Capítulo 16

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Chego em Los Angeles ás cinco da manhã, não penso em passar em casa, vou direto para o hospital. Saio do táxi junto com minha mala, quando ele para em frente ao hospital, e entro. A moça da recepção me entrega uma máscara, tira minha temperatura e pede meus dados.

A pandemia do coronavirus foi controlada, mesmo hoje tendo vacina e toda população estando protegida, os hospitais ainda mantém o protocolo da pandemia para proteger os visitantes e pacientes.

Vou até o local indicado por uma enfermeira e abro a porta. Decidi pagar por um quarto reservado, não é um dos melhores, pois não tenho tanto dinheiro, mas é o bastante para que minha mãe consiga ficar sozinha e não se estresse.

Seus cabelos loiros estão quebradiços e pálidos, há algumas partes carecas, como se seu organismo não conseguisse mais reproduzir e segurar seus fios. É tão difícil vê-la assim, doente e sem vida. Quando criança lembro-me do som de sua risada pela casa e dos cochichos comigo na igreja.

Meu pai está dormindo em uma poltrona ao lado.

Olho todas aquelas máquinas, toda essa situação e não consigo impedir as lágrimas que brotam em meus olhos.

As pálpebras de minha mãe se abrem levemente e fecham, sua respiração está pesada, mesmo com o aparelho a ajudando. Aproximo-me sem fazer barulho, não quero que meu pai acorde e comecemos a discutir.

— Oi ajoelho-me ao seu lado vim o mais rápido que pude.

— Sina?

Quase não consigo ouvir o que disse, de tão baixo que foi o tom de sua voz.

— Estou aqui. - Seguro sua mão.

— Ah, Sina. Não aguento mais... dói tudo.

Controlo as lágrimas em meu rosto, apesar de ter passado os últimos dias me preparando para esse momento, ele não é fácil. Desde que meu pai me ligou e avisou que minha mãe piorou, venho esperando a maldita ligação de que ela não aguentou e se foi.

— Vai ficar tudo bem, - limpo minhas lágrimas prometo que não vai doer mais. A senhora pode ir. Vamos ficar bem.

— Me desculpe por tudo, Sina... me desculpe.

Olho para o aparelho ao lado, esperando o bip de suas batidas cardíacas finalizarem, mas depois de um tempo, apenas constato que ela dormiu.

— Então você chegou.

Levanto-me para olhar o meu pai, suas feições rígidas mostram desgosto ao me ver, mas há também cansaço.

— Vim o mais rápido que pude.

— O médico disse que as próximas 24 horas serão críticas. - Meu pai balança a cabeça.

— Não há mais nada a fazer?

— Não. - Respira fundo. — Chega. Ela está sofrendo demais, não quero que sofra.

Balanço a cabeça.

— Vá embora. Não quero mais olhar para a sua cara. Apenas esteja preparada.

Pego minha mala no chão e saio do quarto.

Chego em casa e decido dormir um pouco, mal tive tempo para colocar a cabeça no lugar. Tomo um banho rápido, dou uma olhada no meu celular para ver se tem algo e quando vejo que não, durmo.

★★★
infelizmente as minhas aulas voltaram, talvez consigo atualizar todo dia às 6 e 7 da noite.
Mas não se preocupem vou tentar atualizar todos os dias.
kisses💜

A Acompanhante - SiyoonWhere stories live. Discover now