Capítulo 57

450 90 18
                                    




"Aqui estão eles" Arthur voltou para elas correndo com os paramédicos atrás dele.

Quando Sarah foi convidada a dar-lhes espaço, ela imediatamente o fez, mas partiu seu coração ouvir Juliette gritar.

"Sah... não... não!" Uma Juliette agitada gritou fracamente "não me deixe..." e começou a chorar.

"Eu estou aqui meu amor, estou aqui."

"Senhorita, vai ficar tudo bem, ela está ao nosso lado." Disse um dos paramédicos, tentando tranquilizar a pobre moça.

"Ela teve um ataque cardíaco há seis semanas." Sarah informou. "Eu coloquei a pílula de emergência debaixo da língua dela."

"Muito bem" disse o outro paramédico colocando a máscara de oxigênio sobre o nariz e boca de Juliette. "Temos que levá-la."

"Nããão" Juliette tentou dizer, tentando tirar a máscara.

"Eu vou com vocês!" Sarah disse. Observando como a colocaram na maca. "Arthur liga para minha mãe e diz a ela o que está acontecendo. Pegue meu telefone que está lá em cima e você pode dirigir qualquer um dos carros."

Sarah saiu correndo

Arthur acenou com a cabeça para si mesmo e entrou em ação.

*****

Thais chegou ao hospital na mesma hora que Abadia.

Elas se registraram e foram para a sala de espera.

"Foi igual à última vez?" Thais perguntou.

"Eles ainda não sabem", disse Abadia. Tentando encontrar Sarah.

"Eles estão no refeitório." Thais disse recebendo uma mensagem de Arthur.

Quando elas chegaram, encontraram Arthur abraçando Sarah de lado, enquanto ela apenas se encostou nele tentando bloquear tudo ao seu redor.

"Crianças... não me assustem." Abadia disse.

"Calma, ela está apenas se acalmando um pouco." Disse Arthur. "Ela se comportou como uma heroína."

Abadia sorriu para Arthur, decidindo deixar a filha como estava. Tomou um assento ao lado de Thais.

"Arthur, você disse que ela estava lúcida?" Thais perguntou.

"Sim, só estava muito assustada." Arthur disse acariciando o cabelo de Sarah. "Mas ainda não sabemos o que foi, especificamente."

"Seu médico está aqui? Vou perguntar por ele." Abadia se levantou.

"Não mãe, não é necessário. Já o avisaram."

"Ok, alguém quer café? "Perguntou Thais.

"Eu" falaram os três ao mesmo tempo.

"Agora mesmo."

*****

Sarah entrou no quarto onde Juliette estava.

"Ju. Estou aqui." Sarah disse suavemente.

Aproximou-se da cama e pegou sua mão.

"Você não foi embora" Juliette abriu os olhos, ela estava apenas descansando-os. A primeira coisa que viu foram os olhos de Sarah vermelhos, ela parecia um pouco quebrada. "Perdoe-me, isso tudo é..."

"Por um momento... eu pensei que nunca iria te ver novamente."

"Sinto muito..." a voz de Juliette falhou.

"Você não tem NADA pra pedir perdão. Tudo ficará bem. Vamos para casa." Sarah beijou sua mão olhando em seus olhos.

Aquela nunca fora sua casa. Mas se sentia em casa, Juliette tentou dizer, mas não conseguiu. Ela limpou a garganta "Sarará?"

"Sim?"

"Eu estava pensando..." Juliette cobriu a boca com uma das mãos. Realmente ia dizer isso a ela. "Já que eu não trabalho mais para você..." Um raio de felicidade apareceu nos olhos de Sarah e ela apertou um pouco a mão de Juliette.

"Talvez pudéssemos começar de novo" Juliette sussurrou, mal dizendo as palavras. "Fazer isso corretamente." Ela disse com um pouco mais de ênfase.

Sarah entrelaçou seus mindinhos "Você está me chamando para um encontro, Freire?" Ela perguntou repetindo a linha do roteiro, mas com os papéis invertidos.

"Não me faça dizer isso..." Juliette disse com os olhos cristalizados de lágrimas. Ela tentou limpá-las com a mão livre, mas elas caíram mesmo assim. "Deus, estou com tanto medo. Estou com tanto medo."

"Amor" Sarah se inclinou para mais perto dela segurando suas mãos.

"Eu não posso ir. Por que não posso ficar longe de você." Juliette estava chorando baixinho.

Sarah sentou-se na cama e gentilmente colocou Juliette de lado em seu colo.

"Por que você pertence aqui." Ela beijou a cabeça de Juliette e sussurrou. "Você pertence aqui, comigo. Vamos resolver tudo. Apenas fique, Ju. Não me deixe."

E Juliette chorava nos braços de Sarah enquanto ela a segurava.

E então elas choraram um pouco mais na cama de Sarah, quando ela teve alta do hospital.

Suas dores saindo de uma forma que Juliette não tinha deixado sair e Sarah ficou aliviada ao saber que ela estava lá com ela, que ela não a perdeu neste plano, ou em sua vida terrena.

Ambas precisavam uma da outra. Essas horas de angústia, choro e incerteza. Todas aquelas semanas sem saber o que aconteceria com seu relacionamento. Elas as trouxeram a este momento para se abraçarem com tanta força que os pedaços quebrados haviam começado a se juntar novamente, com algo chamado Amor. Um Amor que àquela altura já era incondicional.

O RoteiroWhere stories live. Discover now