Capítulo 56

495 103 17
                                    




Juliette ajudou Thais a limpar a cozinha.

Surpreendentemente, Thais não perguntou por que Sarah tinha ido para seu quarto e não voltou. Ela apenas a ajudou a limpar e abraçou Juliette antes de se despedir, então ela saiu com seu marido.

Durante o jantar, Juliette percebeu que Thais e Sarah pareciam mais próximas. Elas falaram sobre a novela como se a tivessem visto juntas. E Thais sabia exatamente onde estava tudo na cozinha e antes não era assim. Thais mal pôs os pés na casa antes de Juliette chegar.

As coisas estavam diferentes agora e isso era uma coisa boa, Juliette supôs. Ela foi pegar uma garrafa de água na geladeira e encostou-se no balcão, precisando se hidratar. Um dos medicamentos que deram a ela deixava sua boca seca. Havia tomado ele hoje? E com a taça de vinho que bebeu, não queria correr riscos.

Arthur estava na espreguiçadeira com seus fones de ouvido, ouvindo sua música. Juliette colocou sua garrafa pela metade no balcão e saiu de casa.

Arthur rapidamente removeu seus fones de ouvido.

"Você precisa que eu te ajude com alguma coisa?"

"Não" disse Juliette. "Eu só preciso tirar algumas coisas da casa de hóspedes."

"Claro... hum... você acha que estaria tudo bem se eu tomasse uma cerveja? Só uma, eu prometo.

Juliette pensou o quão fofo era ele simplesmente perguntar a ela. Ela assentiu, embora não fosse realmente sua decisão. "Só uma ok?" Arthur sorriu e foi para a casa.

Juliette ficou olhando para a casa de hóspedes, perguntando-se por que seus pés haviam parado de funcionar.

'Você deve ir para a casa de hóspedes e pegar suas coisas.'

Essa nova versão de Sarah com certeza receberia mais convidados, que eventualmente poderiam ficar. Talvez Abadia a ocupasse por um tempo para fazer companhia a Sarah, quando Arthur fosse para a faculdade. Juliette tinha um carinho especial por Abadia. Sim, ela podia ser assustadora às vezes, mas seu coração conhecia suas prioridades e não havia dúvida de que ela daria sua vida pela de Sarah.

Juliette deveria ir buscar suas coisas. Ela definitivamente não deveria voltar para a casa principal. Mesmo assim, ela se virou e voltou para a casa. Algo disse a ela que ela não deveria ficar sozinha.

Ela parou na entrada da casa. Sentiu mais sede. Ela olhou escada acima, perguntando-se quantas vezes havia subido para cuidar de Sarah, para amá-la, quando ela não deveria.

'Pára Juliette. Pára enquanto você ainda pode. Você tem sido muito forte. Apenas volte para o hotel e engula a dor.'

Dois passos.

'Arthur está aqui, o que acontece se você disser algo que não deve e Sarah gritar com você de novo? O que esse pobre garoto vai pensar de sua irmã?'

Mais dois passos.

'Deus Juliette. Quantas vezes você vai se entregar para alguém que vai te jogar fora cada vez que mudar de humor?'

'QUANTAS VEZES?'

"Juliette você está bem?" Arthur perguntou. Mas Juliette não ouviu.

'Dê a volta, pegue suas coisas e vá. Só vai. Você vai vê-la amanhã no trabalho. Conversarão mais um pouco. Vai ficar tudo bem. Melhor que bem.'

'Ninguém te machucará.'

"Juliette?" Um Arthur preocupado se aproximou dela. "O que você tem?"

Juliette havia parado no meio do caminho e estava dobrada sobre si respirando com dificuldade.

Arthur viu que não recebeu nenhuma resposta e que ela começou a respirar mais forte e escorregou para o chão. "Saraaaaaaaaaah!" ele gritou.

Em alguns segundos Sarah saiu do quarto. "Arthur, o que houve?"

Uma Sarah de olhos vermelhos e maquiagem meio borrada desceu rapidamente, um tanto irritada "Por que você está gritando assim?"

"Corre, é a Juliette!"

E como um raio, Sarah correu com todas as forças que lhe restava até chegar ao lado de Juliette.

"Ju, Ju!" Sarah a abraçou e se colocou por trás dela no chão. "Arthur, traga-me a bolsa dela, agora!"

Arthur correu e fez o que lhe pediram enquanto chamava uma ambulância.

"Sah... minha... minha bolsa."

"Sim, linda, apenas respire, inspire, expire." Sarah disse a ela baixinho, mas claramente. "Copie meu peito, vá para cima e para baixo."

Arthur entregou a Sarah e ela sabia em qual bolso encontrar os comprimidos. "Abra sua boca Ju."

Ela abriu a boca levemente e Sarah enfiou os dedos na boca de Juliette e colocou a pílula sob sua língua.

"Isso amor, a ajuda está chegando, continue respirando."

"Sah..." Arthur disse sem saber mais o que fazer.

"Arthur, vá e abra a porta, por favor, guie-os aqui quando eles chegarem."

Ele saiu rapidamente para fazer o que sua irmã pediu que ele fizesse.

"Sarará..."

"Shhh"

"Não... não me deixa!"

"Eu não vou meu amor, nunca mais."

O RoteiroOnde histórias criam vida. Descubra agora