Capítulo 45

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Sarah seguiu sua mãe até uma sala privada.

"Sarah, me explica, como tudo isso aconteceu?" Abadia disse sentando em uma das poltronas.

Sarah sentou ao lado dela e a olhou "mãe..."

Sarah respirou profundamente e lhe contou como aconteceu. Abadia escutou atentamente tudo o que sua filha tinha a dizer. A abraçou quando teve que abraçar e assentiu como um sinal de que estava acompanhando tudo. Quando terminaram Sarah a olhou, esperando que dissesse algo.

Abadia suspirou com dor e limpou as lágrimas que estavam quase caindo. Respirou de novo e se endireitou.

"Mãe? Diga algo por favor." Alguns minutos se passaram e Abadia não respondeu nada.

"Viu o que eu acabei de fazer?"

"Mas você não fez nada." Disse Sarah confusa e limpando o nariz com um pano.

"Exatamente Sarah, na sua opinião." Abadia disse. "Mas eu fiz. Eu te escutei e estive aqui para você em um momento de vulnerabilidade. Escutei seu ponto de vista e te deixei explicar a situação por que eu TE AMO E TE RESPEITO." Enfatizou as últimas palavras.

Sarah abriu a boca, mas Abadia levantou a mão fazendo-a se calar.

"Quero que olhe nos meus olhos quando eu te falar isso." Sarah a olhou com seus olhos cristalizados.

"Quero que você estenda aos outros as ações que acabei de fazer por você" e continuou "embora seja muito fácil para mim julgá-la nesse momento, não o farei. E mesmo que eu queira gritar com você por ser tão imatura nessa situação, eu não vou." Respirou fundo antes de continuar.

"Mas espero que o que estou prestes a dizer a você pareça um tapa," a agarrou pelas bochechas e conectou seus olhos outra vez. "Quando estiver com a cabeça quente é melhor você ficar em silêncio e escutar. Colocar a palavra de outra pessoa, acima da palavra da pessoa que você ama, se baseando apenas em suposições, é lamentável e baixo." Colocou seu cabelo atrás da orelha. "E agora você vai ter que sofrer as consequências de sua inconsciência, e temo que de longe, minha filha."

Sarah parecia uma criança quando a repreendiam. "Eu sei, obrigada." Engoliu em seco.

"Não me agradeça, apenas aprenda com seus atos e reflita sobre o que acabei de te dizer."

Enquanto a abraçava, ela disse com aquele tom de aço novamente. "E não pense que se livrou, tenho mais algumas coisas pra te falar. Mas não vou mais brigar com você agora. Conversaremos quando você estiver mais calma."

Quando voltaram para a sala de espera, levaram cafés para todos. Se sentaram em um silêncio sepulcral, cada um em seu próprio pensamento.

"Família da senhorita Juliette Freire?" Uma enfermeira perguntou entrando na sala.

"Aqui" disseram ao mesmo tempo Sarah e Abadia.

"Sigam me por favor, o doutor quer vê-las em sua sala antes de verem a paciente."

Ambas se levantaram e a seguiram por um largo corredor para uma ala fechada.

A enfermeira parou em frente a uma porta e bateu suavemente. Esperando a autorização para abrir.

"Entrem, por favor." Disse abrindo a porta.

Entraram e o doutor as pediu para sentar.

"Senhora" o doutor a cumprimentou primeiro e se virou para Sarah "imagino que você seja o contato de emergência, Senhorita Andrade."

Ela confiava tanto em Sarah que a colocou como contato de emergência. Outra onda de culpa passou pela loira, e se não bastasse sua mãe ainda a estava olhando com olhos de 'eu sei o que você está pensando'.

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