O restaurante Part.02

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  Capítulo 13

  Seus olhos brilham enquanto sorri para mim e um estrondo alto nos faz ficar em alerta, Simas se levanta e olha o que acontece fora da área que estamos, seu semblante preocupa então também me levanto e no mesmo instante alguém chuta a porta e tiros são soltos,meu braço é puxado para me abaixar e meus olhos assustados vão aos do homem aparentemente bravo ou preocupado.

  Simas se levanta ainda com as mãos nos meus braços e começamos a correr de onde estávamos até os corredores que nos levaria para saída, a gritaria na parte de baixo do corredor me deixa ainda mais assustada, ao viramos o corredor e avistamos a porta, seu passo apressa mais, o que dificulta para mim, tenho só a visão das suas costas e isso não me dá a certeza de como ele está, mas creio eu que aborrecido. Ao abrimos a porta esbarramos com duas pessoas, meu corpo acabou se chocando com uma delas e a mão de Simas desprendeu do meu braço, meus olhos encontraram o da mulher tão apavorados quanto os meus, me levanto do chão e o homem que a acompanha a segura pelas mãos a levando com ele, de algum modo por motivos que não sei, ainda olho para ela e ela para mim, até que Simas me ajude a levantar completamente e começamos a descer as escadas, o único jeito de sair daqui é pela porta de emergência ou pelos fundos, mas Simas não vai para nenhuma delas, acabamos saindo no meio da multidão e meu corpo se junta mais com o dele, contemplo um semblante aborrecido e nada apavorado, pelo contrário, parece procurar quem são os homens que atacam, isso não está saindo do jeito que ele planejou. Nossos homens estão misturados, mas dá facilmente para diferenciá-los dos inimigos que vestem branco e tem submetralhadoras nas mãos.
  — Não desgrude de mim — concordo com um aceno e começamos a nos desvencilhar das pessoas para irmos embora e de repente minha cintura é puxada e sou afastada de Simas aos gritos, dois homens o abordam e ele os bate, consigo ver quando empurra um deles e soca o outro, não vejo mais depois que começa a correr atrás de mim, empurrando as pessoas, não sei quem me carrega, mas parece extremamente forte e alto, um tiro me faz assustar e me encolher parando de me espernear, mas não tinha sã consciência que o tiro foi no homem que me segurava, pois minha visão gira e caio ao chão junto com ele, dói, mas vejo alguém correndo em minha direção, ao tentar me levantar pisam em meus dedos e grito, estou tonta quando Simas me levanta, coloco minhas mãos entre meu outro braço e volto a caminhar com ele, um homem de branco caminha em nossa direção, determinado a não deixar que nós saímos e então Simas solta minha mão.
  — Me encontre na saída — olho-o e ele me empurra levemente — vá! — faço, pois sei que ficando irei atrapalhá-lo e começo a entrar no meio das pessoas que correm, Tony aparece segurando meus braços e então começo a ir no automático com ele, vou para onde me leva, como é complicado sair desse lugar, nem parece que a porta está bem ali na frente. Estamos prestes a sair quando a porta se abre e bate em nós dois, caio afastada dele e vejo quando dão um tiro certeiro em sua testa, grito pelo susto chamando atenção e agora os homens vêm em minha direção, no meio deles tem uma mulher, alguém atira no homem a sua direita, não sei quem é, mas foi certeiro demais para ser bala perdida, rastejo até uma mesa e me levanto com a ajuda da cadeira, sinto uma dor aguda na costela, logo outra no estômago, me viro para ver a mulher a rir-se por me socar, enquanto viro minha mão boa bate no seu rosto a fazendo cambalear para trás, o homem que estava com ela bofetea a minha cara e caio, na minha frente há uma arma, embaixo da cadeira, ela vem em minha direção e rastejo até a arma, seguro-a e rolo na direção oposta que ela iria me chutar e atiro, não sei para onde o tiro foi, não sei se acertou, mas a força do tiro machucou ainda mais minha mão, mais um disparo foi solto e nem me assusto mais, só estou perplexa e quando sinto que me pegam por debaixo do braço me esperneio.
  — Sou eu — acalmo ao ouvir a voz de Simas e ele me afasta da mulher e desse inferno todo, passando pela porta o rosto dela se vira para mim e chocada meus olhos se arregalam para o tamanho do rasgo em seu rosto, foi de raspão, não a matou.

  — Foi uma bela cicatris né? — seus dedos passam pelo relevo de seu rosto, gira entre calcanhares a ficar completamente para mim, enquanto ela lembra dessa cicatriz, eu lembro a primeira vez que tive o contato com a arma e como nunca parei, o macete da menina que quer se proteger e não ser mais protegida e ver outros morrerem em seu lugar, igual Tony, o enterro dele e de mais três dos nossos foi triste, mas a morte dele foi minha culpa. Respiro fundo olhando meus pés por breves segundos antes de voltar a olhar para Georgina, ela por fim se senta na cadeira atrás da secretária. — Qual foi mesmo nosso segundo encon...
  — Na Itália — quero logo acabar com suas lembranças, mas eu sei que se não passar por isso, não há negócios, Georgina nunca é de lembrar nosso passado em nossos encontros, apenas alguns acontecimentos dele, e incrivelmente, tenho que lembrar dessas coisas sempre que a encontro, no entanto, essa é a primeira vez que não estamos no meio de tiros para trocar negócios.
  — Nossa — seus olhos levemente se abrem, sua cabeça acena um "sim" seus lábios então franzem e me observa, depois os meninos e então suspira inclinando seu corpo para frente e apoiando seu rosto em suas mãos sobre a mesa — sim, a Itália...

Dona O'Sullivan - Spin OffWhere stories live. Discover now