O Roteiro

Capítulo 46

"Sarah" Abadia bateu na porta do banheiro.

"Sarah, abre a porta por favor" Disse uma Abadia agitada depois de tê-la procurado por vários minutos.

Ela desculpou a filha com o médico, mas sabendo que Sarah queria tempo, ela ficou para ouvir tudo o que ele tinha para explicar. Quando ele disse que era tudo o que ele podia dizer para ela no momento, Abadia se levantou, agradeceu e foi procurar sua filha.

"Vá embora."

"Sarah, já podemos ir vê-la." Abadia tentou convencê-la e funcionou perfeitamente pois em um segundo ela já estava abrindo a porta.

"Oh meu amor" Abadia deixou escapar quando viu o rosto de Sarah, cheio de lágrimas, nariz escorrendo e com os olhos mais inchados que ela já vira.

"Entra comigo? Não sei se consigo sozinha." Sarah quase implorou.

Abadia assentiu e pegou um lenço na bolsa. "Espera deixa eu te limpar um pouco."

Sarah tentou controlar sua respiração, enquanto Abadia limpava seu rosto e tentava a acalmar um pouco. Quando Abadia terminou, guiou Sarah pela cintura para o posto de enfermagem do andar, onde uma delas gentilmente indicou o quarto.

"Se precisarem de algo, por favor pressionem o botão vermelho ao lado da cama." Disse a enfermeira antes de retirar-se, as deixando na porta. As duas entraram de mãos dadas e tiveram uma visão de primeira classe de Juliette na cama, com soro e máscara de oxigênio.

"Deus, minha menina." Abadia sussurrou tapando a boca com a mão livre, contendo suas emoções, queria chorar, mas não podia.

Sarah apertou a mão de Abadia para lhe passar força, mas se segurou na parede. Ela não conseguia dar força a ninguém, sentia que ia desmaiar. Abadia saiu do seu estado de atordoamento e levou Sarah até a cadeira ao lado da cama de Juliette e ajudou-a a se sentar.

Sarah ficou olhando para Juliette como se ela fosse sumir.

Abadia foi até o outro lado da cama e observou de perto o rosto de Juliette, estava tão pálida. Parecia que estava sentindo dor mesmo em seus sonhos.

Parecia tão frágil. Abadia se inclinou para lhe acariciar o cabelo e lhe dar um delicado beijo na testa. "Minha guerreira forte" disse em voz baixa antes de dar outro beijo em sua testa.

Sarah viu toda a cena e apertou sua alma ao ver o enorme carinho que sua mãe demonstrava por Juliette. "Obrigada Mãe!"

Abadia balançou a cabeça, como se dissesse que não havia problema. No momento não tinha mais nada a dizer. Foi até Sarah de novo, apertou o ombro dela e olhou nos olhos dela, depois olhou para Juliette. Em seguida, deu um passo para trás e saiu do quarto.

*****

"Tudo está feito." Thais disse, voltando e colocando o celular na bolsa. "O que não precisamos é que as informações sejam compartilhadas com a mídia."

Gil pediu a Thais que ligasse para a empresa de segurança para vir cuidar das duas meninas e da internação do Hospital, enquanto Gil foi falar com a diretora do hospital, para garantir o sigilo do pessoal e da segurança que estaria chegando.

O hospital não tinha objeções, é claro, já que uma doação muito generosa seria feita para a ala de Oncologia. Gil cuidaria disso.

"O que elas disseram? Elas demoraram muito." Thais perguntou.

"Vou preguntar." Gil estava a ponto de se levantar.

"Isso não será necessário." Disse uma Abadia muito séria.