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Vittoria

Luca Romano, é ainda mais belo do que poderia me recordar, no auge dos meus quinze anos não poderia acreditar estar vendo tal homem tão belo, me fazendo suspirar literalmente quando meus olhos azuis bateram sobre seu rosto que seria facilmente esculpido por anjos reais ou moldado a partir de um maravilhoso príncipe encantado com origens vinda dos deuses gregos, ou nesse caso, romanos. Febo, o deus do sol. E agora, Luca era o meu Febo, ainda mal podia acreditar.

Seus olhos azuis intimidantes, grudam em meu rosto, mas impassível, sem nada me dar, não posso sequer apontar que lhe agrado em meu vestido de noiva estilo princesa tomado por renda em uma costura bem feita e delicada, ou a maquiagem leve que uso em meu rosto, ou meus fios loiro escuros preso em um coque bem elaborado no alto de minha cabeça, não posso dizer nada. Não faço a mínima ideia de que ele se agrada ao me olhar como acontece comigo quando o vejo.

Seu belo rosto está emoldurado por uma barba bem feita da mesma cor do seu cabelo, loiro claro, seus lábios bem desenhados formando seu rosto másculo, tudo nele era perfeito. E para completar, seu corpo não era diferente, seu terno todo preto, mostrava como ali era tão perfeito quanto demonstrava, o bom tecido em um bom corte lhe agarrava perfeitamente em seu corpo, que poderia ser considerado pecado tamanha maravilha.

—... Pode beijar a noiva — o padre declara, me puxando para o agora, para a confirmação da coisa toda.

Agora eu era mulher de Luca.
Sua senhora.
Agora eu era a senhora Romano!

Luca não se aproxima, sua mão grande de dedos igualmente longos, vem até minha nuca e puxa minha cabeça para si, meu estômago se agita e sinto meu lábio inferior, o mais cheio deles, tremer levemente. Tenho esperado por isso desde que papai me chamou em seu escritório e o vi ali, em pé, de costas para mim e anunciou que em um mês eu seria a mulher do Don. Que minha mão, assim como meu coração já pertencia, seria dele para todos os dias de minha vida. E o beijo do qual eu imaginara por longos cinco anos, desde os meus quinze, quando vi o homem onze anos mais velho que eu pela primeira vez.

Luca é tão rápido quanto ao me puxar para si, se eu acordasse em minha cama de solteiro, suada, ofegante e excitada, não me surpreenderia, o beijo foi apenas um roçar de seus lábios aos meus. Um simples encostar, mas ainda sim poderoso, foi capaz de me fazer ainda mais coisas do que já imaginava ao pensar nele.

Deus que me perdoe. 

Eu sei que esse tipo de pensamentos não deveria me rondar, mas talvez agora que sou sua mulher, não seja um problema. O erro seria se eu imaginasse e sentisse coisas com outro homem.

Luca parece poder ler minha mente e isso faz com que eu desvie os olhos para meus pés e sinta minhas bochechas queimarem mortalmente, mal podendo conter um sorriso.

O que ele pensaria de mim?

Que eu era uma sem vergonha que não foi ensinada bons modos?

Mesmo sem uma presença feminina, papai se certificou que eu seria uma boa menina e futuramente mulher, eu não o envergonharia jamais, meu sorriso desaparece.

Droga! 

Meu marido poderia pensar que tinha se casado com uma qualquer!

Mas também, eu era tão humana quanto ele. Não era só os homens que sentiam coisas, eu era prova viva disso. E se fosse tão errado, todos seríamos padres e freiras, e um outro modo de procriar, deveria ser inventado.

— Evite pensar de mais, Vittoria — ele sussurra, segurando minha mão. Não sei se sua voz ou toque, talvez os dois, tragam arrepios ao meu corpo. Arrepios do tipo carnais, muito carnais. Se havia algo que eu gostava ainda mais do que observar Luca, era ouvir sua voz, uma pena que ele falasse tão pouco e acabo de descobrir que prefiro ainda mais quando ele fala assim tão baixo, tão próximo a mim — Vamos acabar com isso!

Nas Mãos Do Don - 2ª livro da série Nas Mãos Do Amor Onde as histórias ganham vida. Descobre agora