Amigos de Mentirinha

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04 de Novembro de 2000 (quarta-feira)

Hermione precisou de uma excelente poção de sono antes de considerar a ideia de Malfoy, que parecia mais ridícula a medida em que as horas iam passando. Ela dormiu como uma pedra, o que não resolveu ou a auxiliou em sua questão. Embora estivesse descansada, não conseguia levar a ideia de Malfoy a sério.

Estava quase em seu horário de almoço e ela pensava a respeito em seu escritório, encarando a pilha de relatórios do dia. A sugestão de Malfoy era de que eles deveriam fingir que eram amigos, para que pudessem frequentar a mansão dos Greengrass juntos e assim, por um fim à denúncia de violação dos direitos dos Elfos. "Amigos de mentirinha", foram as palavras dele. Batidas em sua porta anunciaram que ele chegou e ela precisava decidir se compraria ou não a ideia dele.

— Entre.

A porta se abriu e detrás dela saiu Malfoy. Ele entrou em sua sala fechando a porta atrás de si com um aceno de sua varinha. As mangas de sua camisa preta estavam arregaçadas até o cotovelo e o botão do colarinho aberto. Ela pode ver uma corrente prateada brilhar em seu pescoço quando ele arrastou a cadeira e sentou-se de frente à ela.

— Pensou a respeito?

— Sim.

— E... ?

— Não sei se vai dar certo, parece tão colegial... — Hermione enrugou o nariz.

— Por isso é incrível! — Draco pontuou — Só precisamos parecer convincentes. Astoria tem olhos e ouvidos em todos os lugares. Talvez uma ou duas menções no Profeta Diário e podemos convence-la que somos "amiguinhos" sem esforço.

Hermione riu, honestamente achando hilário da parte dele e recostou-se em sua cadeira.

— Profeta Diário?

— Ela lê essa porcaria como se a sua vida dependesse das malditas fofocas da Rita Skeeter.

— Fora de cogitação! — Hermione disparou assim que ele pronunciou nome da detestável repórter.

Malfoy revirou os olhos.

— Isso sim é colegial: você ainda se assusta com a Rita Skeeter — ele zombou, analisando-a — Não a julgo por isso. Até eu acreditei que havia mesmo um triângulo amoroso bizarro e pertubador entre você, Potter e Krum.

— Só... cale a boca, Malfoy — Hermione chiou, corando e fechando os olhos como se pudesse esquecer a perseguição obcessessiva que sofreu em seu quarto ano.

Quando abriu os olhos novamente ele a observava, esperando, com aquele mesmo sorrisinho brincando nas bordas de seus lábios. Uma covinha quase aparecendo em sua bochecha esquerda.

— Tudo bem, vamos fazer isso.

— Começamos depois do expediente. Preciso de algumas horas para repensar a minha sanidade — Malfoy disse com acidez e se colocou em pé.

— Vou seguir o seu exemplo — Hermione sorriu acre.

. . .

Seus passos eram preguiçosos quando ela chegou em seu prédio e pegou o elevador. Hermione fez seu caminho do Ministério até o local a pé. Caminhar para ela era terapêutico, porém,
uma leve garoa a pegou há um quarteirão de distância, deixando seus cachos com pequenas gotículas de água e suas roupas congeladas.

O elevador parou em seu andar e ela saiu rapidamente, ansiosa por um banho quente e uma xicara de chá. Ela destrancou sua porta usando as chaves, esquecendo-se por um momento de sua varinha, e acendeu a luz no interruptor ao adentrar.

Doce Acaso - Dramione Where stories live. Discover now