27: planos e amor

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Guilherme Marechal (MARECHAL)

Traguei o resquício do meu último cigarro observando o Carioca passar a faca na pele daquele porco que já gritava rouco. Não sei de onde ele ainda tinha forças já que estava dias sem comer e beber completamente, apenas sendo torturado lentamente com a morte chegando e batendo na porta todos os dias, mas quando ele pensava que iria morrer eu entregava a comida e a bebida. E como um porco ele comia tudo sem deixar um grão no prato, sabendo que pelos próximos dias ficaria sem comer nada.

—Eu já disso que não sei de nada! —Ele gritou antes de jogar a cabeça pra trás respirando profundamente.

—Tu sabe que essa não é a resposta que eu quero. Tu trabalha pro Dedé e eu quero saber onde ele tá escondido. —Lentamente ele voltou a me encarar logo soltando uma risada.

—Eu tô preso aqui há dias, Marechal. Como eu vou saber disso caralho? —Me aproximei dele agarrando seu pescoço o mais forte que eu conseguia.

—Tu sabia como encontrar a minha família, como me encontrar, como encontrar a minha mulher e o meu filho. Agora tu não sabe como encontrar o teu chefe? —Aquele maldito sorriso no rosto me irritava tanto. —Eu já sei que tu veio com ele e provavelmente combinaram de se encontrar, só quero que facilite meu trabalho, porque eu vou descobrir de qualquer forma.

—VT conseguiu desbloquear o celular dele. —Um dos menor entrou na sala me entregando o celular.

—Tu não me ajudou em nada... —Entrei nas conversas tentando encontrar qualquer sinal do Dedé ou Caveira.

—Ta se divertindo, Marechal? Eu me diverti pra caralho matando tua família desse jeito aqui, do mesmo jeito que tu me sufocou agora. Ainda lembro do pescoço da sua mãe nas minha mãos, ela cheirava tão bem. —Segurei o celular com mais forças soltando um suspiro. —E a tua mulher, ela gostou... Diz pra ela me procurar sempre que quiser, eu dou conta do que tu não faz.

—Arranca a língua desse arrombado, Carioca. —Joguei o alicate pra ele.

—Difícil ouvir? É a verdade! —Me aproximei dele soltando uma risada no momento em que achei a mensagem.

—Tu pode se divertir pra caralho falando asneira. Mas sem caô, eu me divirto muito mais vendo tu sendo feito de danada e pode ter certeza que agora teu inferno vai começar. Isso aqui ainda não foi 1% do que tu vai sofrer. —Virei o celular pra ele que leu brevemente a mensagem antes de arregalar os olhos e eu sorrir outra vez. —Teu chefe não vai conseguir tirar nem seu cadáver daqui, sabe por quê? Porque eu sou o Marechal e pra te tirar daqui eu tenho tá morto primeiro, mas nem sequer o diabo me quer lá em baixo.

—É melhor tu me matar logo! Me mata seu filho da puta! —Voltei a dar risada observando ele ficar desesperado.

Sai da sala mandando uma mensagem para a Lorena pra saber se eles tão bem, sei que nesse momento o coração dela deve tá mil por hora e a cabeça pensando várias besteiras. Ainda sim preciso resolver toda essa bagunça, além de ser a minha parada deram tiro no meu filho e na minha afilhada, duas crianças que não sabem de absolutamente nada. A questão que eu quero saber é quem foi o responsável, Dedé ou o Caveira e independente de quem foi, vão conhecer o inferno logo.

Subi na moto acelerando em direção a boca, já tinham me passado a visão que Deco e o Lennon já tava lá me esperando. Quando desci da moto vi o Lennon me fuzilando e na real tô pouco me fudendo pra esse arrombado que acha que ainda é dono disso.

—Passa a visão do que tu quer logo. Se acha que eu sei do Caveira pode ter certeza que ele já taria morto, sete palmo em baixo da terra. —Ele se jogou na cadeira.

UM LANCE PERIGOSO (MORRO)Where stories live. Discover now