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Vittoria

Antes que eu possa fazer qualquer coisa, Luca está de volta ao quarto, ele se lança sobre mim, levando nós dois até a cama e me abraça tão apertado que ninguém estaria errado em acusá-lo de estar tentando me apagar.

— Não entendo se esse contato é o início de uma reconciliação ou meu homicídio — murmuro por conta do seu ainda aperto.

Ele não me libera de imediato, seu aperto vai diminuindo até que esteja sobre seus cotovelos pairando sobre mim.

— Sem filhos! — diz com urgência, os olhos assombrados.

Acaricio seu rosto e suspiro.

— Duvido que tenha como esquecer disso — deixo um beijo no centro de seus lábios — Melhor irmos. Os rapazes já devem estar nos esperando.

Luca encontra e ergue meus braços acima de minha cabeça, um de seus joelhos afasta minhas pernas e ele se acomoda entre elas.

— Não até ter certeza que não está mais brava comigo — suspiro outra vez. Eu não estava brava, mas triste, sim. No entanto, o assombro no rosto e principalmente nos olhos de Luca, o homem que provavelmente não carrega esse tipo de coisa em suas orbes desde que deixou de ser um garotinho, responsável por deixar centenas de pessoas naquele estado, me deixava assim. Triste por ele, por mim, por um filho que nunca sequer teremos. Contudo eu o escolhi, não é? — Me peça qualquer outra coisa! O que quiser! Menos isso, não isso, Bella... Por favor — sua voz se perde, em um fiasco dolorido.

Encontro seu rosto novamente.

— Se um dia acontecer, o teremos — Luca fecha seus olhos, espantando o pensamento e os abre novamente — Não vou fazer de propósito, tem minha palavra! Agora preciso da sua. Você não é seu pai, Luca! Eu nunca irei deixar que seja como ele! Nosso bebê irá nos amar sempre! Você e eu seremos o centro do universo dele! — seus olhos gritam, mas não posso decifrar, então, Luca se ergue e me leva junto — Luca? — o chamo quando ainda segura minha mão, mas não me olha.

— Não faça promessas que não pode cumprir, mas certo. Se um dia você ficar grávida, o tenha — se vira — Agora, não vamos mais falar nisso. Nunca mais... Até que aconteça, e espero que esse dia nunca chegue!

— Você está bravo comigo.

Luca puxa-me pela cintura e une nossos corpos, seus lábios descem até os meus.

— Não com você.

E para provar ou enfeitar sua mentira, me beija. Luca verdadeiramente me beija, deixando-nos sem ar.




Luca

Vince me encara enquanto tem a taça de vinho entre seus lábios. Ao meu lado, minha mulher e do outro lado da mesa, meu primo, ambos conversam animadamente, até demais, sobre uma peça de teatro em exposição.

— Meu irmão e eu, já voltamos — ele diz, calando a duplinha falatória.

Dino pega algo no ar e minha esposa não fica atrás, Vittoria encara-me, os olhos curiosos. Apanho sua mão e deixo um beijo no centro de sua palma.

— Não demoro, Bella — sussurro em seu ouvido, ela assente — Não demoro — repito, alto, para Dino.

Ele poderia revirar seus olhos.

Nunca era de mais mostrar a ele ou qualquer um, há quem Vittoria pertence. Minha Vittoria. Minha bella. Minha esposa! Só minha!

Nossa!, ruge a fera.

Nas Mãos Do Don - 2ª livro da série Nas Mãos Do Amor Kde žijí příběhy. Začni objevovat