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Vittoria


Agora que sei das coisas tudo se encaixa. Sua desconfiança extrema ao ponto de pôr câmaras em nosso quarto, os seguranças e especialmente Juliano que mal podem olhar por dois segundos em minha direção, sua frieza e má vontade de permitir que nosso casamento dê certo além de todo o sexo. Será que Luca deu um voto de confiança a Bianca? Deveria ter perguntado a Gisele, e isso, me leva a pobre mulher. Por minha culpa está em problemas, o que será que Luca fez a ela?

— Gisele não está aqui. Lhe dei férias — responde a minha pergunta silenciosa, enquanto olho para todos os cantos da sala na esperança dela surgir ali, meu coração erra algumas batidas — Não férias do tipo eternidade — suspiro de alívio.

— Não a machuque, Luca, por favor. Foi minha culpa.

— Sobre sua participação, veremos o que farei depois — avisa — Avise a Simone que irei dirigir hoje — diz a Juliano que assente e se vai — A beijei, pois gosto de beija-lá, mas também gosto de castigar. Eu já lhe disse onde é seu lugar, então pare e haja como a mulher que me foi dito como seria.

Eu... Eu quero chutar ele!

Como uma pessoa pode ser tão estúpida e cabeça dura?

Santo Deus, dai-me paciência.

Respiro profundamente, tentando me acalmar, eu preciso disso para lidar com Luca. Ele continua a me olhar, esperando por uma resposta.

O que eu faço?

Luca não quer uma esposa, quer alguém fraco para subjugar a ele. Uma submissa. Era assim que ele e todos os outros me viam? Eu era assim? Passei toda uma vida ouvindo sobre meus deveres, a forma correta de agir, vestir, falar e fazer, às vezes até meus pensamentos pareciam serem fiscalizados e detidos quando considerados impróprios. Em casa, nunca foi uma imensa preocupação já que apesar de ser ensinada, tinha direito, mas fora da minha gaiola dourada, agora vivendo em uma maior e mais incrustada de preciosidades as coisas são completamente diferentes. Meu carcereiro é diferente. Cruel e egoísta.

— Me recordarei onde é meu lugar — murmuro, fraca e humilhada. Submissa, como Luca quer e todos esperam. E, infeliz, mas não importa, ele não se importa.

Se percebe, o que aposto, não se importa nem mesmo para se divertir às minhas custas, Luca dá às costas e segue para a saída, eu o acompanho.



(...)

Reconheço muitas caras quando finalmente chegamos há um grande e luxuoso salão, devo admitir que esperava por uma grande mansão e algum anfitrião puxando o saco de Luca, embora não exista um, a puxação de saco não demora a surgir. Assim que atravessamos as portas, todos param para lhe observar, o silêncio dos vozeirões reina, a orquestra ao fim do salão é a única responsável por algum som, as pessoas até mesmo parecem pararem de respirar. Há dezenas e dezenas de pessoas, desde há homens, mulheres e crianças, e ainda sim, ele é capaz de calá-los somente com sua presença.

Com meu braço entrelaçado ao seu, o observo. Luca Romano, é mesmo um homem poderoso. E isso me assusta de maneira grandiosa. Por isso quer tanto que eu reconheça e assuma meu lugar. Ao seu lado não passo de um grande nada do qual pode se livrar quando bem quiser e entender. Luca possuí inúmeras vidas em suas mãos e a minha é só mais uma em seu poder.

— Don! — o primeiro de muitos homens querendo a atenção de Luca, surge.

O homem baixo e calvo beija o dorso da mão de Luca, olha por meio segundo para mim, me enviando apenas um acenar de cabeça e volta para o homem ao meu lado, me ignorando completamente, isso segue por vários minutos. Até que avisto Francesca, ela sorrir para mim e me chama. Desvio para perguntar a Luca se posso ir até lá, me surpreendendo quando o encontro olhando para mim, os homens ao seu redor falando sem parar.

Nas Mãos Do Don - 2ª livro da série Nas Mãos Do Amor Where stories live. Discover now