Epílogo

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HEYOON

Demorou seis meses para que eu me acostumasse com a nova rotina de sócia e responsável adjunta da empresa, nesse meio tempo tive que ficar dois meses em Portugal para participar de reuniões administrativas e sanar dúvidas sobre possíveis contratos. Foi muito difícil ficar esse tempo todo sem Sina, nos acostumamos a passar muito tempo juntas.

Desde que voltei a Los Angeles, não voltei para o meu antigo apartamento, Sina não queria dormir sem mim e nem eu sem ela. A casa dela passou a ser nossa, Bruce me aceitou facilmente, claro que precisei suborná-lo com um ou dois petiscos, mas nos demos super bem.

Depois de um ano intercalando entre LA e Lisboa, consegui um mês de férias. Sina não conseguiu o mesmo, mas pelo menos ficará duas semanas em casa antes de ter que voltar a trabalhar no hospital, então decidimos aproveitar e visitar meus pais em Daejeon.

A recepção foi a mais calorosa possível, vovó chorou por duas horas quando nos viu juntas até começar a discutir com minha mãe sobre o bolo de cenoura que deu errado. Sungyoon apareceu com Jay em uma tarde de quarta-feira, o receio ao me ver foi palpável, ainda não a perdoei pelas mentiras e pelo que fez, aparentemente vai demorar um tempo para que eu aceite o que ela fez e volte a confiar nela.

Em um final de semana decidimos repentinamente ir até Seul o calor infernal não estava dando trégua, então juntamos nossas coisas e caímos na estrada.

Vovó não podia andar muito, principalmente longas escaladas, então optamos por ficar em um chalé a poucos minutos do centro de Seul.

Aproveitamos a cachoeira mais próxima e no fim da tarde fomos a um bar de motoqueiros no fim da rua. Várias motos estão estacionadas próximas à entrada, o local não está tão cheio quanto esperávamos, tendo em vista a quantidade de motos lá fora. Rodeamos o local com os olhos e escolhemos uma mesa para 7 pessoas.

— Não podemos ir para outro lugar? - Pergunta Sungyoon. — Esse lugar não me parece muito receptivo para clientes que não sejam motoqueiros... ou melhor, motoqueiras.

Apenas noto que 100% das pessoas que compõem o lugar são mulheres porque minha irmă falou, exceto meu pai e Jay, não tem nenhum outro homem. Todas estão com jaquetas de couro, algumas com uma sereia nas costas, outras com uma mulher com chifres.

Todas estão rindo e bebendo.

— É um lugar legal. - Diz mamãe.

— Bom. - Levanto-me. — Vou conseguir alguns copos de cerveja.

Caminho em direção à barwoman e faço meu pedido, um rock alternativo saí das caixas de som e eu tamborilo os dedos junto com a batida.

Sinto uma mão acariciar minha cintura, sorrio pensando que é Sina mas logo o desfaço quando vejo uma mulher com o dobro da minha idade.

— O que uma coisinha linda como você está fazendo aqui sozinha?

Meus olhos encontram o de Sina e silenciosamente peço socorro, ela entende e caminha em nossa direção. Não noto quando outra mulher, um pouco mais nova do que eu e com uma tatuagem no pescoço, se aproxima, mas a compreensão em seu rosto ao perceber meu desespero é evidente.

Seus olhos castanhos claros analisam a mulher mais velha a nossa frente antes de dizer:

— Nabi. - Diz sorrindo. — Isso é jeito de tratar a minha cliente?

A mulher mais velha, que descobri que se chama Nabi, ri com escárnio.

— Precisa aprender a dividir a carne fresca, Jina. - Nabi responde. — Uma coisinha dessas não pode ficar sozinha por ai.

— Essa coisinha tem namorada.

Todas olhamos para Sina a poucos centímetros de nós duas.

— Vejam só, diz Nabi. — É mais linda que a outra.

Jina agarra o tecido de couro da jaqueta da mulher mais velha e a puxa.

— Vamos

As duas somem pela porta de saída e respiro aliviada. Nesse momento a barwoman aparece com sete copos e duas garrafas de cerveja. Voltamos para nossa mesa.

— O que aconteceu ali? - Pergunta vovó

— Nada demais.

A tensão de poucos minutos atrás se desfaz quando mudamos de assunto, tomamos mais duas rodadas de cerveja antes de decidirmos ir embora. Nesse momento, a mesma mulher, que se chama Jina, se aproxima.

— Por favor. - Jina nos diz. — Perdoe o ocorrido de mais cedo. Nós não compactuamos com as atitudes que ela teve. Espero que não tenham tido nenhum problema depois disso.

O sorriso genuíno em seus lábios fazem com que Sungyoon core.

— Está tudo bem. - Digo sorrindo. — Foi apenas um mal entendido.

Ela prende os sedosos cabelos castanhos em um rabo de cavalo e ajeita a jaqueta de couro, ao ouvir seu nome, Jina se vira.

Uma mulher de cabelos negros e olhos azuis cobaltos penetrantes a analisam.

— Precisamos ir. - Diz friamente.

Jina se vira para todos nós novamente.

— Aproveitem o dia. E voltem amanhã, darei bebida de graça como pedido de desculpas.

Depois que ela se vai, papai limpa a garganta e se levanta.

— Bom. - Diz. — É um ótimo lugar para se vir quando está solteiro, não é mesmo?

Todos gargalhamos e saímos do bar.

Sungyoon e Jay decidem ir para a piscina junto com meus pais, já eu e Sina decidimos aproveitar o momento para tirar um cochilo antes do jantar. Deixo que minha namorada vá tomar um banho primeiro e ajudo vovó a retirar seu maiô em seu chalé, quando volto, algumas pétalas estão jogadas no chão, assim como em cima da cama.

Sina está ajoelhada com uma pequena caixa aberta em sua mão, olho para as duas alianças com uma pequena pedra topázio no centro e cubro minha boca.

— Heyoon...

— Sim!

— Mas você nem me deixou falar.

— Não preciso. - Ajoelho-me a sua frente e seguro suas mãos. — A resposta sempre vai ser sim.

★★★
ACABOU FAMÍLIA!

Quero agradecer a todos que leram  espero que tenham gostado de vdd.

até a próxima.

💋💋💋

A Acompanhante - SiyoonWhere stories live. Discover now