Capítulo 25

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Juliette estava a cinco minutos de distância de casa, oito, se o motorista mantivesse a velocidade de um caracol. Elas foram separadas por quatro dias para as celebrações de Natal. Quatro horripilantes longos dias.

Foi uma experiência reveladora para Juliette. Ela sentia falta de Sarah mais do que ela poderia ter imaginado.

Ela tentou aproveitar e focar no momento com o pai, fazendo as coisas que eles costumavam fazer juntos; tomando café da manhã em seu restaurante favorito, comprando novas camisas e gravatas, embora ele insistisse que as antigas estavam boas, procurando vinis vintage e indo a livrarias.

Foi fofo. Mas algo estava faltando. Ou alguém.

Sarah tinha chegado em casa, de Aspen, algumas horas antes. Ela mandou uma mensagem para Juliette, dizendo como estava animada com a troca de presentes mais tarde naquela noite. Juliette mal podia esperar para vê-la novamente.

"É o grande portão à esquerda", disse ela ao taxista. "Basta pressionar o botão e dizer que Juliette está aqui."

O motorista seguiu as instruções e a porta se abriu.

"Oh Deus", Juliette disse baixinho, ela não pode deixar de sorrir de orelha a orelha. Sarah estava esperando por ela na varanda da frente da casa, parecia uma mistura de sexo e Natal. Ela vestia botas altas e um vestido vermelho, como num anúncio para a Zara ou algo assim. Céus!

Juliette pulou do carro, "você está tão bonita, Sarará!" e a observou sorrindo ainda mais, enquanto o motorista descarregou a bagagem.

Sarah esperou o motorista dar partida no carro e desceu da varanda. "Como foi em Nova York?"

"E quanto a Aspen?"

"Não mude de assunto." Sarah ficou na frente de Juliette e a agarrou pela manga do suéter. "Você foi fazer compras sem mim."

"Eu fiz muitas coisas sem você. E odiei cada segundo disso."

"Sim, eu também." Sarah soltou a manga e colocou as mãos nos bolsos. "Sentar em frente à lareira com minha mãe e tia Eva, me dizendo repetidamente como Juliette Freire é tão boa no meu show quase me matou." Estar longe de você quase me matou. Pensou.

"Eu aposto," as duas sorriram. "Então... você vai me abraçar ou o quê?"

Sarah se aproximou. Ela abraçou Juliette e beijou sua bochecha. "Bem-vinda ao lar."

Os olhos de Juliette se fecharam por um momento, enquanto ela respirava em Sarah. Ela cheirava diferente. Talvez tenha comprado um perfume novo. Ela estava prestes a mencionar quando seus ouvidos pegaram alguma coisa. "Isso é música de Natal?"

Sarah levantou a mala e pegou a mão de Juliette, guiando-a em direção à casa.

"Como ainda temos presentes para abrir, pensei em ambientar um pouco".

Ela havia feito mais do que acender a lareira e ligar a música. Havia velas acesas. Havia chocolates na mesa de café junto com uma garrafa de champanhe. E um pouco de caviar.

Juliette engoliu em seco. "Isso parece incrível. Apenas me dê um minuto para me refrescar do voo."

Ela levou a mala para a casa de hóspedes e fechou a porta. Ela se encostou na porta, pensando em como diabos ela faria para passar essa noite sem beijar Sarah. Não era justo, a música com a voz romântica de Michael Bubble, a atmosfera tão acolhedora que conseguiu criar. E tudo isso depois de sentir falta dela como nunca antes.

Juliette estava fodida.

Não foi o champanhe que traiu Juliette. Não foi ouvir aquela risada viciante ou ser alimentada com caviar diretamente em sua boca, enquanto Sarah encarava seus lábios com aqueles olhos verdes assassinos.

O RoteiroWhere stories live. Discover now