36: cabo de guerra

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Guilherme Marechal (MARECHAL)

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Guilherme Marechal (MARECHAL)

O quão profundo é o meu amor por ela? Poderia passar horas falando que ninguém entenderia. Lorena virou a minha vida de cabeça para baixo quando apareceu, me fez ver lados meus que eu nunca imaginaria estar aqui. Me fez amar, ser amado e me tornar pai, uma parada que eu nunca quis ser. Mas quando vi o Lucas, me apaixonei de cabo a rabo por aquele cocudo pequeno e bicudo igual a mãe. Lorena com aquele cabelão enorme cacheado, a pele toda tatuada e um sorriso enorme que sempre faz os olhos dela se fechar.

Jamais me imaginaria nessa situação, ver ela deitada em uma maca toda pálida enquanto toma soro com alguns remédios. Tudo isso pra manter nosso próximo filho na barriga, com certeza parcela da culpa dela quase ter perdido ele é minha. E com certeza essa merda toda vai corroer minha cabeça sempre que olhar para o bebê. Graças a Deus chegamos no hospital a tempo e logo depois tomei uma puta bronca da médica.

—Guilherme... —Escutei a voz dela saindo praticamente em um sussurro. —O bebê...

—Oi amor! —Me aproximei passando a mão pelo cabelo dela e deixando um beijo em sua testa. —O bebê tá bem, não fica preocupada.

—Graças à Deus. —Logo ela soltou um suspiro de alívio e voltou a fechar os olhos.

Como a médica disse ela iria dormir a noite toda e quase o dia todo amanhã por causa da medicação. Sabendo que ela tá bem e o bebê também mesmo eu querendo ficar aqui o serviço me chamava. Já tava em tudo que é jornal que o Deco tava morto, logo a confirmação chegou no meu telefone. Óbvio que ver ele morto com o corpo todo esfaqueado não era algo que eu queria, mas perdão não existe nesse mundo. E dizendo sobre perdão, hoje era o dia que um verme que não merece empatia alguma iria morrer depois de dias de tortura.

Eu nem sequer tinha ideia de como aquele desgraçado ainda tava vivo, mas ainda fazia meu sangue ferver. Não quis apenas matar ele e pronto, queria fazer ele sentir dor, sentir cada segundo da morte batendo na porta, como ele fez com a Lorena, com a minha mãe e a Clara. Eu nunca fui da turma de tortura e matar por prazer, fiz porquê precisava chegar no topo e com as mãos limpas nunca chegaria.

Olhei a Giovanna botar a cabeça pra dentro do quarto e me chamar para o lado de fora já que não pode ficar duas pessoas no quarto ao mesmo tempo. Assim que sai vi ela escorada na parede cutucando as unhas com o rosto meio inchado e avermelhado. Fechei a porta já cruzando meus braços e me preparando pra ouvir a maior bronca, com certeza a dela seria a pior de ouvir, mas ela apenas me olhou sorrindo levemente e ia entrando no quarto.

—Ihh, qual foi? Tu ficar em silêncio é pior que me esculachar. —Ela me olhou outra vez e só então percebi que o avermelhado não era de choro. —Que parada é essa na tua cara?

UM LANCE PERIGOSO (MORRO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora