Capítulo 32

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Juliette estava na casa de hóspedes, sentada à mesa da cozinha, massageando a testa. Ela estava tentando decidir do que mais se arrependia da noite anterior, suas palavras ou o vinho. Definitivamente era o vinho. Mas também suas palavras. Três dedos dentro de você, quem diabos fala assim?

Toda aquela sedução em menos de um minuto fez Juliette estar em um furacão. Sarah realmente tentou levá-la para cama naquela noite ou foi apenas um sonho estranho? Um mal-entendido, poderia ser. Tinha que ser isso, Juliette a tinha ouvido mal, certo? Deus, sua cabeça doía tanto. E aquele telefone estúpido que continuava tocando, com um número que ela não reconheceu.

O telefone tocou novamente e desta vez Juliette atendeu, pronta para gritar com quem estava tentando falar com ela.

"Fala." Ela se levantou, mas sua expressão caiu quando começou a ouvir.

"Não, não pode ser. Não, mas se você apenas... NÃO, NÃO, NÃO! Oh Deus!" Juliette sentou em sua cama. "Sim, sim. Eu irei o mais rápido possível."

Sarah abriu a porta da casa de hóspedes e encontrou Juliette fazendo sua mala de mão. Ela jogou as mãos para o ar.

"Perfeito. Isso é perfeito. E você provavelmente iria embora sem se despedir."

Juliette pegou seu suéter e o vestiu, ignorando completamente Sarah. Ela colocou a mala no chão e olhou para o relógio. "Merda", sussurrou.

Finalmente, levantando os olhos, revelando seus inchados olhos vermelhos. "Meu táxi já está aqui?"

Sarah suavizou o tom quando viu aqueles olhos tristes. "Ok, olha... só precisamos sentar e conversar."

"Eu tenho que chegar ao aeroporto."

"Então você vai fugir? Desta vez eu não vou implorar para você voltar."

Juliette pegou sua bolsa e mala, tentando conter as lágrimas. Não havia tempo para quebrar. Isso poderia esperar até que ela estivesse no avião. Ela rolou a mala e saiu à beira da piscina.

Sarah a seguiu até a porta lateral. "Por favor, você poderia apenas falar comigo por um segundo? Deixe-me pedir desculpas. Eu sei que o que eu disse foi inapropriado. Fiquei tão feliz por estar com você, fiquei muito empolgada, meus pensamentos nublaram. Eu não queria fazer você se sentir barata e eu certamente me arrependo de supor que você pularia na minha cama se eu pedisse, me desculpe."

Juliette tentou digitar o código, mas seus dedos estavam tremendo demais. Ela deu um passo para o lado e segurou a cerca, sua respiração estava irregular, ela estava prestes a hiperventilar.

"Por favor abra a porta."

Sarah balançou a cabeça. "Não. Isso é ridículo, Juliette. Você não pode fugir de mim. Temos que conversar. Temos que..."

O rosto de Juliette se contorceu em uma careta de dor intensa, quando um soluço profundo escapou de sua boca. Ela tentou sugar um pouco de ar, estava tendo problemas para respirar. "Meu pai." Conseguiu soltar antes de quebrar completamente.

Sarah estendeu a mão para segurá-la antes de cair no chão de cimento, suavizando a queda. Ela conseguiu tirar o telefone do bolso de trás, usar a discagem rápida e colocá-lo no viva-voz. Apoiando Juliette com um braço e suas pernas. "Responda, droga."

Juliette agarrou a camisa de Sarah e começou a soluçar amargamente contra seu peito. "Droga, Thais, atende."

A assistente de Sarah finalmente respondeu.

"Thais! Eu preciso de um jato o mais rápido possível. Para Nova York. THAIS AGORA!" Sarah largou o telefone no chão e envolveu Juliette nos braços. "Te peguei. Apenas aguenta." Ela disse enquanto ouvia a buzina do táxi. Ela pegou o telefone e digitou o código da porta da frente. Beijou a cabeça de Juliette e disse. "Eu já volto meu amor."

O RoteiroWhere stories live. Discover now