação.

Trás para o centro das atenções os detalhes que, às vezes, nem são tão relevantes assim. Para Harry é a coisa mais fácil de conseguir isso, pois basta pensar no que o seu eu criança gostaria de saber - basicamente tudo o que propiciasse a composição da imagem perfeita do lugar, da pessoa - e incrementar com coisas que parecem interessantes, como pensamentos que teve, emoções que sentiu e percepções que teve.

Simples assim, uma anedota engraçadinha torna-se um conto, ou uma novela ou mesmo um livro.

Bom, há os riscos, sim, sem dúvidas, como tudo na vida. Se tornar enfadonho é um deles. Perder o foco inúmeras vezes é outro. Você mesmo pode se entediar, perder o foco e querer desistir em certo ponto.

De qualquer maneira, Harry não chega tão longe assim. A narrativa é interrompida pela aproximação do Diretor, que chama Louis.

- Preciso que venha comigo.

O seminarista prontamente concorda e é levado escada acima pelo braço do homem que rodeia a parte alta de sua costa, pela mão que repousa e aperta seu ombro pontudo e largo. Andam como se fossem bons amigos.

Harry nunca viu o Orientador tocar tão intimamente nenhum dos outros seminaristas.

Mas, claro, com tudo Louis é diferente, porque ele é especial, porque é o favorito de Deus e de todos os reles mortais.

immaculate sin of the lovers • L.S.Where stories live. Discover now