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Vittoria

Eu já tinha visto o homem baixo e corpulento de olhos escuros e cabelo grisalho, em uma foto que papai, me mostrou anos atrás, há tanto tempo que ele ainda nem tinha fios brancos. No entanto, jamais me esqueceria do nosso maior inimigo. Boris, o líder dos russos.

— Ora, rapazes, isso não é jeito de tratar uma rainha — ele diz sorridente aos dois homens ao meu lado apontando-me seus revólveres — A desamarrem também — ordena — Me desculpe por isso, jovem Vittoria, eles acham que por ser mulher de quem é, poderá fazer alguma coisa a eles — rir — A besta é o marido, rapazes — continua divertido — Aqui temos somente a Bela.

Os homens que me mantém refém desde o momento em que houve um problema no jatinho que me levaria para a casa do meu pai, e me sequestraram após matar todos, o obedecem. O mais alto deles, é o responsável por me livrar das algemas em meus punhos e tornozelos.

— Sabe como a Costra Nostra age, certo? — pergunto a ele, mantendo como não sei, a calma.

Boris sorrir, bebendo do uísque ou vodca, que tem no copo em sua mão.

— Pagarei o triplo do que fizer a você — responde divertido, após engolir, mas posso dizer que por trás do seu escárnio, Boris teme, mesmo que pouco.

— E sendo a rainha, seu erro será cobrado mais do que os seus cães malditos — olho para os homens ao meu redor, o mais novo deles, não pode esconder o medo.

O russo, me observa e sinto sua vontade de vir até mim e me estapear, no mínimo, e de novo, posso ver como ele teme, mesmo que minimamente. Não sei o que há entre ele e Luca, além de todo resto, tudo o que todos sabemos, Luca falando em russo ao telefone algumas vezes vem até minha mente. Seja o que for, Boris se precipitou.

— Quando vi fotos suas no jornal ao lado do Romano, me perguntava porquê ele a escolheu, além do óbvio — seus olhos percorrem meu corpo cheio de lasciva e isso me enche de náuseas — Agora entendi perfeitamente. A bela é uma ferinha também não, é? — pergunta muito próximo de mim. Recuo — Oh, eu não mordo — acaricia meu rosto.

— Não toque em mim, sua maldita escória! — cuspo em seu rosto.

O segurança mais velho, estapeia meu rosto. E antes que sequer eu possa choramigar pela dor, Boris saca um revólver e atira no homem. Ele não morre de imediato, eu fico paralisada, incrédula, cheia de pavor. Muito mais que antes.

Ele acabou de matar um de seus homens!

— Lhe fiz um favor, idiota! — resmunga para o homem ensanguentado no chão e atira mais uma vez. Por mais que queira, não consigo mover meus olhos do corpo sem vida ali estirado ao meu lado — Vamos manter esse pequeno segredinho entre nós. Não queremos a besta há par do que lhe aconteceu. Já vai ser difícil conversar com Luca após sua pequena mudança de rota, se ele sabe que a senhora Romano foi estapeada, será uma merda sem fim.

— Me sequestrar já foi uma merda sem fim.

Ele rir.

— Negócios, garota, negócios. No fim, Luca entenderá apesar de tudo. Além do mais, ele faria o mesmo.

Ele não está errado, e muito menos agora. Talvez, Luca até esteja aliviado e torcendo para que o nosso bebê se vá. Afinal de contas, ele nunca o quis, por isso estamos aqui. Rezo mentalmente, implorando ao Senhor que mantenha meu bebê seguro, pois se eu for esperar somente por Luca, é capaz de nenhum de nós dois sair daqui com vida.

Nas Mãos Do Don - 2ª livro da série Nas Mãos Do Amor Where stories live. Discover now