Capítulo 33

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SINA

Quando ouço meu nome ser chamado, me levanto e caminho até o palco para receber meu diploma. Os aplausos me seguem até que eu ande novamente ao meu lugar.

A sensação de estar formada e poder dizer que sou médica é indescritível, mas não consigo deixar de sentir o vazio por não poder compartilhar isso com alguém, principalmente com ela.

Heyoon não atende minhas ligações há três meses, faltam 4 meses para o ano acabar e me sinto desesperada. Contatei sua família na semana passada e a única resposta que obtive foi um áudio da avó de Heyoon dizendo que a neta está morando fora por um tempo. E que sente muito a minha falta.

Culpo-me pelo que aconteceu naquela noite no bar, me culpo ainda mais por não ter ido imediatamente até o apartamento de Heyoon, mas quando consegui seu endereço, já era tarde demais. Ela havia ido embora, a única pessoa presente era uma mulher chamada Hina, quando me viu na porta seus olhos se arregalaram.

— O que está fazendo aqui? - Hina me perguntou.

— Preciso falar com Heyoon.

— Ela se foi.

Quando Hina fechou a porta na minha cara naquele dia, chorei por uma semana inteira.

Perdi a única mulher que me fez feliz. Até mesmo respirar em momentos como esse é difícil.

Noah me chama para comemorar em sua casa, mas acabo recusando a oferta. Serei efetivada em breve pelo hospital que fiz estágio, então preciso me levantar cedo e correr atrás de alguns documentos.

Peço uma pizza assim que chego em casa e me jogo no sofá, recentemente adotei um cachorro para ficar comigo, as noites solitárias e chorosas não eram tão solitárias e chorosas com Bruce ao meu lado.

— Somos só nós dois de novo, garotão - Acaricio sua cabeça e ligo a televisão.

☆☆☆

Acordo por volta das oito e vou até o centro, passo nos devidos lugares que preciso e vou até o hospital. Enquanto espero o coordenador voltar com o contrato e mando uma mensagem para vovó perguntando sobre Heyoon.

Vovó me responde dizendo que a neta está bem e me passa um endereço.

"É onde ela trabalha, quem sabe alguém possa te ajudar."

Demora alguns minutos para o coordenador voltar com a papelada, mas sinto que se passaram horas, depois que assinei todos os papéis e confirmo o início de minhas atividades na semana que vem, corro até meu carro e vou em direção ao endereço.

Não deixo de roer as unhas até o elevador parar no andar certo e abrir a porta, caminho até o balcão da secretária e peço para falar com o responsável.

— Posso ver algum documento? - Pergunta.

Entrego minha identidade e aguardo, ela fala no telefone por alguns minutos e depois suspira.

— Ele está vindo - A secretária estende meu documento de volta para mim.

Ao final da frase um homem vestido em um terno sob medida aparece, os cabelos castanhos lustrosos estão penteados para trás e a barba por fazer complementam o estilo de homem que é bonito e não precisa fazer muito esforço.

Um grande sorriso se forma em seus lábios assim que nossos olhos se encontram.

— Sina, estou feliz que esteja aqui. - Faz um gesto para o corredor. — Vamos?

Deixo que me guie pelo corredor, passamos por diversas mesas e salas, o caos aqui é imenso, ainda mais quando nos aproximamos. Os cochichos e risadas preenchem todo o ambiente.

— Entre. - Abre a porta.

Sento na cadeira em que aponta e aguardo que faça o mesmo, observo-o dar a volta na mesa e desabotoar o paletó antes de sentar.

— Você é ainda mais linda pessoalmente.

— Não estou aqui para que dê em cima de mim. - Reviro os meus olhos.

— Não estou. - Ele cruza as pernas. — É apenas um fato. Heyoon me mandou uma foto de vocês duas quando a contratou. Somos amigos, perdoe se fui invasivo, geralmente tenho essa liberdade com ela.

— Vocês dois já...

— Sim, mas tem muito tempo. Antes mesmo de se conhecerem.

— Certo... bom, estou procurando por ela.

— Infelizmente não será possível, temos uma política que proíbe o vazamento de certas informações de nossos funcionários.

— Olhe... - Noto que desde que nos encontramos, não perguntei seu nome. — Como se chama?

— Alex. - Responde amigavelmente.

— Alex. - Repito. — Heyoon e eu temos pendências. Eu preciso saber como ela está, preciso me desculpar. Ela não atende o maldito telefone e eu estou ficando doida.

— Gosta dela tanto assim?

— Mais do que pode imaginar.

Seus olhos me avaliam por um momento antes colocar os pés em cima da mesa.

— Sinto muito, Sina. Mas não posso ajudar.

— Pelo menos posso vir para receber notícias?

Todos os dias após meu plantão, vou até Alex e pergunto como ela está, as respostas variam entre: bem, ok, normal e não sei. Mais nada além disso.

Com o passar dos dias, Alex e eu desenvolvemos um vínculo, passamos a nos encontrarmos para tomar café todas as tarde. Contei a ele o meu lado da história com Heyoon e todo o mal entendido que ocorreu antes dela sair do País.

Alex também comenta sobre alguém que conheceu e como nunca esperava estar totalmente de quatro por uma mulher. Tento aconselhar da melhor maneira que posso, e ele faz o mesmo.

★★★
💋💋

A Acompanhante - SiyoonWhere stories live. Discover now