Capítulo 50

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Depois de ter acompanhado Thais até seu carro, Sarah entrou em casa e foi direto para o seu quarto.

Entrou no chuveiro com roupa e tudo e o ligou, se deixou deslizar até estar sentada de baixo da água e então chorou com vontade, como nunca tinha chorado antes e isso significava muito. Nesse momento deixou sair tudo que tinha sentido e sufocado.

O que pensou que tinha sido traição, mas não era.

Quase perder Juliette em seus braços, mas a trazendo de volta.

O medo que ela parasse de respirar, o que ela deixou de fazer duas vezes.

O medo ao ver seu estado na cama do hospital, medo dela não acordar.

Medo de que ela acordasse e não a quisesse ver.

Ansiedade que ela iria embora e... ela foi.

Perder Juliette, literalmente.

Soluçou de dor. Dor e raiva de si mesma. Lamentos de quem perde sua pessoa amada, suspiros de agonia de uma alma atormentada por seus erros.

E foi assim que a encontrou uma preocupada Abadia, depois de chegar na casa de sua filha, após um dia cheio de tarefas.

A encontrou sentada como uma garotinha que se escondia com a água de todo mal que pudesse estar passando.

"Meu amor..." sussurrou angustiada.

"Vou entrar." E entrou. Entrou, desligou o chuveiro e ficou no nível de sua filha. A levantou pelos ombros "Me ajuda minha menina."

A sentou na cama, sem se importar que provavelmente teria que trocar o lençol em uns minutos.

Olhou Sarah nos olhos e não teve que perguntar para saber que Juliette havido ido embora.

"Levanta os bracinhos, isso, boa garota." Sua filha estava muda, só chorava silenciosamente neste momento.

"Vou tirar essa roupa molhada." Tinha assistido o suficiente a Doutora Isabella Cove para saber como cuidar de uma pessoa que se encontrava no estado em que sua Sarah estava nesse momento.

"Vou pegar toalhas e roupas secas." Se afastou por uns minutos pegando tudo e voltou rapidamente, não querendo deixá-la sozinha.

Trocou sua filha como fazia quando ela era pequena. E depois de secar seu lindo cabelo, agarrou um pente e começou a penteá-lo.

"Você quer me contar alguma coisa Sarah?"

Perguntou suavemente, esperando não receber resposta, mas recebeu.

"Sim" foi tão suave que quase não a ouviu.

"Okay, o que quer contar para a mamãe?"

"Sinto muito mãe."

" Sobre o que, filha?"

"Lamento ter deixado sua outra filha escapar de minhas mãos." Sarah respirou fundo "Perdoe-me por não ser capaz de superar meus medos... por me dar por vencida."

"Sarah, não se desculpe por algo que você ainda pode consertar. Você não está sozinha nisso. Todos queremos que fiquem juntas. Você vai conseguir amor, eu sei que sim."

"Não, mãe, eu não sei como, eu sou uma idio..."

"Shhhh você não é nada disso. Como eu já disse, aprenda com seus erros e volte mais forte do que antes."

"Ela não quer me ver."

"Ela te AMA Sarah. Te ama. Mas ela precisa de um espaço e você vai dar pra ela, porque você também precisa estar bem pra dar a ela o melhor de você. O pior, eu acho que ela já conheceu e ainda te ama."

O RoteiroOù les histoires vivent. Découvrez maintenant