28

1.6K 168 60
                                    

Vittoria

Gisele e eu trocamos olhares assustados pelo espelho do imenso closet, e logo me recordo da mês anterior quando Luca e eu fazíamos o mesmo no banheiro e vem com muita força o que discutimos naquela noite. O tenha. Ele concordou não foi? Não tinha porque eu temer tanto. No entanto, isso não me acalma e a imagem da mulher vai ficando cada vez mais borrada há medida que lágrimas acumulam em meus olhos.

— É só um vestido apertado, menina — Gisele se apressa em me acalmar. Era o terceiro vestido que eu provava e me incomodava naquela semana, mas hoje, agora, está quase insuportável manter a peça rosa em meu corpo, principalmente em meu abdômen. Meus seios já avantajados, também mal se suportam no espaço de decote quadrado — Você mal tem saído de casa e com as receitas que sempre faz...

— Abra o zíper! — peço apavorada — Por favor, Gisele — minha voz sai chorosa.

Ela o faz e corro até uma das camisas de Luca. Evito há todo custo olhar meu reflexo no grande espelho quando estou seminua e deslizo a imensa camisa social por meu corpo.

— Vou lhe trazer um chá... — a olho com mais desespero. Isso pode fazer mal se eu estiver... grávida? — Não fará mal — ela entende.

— Obrigada!






Luca

Vince, Dino e Mariano, mal acreditam quando termino deslizar a camisa por meu tronco, levantando-me da cadeira no studio de tatuagens, os ignoro. Não lembro de tê-los convidados a virem.

— Agora o quê? Passamos em um pet shop e te compramos uma coleira? — zomba meu irmão, quando já estamos fora. Os três homens riem assim que Vince se cala.

— Um mordedor também. Vittoria pode querer algo para ajudá-la ter Luca longe nem que por alguns segundos, então basta jogar longe e ordenar que ele vá buscar — completa Dino.

E mais uma sessão de gargalhadas. Eu continuo a ignora-los, até que parem de rir.

— Ao menos eu tenho quem segurar minha coleira — digo, olhando para meu irmão — E para lançar coisas para mim — me viro para meu primo. Eles aceitam a derrota erguendo as mãos em rendição — E você? — Mariano também ergue as mãos — Ótimo.

Então, ele abre sua boca grande.

— Eu sugeriria ração, mas não é necessário. Sempre que a senhora cozinha, o Don só falta lamber os pratos, então não acho que iria querer qualquer  coisa que não viesse dela.

As gargalhadas retornam. Entro no meu carro e parto sem eles, finalmente rio também, enquanto sigo para a minha mulher.



(...)

Vittoria está dormindo encolhida no meio da cama, usando uma de minhas camisas e quando me dou disso me sinto mais tentado a observá-la em seu sono. Admirar cada parte dela, memorizar como se já não tivesse feito mais de uma centena de vezes, seu lindo e doce rosto. Porém, algo a incomoda em seu sonho, seu rosto sereno se transforma como se sentisse dor e suas pernas se agitam, seguido por suas pernas, como se lutasse com algo ou alguém, como quem quisesse correr para longe. Chego em Vittoria, ao mesmo tempo que se senta em um rápido movimento na cama e grita. Um grito cheio de pânico, um grito tomado por medo.

— Vitto...

— NÃO! NÃO! NÃO! ME SOLTA SUA, BESTA! — Vittoria, me estapeia quando a abraço, seus olhos ainda fechados. Volto a chamar seu nome, mas, ela ainda não desperta — NÃO NOS MACHUQUE, SEU MONSTRO!

— VITTORIA!

Grito e então, seus olhos se abrem, mas isso não melhora muito. Vittoria, me empurra e se lança para fora da cama com ainda mais rapidez do que fez ao se sentar, indo para o outro lado da cama. Me olhando como se eu fosse o predador e ela a presa, seus olhos feitos de pavor, protegendo o ventre.

Não! Não! Não!

Isso é a porra de um pesadelo, certo? Meu pesadelo!

Não!
Não!
Não!

— Luca — diz, se dando conta que não está mais dormindo, contudo, o medo não desaparece e ela tem razão para isso — Eu... — chora.

Ando de um lado ao outro. Não! Não! Não! Isso não pode estar acontecendo! Inferno! Eu vou perdê-la! Eu finalmente vou perder a mulher que verdadeiramente amo!

— Não... Não... S-sei... — os soluços grandiosos que lhe escapa não permitem que complete o que quer que queira dizer — Eu... Eu... Não... — ela se senta ao chão.

Respiro fundo.

É só um pesadelo! Me acalmo.

Caminho até ela e me ajoelho em sua frente.

— Vamos, bella, respire — seguro seu rosto — Feche os olhos. Inspire e expire lentamente, está tudo bem. Foi um pesadelo. Apenas um pesadelo! — tento convencer há nós dois. Vittoria, me obedece, até que os soluços se vão e as lágrimas escorrem lentamente, e olha para mim — Vou pega-la no colo — aviso antes de fazer — Levá-la ao banheiro e lhe dar um banho. Tudo bem? — ela assente.

Eu o faço, mas não chegamos até o banheiro, no meio do caminho, Vittoria se agarra ao meu pescoço, enfia seu nariz ali na lateral e inala profundamente, me segurando firmemente. Eu faço o mesmo. Ainda que misturado ao suor, seu aroma ainda é bom, me conforta, me aquece.

— Não sei se estou mesmo grávida... Mas, o meu... — inspiro um pouco mais do seu gostoso cheiro. Não sei se o faria novamente algum dia.

— Seu corpo mudou — completo o que ela não conseguiu — Seus seios estão maiores e sensíveis. Está mais faminta e sonolenta também — cada letra sai arranhando minha garganta. Eu já havia notado cada uma dessas coisas, mas se por proteção ou maldade, meu subconsciente não deu voz a isso. Eu não precisava de exames, já tinha minha resposta. Minha mulher esperava nosso primeiro e único filho — Parabéns, Vittoria! — murmuro frio — Parabéns! — a ponho sobre os próprios pés.

Ela se desespera.

— Lu...

A interrompo. Beijando-a.

Com amor.
Com paixão.
Com urgência.
Com desespero.
Com fome.
Com sede.
Com todo meu ser.

A pego outra vez no colo e a deposito com carinho na cama, mas tenho pressa para me livrar da calça e cueca, de sua calcinha e erguer minha camisa que usa em seu corpo. Tenho pressa para entrar nela, mas não para sair. Vittoria aprova isso. Cada movimento lento, cada beijo que espalho por seu rosto até voltar para sua boca, cada inalada que roubo de seu cheiro, cada frase de "eu te amo" que declaro. Cada parte do amor que fazemos.

E quando nossos nomes querem sair de nossas bocas ao alcançar o êxtase daquela troca de amor, a beijo mais profundamente. Carregando tudo o que despejei antes e mais.

Beijo Vittoria, minha mulher, em despedida.












Votem e comentem bastante 💜
Sério, gente comenta bastante aí, por favor. Fala o que tá achando da história e tal. Só comentam pedindo mais capítulo, ajuda aí a história crescer.

Nas Mãos Do Don - 2ª livro da série Nas Mãos Do Amor Where stories live. Discover now