Acordo por volta de duas da tarde com uma dor horrível de cabeça, o som de alguém batendo na porta faz com que eu saia da cama e vá atender. Quem em sã consciência acordaria uma dama com ressaca em pleno sábado?
Abro a porta e vejo Alex. Ele retira os óculos escuros e dá aquele famoso sorriso que faz metade das mulheres do mundo arrancar as roupas.
Devo admitir que fui uma delas, mas o encanto passou quando percebi o mulherengo filhinho de papai que é. Tivemos um rolo por um tempo e depois terminamos, agora somos bons amigos. Tão bons amigos que veio me acordar.
— Devo dizer, Heyoon, querida, sua cara está um horror.
— Shh, fale mais baixo. — Massageio minhas têmporas — O que quer?
— Um bom amigo não pode fazer uma visita?
— Levou um bolo, não é?
— Com certeza, mas só porque ela pegou um resfriado.
— Entra.
Caminho até a cozinha, deixando Alex com as honras de fechar a porta e me seguir. Procuro algum remédio em uma caixa em cima da geladeira e enfio duas aspirinas na boca.
— Parece que a bebedeira de ontem foi boa, estou chateado por não ter me convidado.
— Não quero minhas amigas andando com você.
Alex começa a gargalhar e me olha com uma expressão de desentendido.
— Ora, vamos. Jamais encostaria um dedo nelas.
— Aí é que tá, o problema é elas encostarem o dedo em você.
Observo Alex retirar o celular do bolso e digitar rapidamente, aproveito para deixá-lo e ir tomar um banho. Já passamos da fase de sentir necessidade da presença um do outro. Ás vezes ele aparece do nada, fica por meia hora e vai embora.
Estou acostumada.
Saio do banho meia hora depois, me sentindo totalmente rejuvenescida e levemente melhorada. Alex está colocando duas sacolas pardas em cima do balcão.
— Vou te alimentar antes de sair. Olha que ótimo amigo eu sou.
— Isso me cheira mal. - Cruzo os braços. — Do que precisa?
— Você tem uma falsa impressão sobre mim, Heyoon.
Reviro meus olhos e me sento ao seu lado, conversamos sobre alguns pontos a serem trabalhados na empresa e acabo comentando sobre o pedido de férias, ele escuta atentamente todos os meus lamentos sobre o casamento de minha irmã e minha correria para encontrar alguém, até mesmo descrevo um pouco do que me lembro sobre a conversa de ontem com a moça da agência de acompanhantes.
— Isso parece uma merda sem fim. — Alex franze a testa.
— Pois é, como posso sair dessa furada?
— Bom... você não pode.
— Aff.
— Mas... — Balança os ombros — Poderia me levar, podemos fingir.
— Suas mãos ficariam longe das madrinhas por quatro semanas?
Seu silêncio é tudo que preciso para confirmar que em menos de vinte e quatro horas ele estaria na cama de outra.
— Bom, pelo menos posso te liberar. A senhorita está com duas férias vencidas, nada mais justo que liberar essa sua bunda gostosa para um descanso. - Ele pisca para mim. — Assim a empresa não toma multa e eu não sou comido vivo pelo meu pai.
— Obrigada.
— Agora, sobre o acompanhante... estarei curioso para saber mais detalhes antes de sua viagem.
— Pode deixar que te mando uma foto. - bufou
Terminamos o almoço em silêncio, depois de algum tempo o celular de Alex toca e ele se vai. E eu fico o meu sábado todo deitada vendo Netflix.
★★★
beijinhos
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A Acompanhante - Siyoon
Fanfiction{CONCLUÍDA} Após mudar-se para Los Angeles em busca de um recomeço, Heyoon consegue toda a estabilidade financeira que sempre sonhou. Três anos se passaram e, apesar de tentar seguir em frente, ela se vê em uma encruzilhada quando tem que voltar a s...