25

2K 179 25
                                    

Luca

Anos atrás assisti uma pessoa próxima resistir ao vício pela cocaína, não foi bonito, como quase tudo em minha vida, foi agonizante, desesperador, e sequer foi comigo, também pensei nunca ter que passar por aquilo, nada me viciava, nada me prendia daquela maneira, então, ela surgiu e eu mal posso me segurar para não voltar a bater meus olhos sobre ela, minhas mãos sobre sua pele, meu nariz sobre seu delicioso aroma, meus ouvidos encantados por sua doce voz, meus lábios sobre os seus e cada pedaço de sua extensão. Como um viciado, não posso resistir a minha esposa.

Três dias é o que aguento.

Três agonizantes dias!

— Mande Juliano levar Vittoria de volta para casa — ela estava outra vez com Francesca em sua casa, ordeno a Simone e volto a reconectar as câmaras do nosso quarto, eu precisava ver ela mesmo a distância, até que estivesse perto para ter mais uma dose do meu vício, me encharcar em minha droga, me saciar até a nova onda de desejo vir... Me intoxicar da minha mulher mesmo que por uma pequena tela, até que pudesse me perder nela — E diga para preparem o helicóptero rápido!

Ele sai para acatar minhas ordens.

Maldita seja Vittoria Romano e o feitiço que lançou contra mim!





Vittoria

Mesmo sabendo de sua presença, mal posso acreditar que Gisele está em minha frente, ela sorrir para mim, mas não aprecio por muito tempo, a abraço apertado e pergunto sem parar se está bem, se ninguém a machucou, coisa que ela nega, quando finalmente a solto, me conta detalhes. Não sabe onde esteve e ninguém tocou nela além da venda que lhe puseram e que esteve em um quarto escuro por todos esses dias.

— Isso é tudo culpa minha — lamento após terminar de falar, me sentando na cama.

— Pare de bobagens, menina, a culpa é daquele homem — diz amarga — Mas não vamos falar disso. Vá se preparar, irei aprontar o café da manhã.

Após lhe dar mais um abraço apertado, descemos.

(...)

— O segurança não contou para onde ele irá levá-la? — Mav. indaga, seu rosto bonito um tanto borrado pela conexão.

Nego com a cabeça.

— Juliano sequer sabe onde Luca está.

— Ou não quer contar — completa ela.

— O que é bem provável. As pessoas aqui morrem de medo dele, os seguranças não me obedecem como aí em casa.

— É melhor assim. O idiota pode interpretar o respeito deles por você, como algo mais — eu havia contado há Malvina tudo e meu único arrependimento quanto a isso, é que Luca soubesse, o que provavelmente sabia, e sua reação, porém nada aconteceu quanto a isso. Graças a Deus! — Vai sair assim?

Olho para minha própria imagem. Em seguida, dou de ombros.

— Ele nunca está satisfeito com nada que vem de mim, então tanto faz. No fim da noite, vou acabar encolhida na cama segurando o choro, essa vai ser uma pequena forma de me vingar.

Mav. não gosta nada das minhas palavras, mas ela não me convenceria a refazer a trança mal feita e trocar um dos meus vestidos favoritos bastante usado que cobria meu corpo junto há um suéter, até pus um par de tênis, pena que ele estava impecável.

— Eu quero muito bater nesse cretino — é o que ela diz.

— Bem-vinda ao clube! — sorrimos, mas o sorriso da minha cunhada além de ser o primeiro a morrer, se vai de forma rápida, seu rosto se tornando a personificação do espanto — Santo Dio! — descubro o motivo pelo reflexo da tela, fecho o notebook e me levanto da poltrona.

Nas Mãos Do Don - 2ª livro da série Nas Mãos Do Amor Where stories live. Discover now