septem

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Os toques logo mostram-se insuficientes, não causam grande comoção.

Então ele estimula com mais empenho. Esfrega a glande com os dedos e a palma da mão, tremelica e ofega ruidosamente. Circunda o pau com os dedos, o aperta, sobe e desce.

Incomodado com a secura, ele repete o que o primo fizera aquela noite, lambe a palma da mão e tenta de novo.

A coisa melhora. Torna-se boa. Muito boa. Definitivamente boa. Quase mágica.

Harry, ao mesmo tempo, se consome e transborda em pequenas gotas, pequenos espasmos e ofegos que rapidamente se findam em grunhidos ansiosos.

Agarra-se com força cuidadosa. Perde o controle dos joelhos e coxas. Entorta-se na vertigem crescente e no anseio por alguém ali consigo, abraçando-o, beijando seu pescoço, tocando-lhe no lugar em que não se atreve.

É tão intenso que nem parece que dura pouco.

Harry fenece com a parte de cima do pijama lambuzado e sentindo-se mentalmente afastado do próprio corpo. Também se sente vazio. Desprovido de qualquer emoção ou pensamento concreto.

É uma das raríssimas vezes em que ele apenas existe. Não há nenhuma questão que precise enfrentar, nenhuma urgência que precise sanar, nenhum costume que precise seguir, nenhum dever a cumprir. Somente respirar. Existir pacificamente.

Sua mente vagueia liberta dos corredores labirínticos confusos e sufocantes, mas transita em lugar nenhum. E não faz seu retorno ao estado comum nem quando Harry levanta e se põe a tomar um banho gelado. Nem quando se deita nu e, com os músculos retesados de frio, finalmente despenca no sono.

Quando desperta, no entanto, sobressaltado pelo sino, está em alerta.

A primeira coisa que faz é a higiene dos pés a cabeça. Passa um bom tempo envolvido por água morna, sabão e espuma, pasta de dentes e fio dental. Limpando do corpo qualquer vestígio de ontem.

Em seguida, indaga ao Orientador mais novo onde está o Diretor. Talvez tenha soado um pouco urgente demais, tanto que o homem imediatamente diz que vai procurá-lo para si.

Harry o espera diante de sua sala. O Diretor, quando aparece, beberica uma xícara que dispersa o vapor e o cheiro forte de cafeína no ar. Cumprimenta-o e pergunta brandamente se já comeu alguma coisa.

- Já, já eu vou. Antes preciso falar com o senhor.

- Certo. Vamos entrando então - diz girando a maçaneta e dando espaço para Harry atravessar primeiro.

Desta vez o seminarista não enfrenta hesitação parecida com a da primeira confissão.

Apesar de ter feito algo pior, entregou-se plenamente à libido e se recriminava por isso, não se sentia de todo culpado. Confortava-se em culpar o vinho.

Claro que não teria cara de pau de tentar se livrar da responsabilidade dizendo isso ao Líder, longe disso. Mas, estranhamente, Harry ainda vivencia o tênue estado de leveza no ser. Foi o vinho, não ele. Cabia à bebida a vergonha inflamada, o arrependimento enervante e a penitência que enfrentaria, não a Harry.

Portanto, assim que se senta, sem preâmbulos, avisa que precisa se confessar.

- Eu me toquei - diz em voz baixa, mas com firmeza.

Homem e rapaz se olham diretamente. Enquanto o silêncio da assimilação governa, o seminarista observa sardas que pontilham o rosto dele. Pelo notável, algumas pareciam manchas de nascença. E olhando-as com mais atenção, talvez não fosse isso. É provável que sejam vestígios de muitas horas sob a luz solar.

immaculate sin of the lovers • L.S.Where stories live. Discover now