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Vittoria

Um mês! Sou casada há um mês e vi mais Luca, quando não era nada sua do que agora que carrego seu sobrenome, também continuo tão virgem quanto sai da casa de papai. A manhã que ameaçou arrancar meus olhos foi o último dia que o vi, Juliano é o responsável por me dar notícias, se é que se pode chamar aquilo de notícias, a respeito do meu marido. Juliano sempre diz que o chefe viajou há negócios importantes e uma vez que resolver tudo, estará de volta.

— Bom dia! — envio um sorriso a Gisele, a mulher tinha se tornado minha salvação, poderia enlouquecer se ela se negasse a falar comigo como os outros funcionários, eles provavelmente temiam dizer algo que considerassem errado e acabar enrascados — Oh! Bolo de chocolate! — me apresso até a delícia de cheiro maravilhoso.

Gisele rir.

— Sente, menina, vou lhe servir — com o chefe longe por todos esses dias, ela acabou criando o hábito recente, de me chamar de "menina", eu adorava, não por me sentir uma menininha, mas pelo carinho que emanava — Pensei que dormiria até mais tarde hoje também.

Nego com a cabeça, a boca cheia.

Uma semana após Luca não dar notícias, passei a ocupar minhas longas noites enquanto o esperava, ou ao menos uma mensagem sua diretamente para mim em meu celular, me entupindo de todo filme que podia, o que me levava a dormir tarde e acordar ainda mais tarde, porém havia decidido pular a rotina ontem a noite. Tinha planos.

— Decidi que não vou esperar por Luca para dar um passeio — o bom humor dela some, preocupação enche sua face — Pode pedir que informem a Juliano para preparar o carro? — ela assente.

— Já esperou tanto, porque não espera um pouco mais?

Acaricio sua mão.

— Vou enlouquecer se ficar perambulando por essa casa mais um dia. E só vou dar uma volta, olhar um pouco — isso não a alivia, mas não discute.

Com Gisele indo fazer o que pedi, repenso minha decisão, talvez ela esteja certa. Olho a cozinha bem esquipada e moderna, mesmo de olhos fechados posso indicar cada coisa, assim como todo o restante da grande construção de três andares, e paro de me questionar.


(...)

Talvez por ter imaginado Luca ao meu lado, a visita ao Central Park não é tão empolgante quanto imaginei, mas mais uma vez decido deixar isso de lado e aproveitar, me sento, consciente a todo instante que Juliano está por perto, parecendo um águia em busca de presa, finjo que nada daquilo está acontecendo, que sou uma turista normal e puxo meu celular para fora da minha bolsa, pronta para ligar para Mav, mas o aparelho moderno some quase que no mesmo segundo e Juliano se torna um vulto, correndo e pulando sobre o homem encapuzado em um skate, ambos vão ao chão.

Levo alguns segundos, que são o suficiente para as pessoas estarem esticando seus pescoços, assim como mais seguranças disfarçados, se aproximando e formando uma espécie de círculo ao redor do ladrãozinho, então me levanto e caminho até lá, os homens de Luca, abrem espaço para mim, parecendo temer me tocarem.

— Caralho — o garoto, vejo que é um por sua voz marcada pela puberdade e quando Juliano puxa o capuz, ele não devia passar dos treze anos, mesmo que fosse alto, seu rosto mostrava ainda alguns traços infantis.

— Levem ele — Juliano o empurra para um dos homens, após puxar meu celular para fora das mãos dele.

— Caralho! — o garoto volta a xingar, mais irritado, ele teria medo se soubesse o que lhe aguarda. A famiglia nunca recorria a polícia, nunca! Era preferível metermos uma bala em nossas bocas ou pedir alguém caso a coragem nos faltasse, a isso, era uma das maiores traições a se cometer — Por favor, cara, não precisa envolver a polícia.

Nas Mãos Do Don - 2ª livro da série Nas Mãos Do Amor Where stories live. Discover now