Capítulo 7

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O almoço estava divino, senti tanta falta da comida prepara pela minha mãe que comi duas vezes. Passamos um tempo conversando sobre amenidades. Falei sobre meu trabalho e como consegui um mês de férias. Papai comentou sobre a escola de dança e como está tendo cada vez mais clientes, os negócios estão tão bem que ele está pensando em alugar um espaço maior.

Mamãe saiu do último emprego para ficar tomando conta de minha avó, mas sempre que pode, ajuda meu pai com a escola. Jay nos pede licença para atender uma ligação e papai se levanta.

- Bom, - Diz meu pai - Quero saber como se conheceram. A história completa.

- Pai, acabamos de comer. Tenho certeza que pode esperar mais um pouco.

- Nada disso - Ele cruza os braços - Minha filhota teve o coração roubado.

- Nos conhecemos em um bar - Sina responde cedendo a pressão.

Repassamos tantas vezes essa história que não me sinto surpresa quando vejo o sorriso do meu pai, eu sabia que tinha que ser um local em que eles saberiam que eu estaria. Nunca deixei de dançar, mesmo no emprego ao qual estou que não me permite aproveitar muito os bares de Los Angeles por ser um pouco cansativo, é uma parte de mim que nunca quero que vá embora, independentemente do que aconteça.

Deixo que a minha acompanhante tome a frente e conte tudo, como nos esbarramos no banheiro, eu deixei cerveja cair na roupa dela e ela ficou super furiosa pelo o ocorrido. Olhares se encontrando, desculpas, sorrisos bobos e toda aquela coisa de comédia romântica.

Me sinto mal por estar mentindo para os meus pais, principalmente por ver que eles realmente aceitaram a história e ficaram contentes. A todo momento nós duas nos tocamos, trocamos carícias e nos olhamos como se não existisse nada no mundo. E, bem lá no fundo me sinto mal, pois eu já tive isso um dia, e agora ele vai se casar com a minha irmã.

- Certo, não vamos mais amolar vocês - Diz mamãe se levantando - O quarto do segundo andar é o de vocês. Heyoon, querida, tivemos que mudar a sua avó para o seu quarto. Era difícil levantar toda noite e subir para ver se ela estava dormindo.

- Tudo bem.

Mamãe nos acompanha até o segundo andar e abre a porta do quarto para nós.

- Fiz questão de comprar uma colcha nova - Mamãe olha preocupada para Sina - Algum problema?

Lágrimas rolam pelo o rosto de Sina e fico surpresa, não sei se isso é algo planejado ou não, mas seguro a sua mão.

- Me desculpa - Diz limpando as lágrimas.

- Uai, não entendi.

- Está tudo bem, mãe. Só precisamos descansar um pouco.

- Qualquer coisa pode me chamar. Esse quarto tem um banheiro privativo. - Mamãe aponta para a porta no canto esquerdo do quarto - Assim ficam a vontade para ninguém escutar quando...

- Tchau, mãe - Interrompo-a antes que ela fale algo que me deixará completamente constrangida.

Ela ri e sai, fechando a porta logo em seguida. Deixo que Sina tome o seu tempo para se acalmar e analiso a colcha.

- São as cores da bandeira LGBT.

- Ah... - Sento na cama - Tenho certeza de que foi difícil para ela encontrar algo assim em tempo recorde, não demorou tanto do aeroporto até aqui.

- Sim.

- Quer conversar sobre?

- Estou bem - Sina respira fundo e sorri - Fomos bem hoje?

- Sim, com certeza. Estou morta e quero tirar um cochilo.

- Tudo bem. Lado esquerdo ou direito?

- Hãn?

- Lado esquerdo ou direito? - Sina aponta para a cama.

A ficha cai logo depois que me levanto. Estamos sozinhas em um quarto.

Com banheiro privativo.

Com uma cama de casal com colcha LGBT e nem por uma merda de segundo pensei que iríamos dividir um quarto.

★★★
beijinhos

A Acompanhante - SiyoonΌπου ζουν οι ιστορίες. Ανακάλυψε τώρα