Capítulo 3

221 21 10
                                    

Acordo por volta de duas da tarde com uma dor horrível de cabeça, o som de alguém batendo na porta faz com que eu saia da cama e vá atender. Quem em sã consciência acordaria uma dama com ressaca em pleno sábado?

Abro a porta e vejo Alex. Ele retira os óculos escuros e dá aquele famoso sorriso que faz metade das mulheres do mundo arrancar as roupas.

Devo admitir que fui uma delas, mas o encanto passou quando percebi o mulherengo filhinho de papai que é. Tivemos um rolo por um tempo e depois terminamos, agora somos bons amigos. Tão bons amigos que veio me acordar.

— Devo dizer, Heyoon, querida, sua cara está um horror.

— Shh, fale mais baixo. —  Massageio minhas têmporas — O que quer?

— Um bom amigo não pode fazer uma visita?

— Levou um bolo, não é?​

— Com certeza, mas só porque ela pegou um resfriado.

— Entra.

Caminho até a cozinha, deixando Alex com as honras de fechar a porta e me seguir. Procuro algum remédio em uma caixa em cima da geladeira e enfio duas aspirinas na boca.

— Parece que a bebedeira de ontem foi boa, estou chateado por não ter me convidado.

— Não quero minhas amigas andando com você.

Alex começa a gargalhar e me olha com uma expressão de desentendido.

— Ora, vamos. Jamais encostaria um dedo nelas.

— Aí é que tá, o problema é elas encostarem o dedo em você.

Observo Alex retirar o celular do bolso e digitar rapidamente, aproveito para deixá-lo e ir tomar um banho. Já passamos da fase de sentir necessidade da presença um do outro. Ás vezes ele aparece do nada, fica por meia hora e vai embora.

Estou acostumada.

Saio do banho meia hora depois, me sentindo totalmente rejuvenescida e levemente melhorada. Alex está colocando duas sacolas pardas em cima do balcão.​

— Vou te alimentar antes de sair. Olha que ótimo amigo eu sou.

— Isso me cheira mal. - Cruzo os braços. — Do que precisa?

— Você tem uma falsa impressão sobre mim, Heyoon.

Reviro meus olhos e me sento ao seu lado, conversamos sobre alguns pontos a serem trabalhados na empresa e acabo comentando sobre o pedido de férias, ele escuta atentamente todos os meus lamentos sobre o casamento de minha irmã e minha correria para encontrar alguém, até mesmo descrevo um pouco do que me lembro sobre a conversa de ontem com a moça da agência de acompanhantes.

— Isso parece uma merda sem fim. — Alex franze a testa.

— Pois é, como posso sair dessa furada?

— Bom... você não pode.

— Aff.

— Mas... — Balança os ombros — Poderia me levar, podemos fingir.

— Suas mãos ficariam longe das madrinhas por quatro semanas?

Seu silêncio é tudo que preciso para confirmar que em menos de vinte e quatro horas ele estaria na cama de outra.

— Bom, pelo menos posso te liberar. A senhorita está com duas férias vencidas, nada mais justo que liberar essa sua bunda gostosa para um descanso. - Ele pisca para mim. — Assim a empresa não toma multa e eu não sou comido vivo pelo meu pai.

— Obrigada.

— Agora, sobre o acompanhante... estarei curioso para saber mais detalhes antes de sua viagem.

— Pode deixar que te mando uma foto. - bufou

Terminamos o almoço em silêncio, depois de algum tempo o celular de Alex toca e ele se vai. E eu fico o meu sábado todo deitada vendo Netflix.

★★★
beijinhos

A Acompanhante - SiyoonWhere stories live. Discover now